VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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Com a ascensão do novo governo, os sinais de alerta sobre questões ambientais têm rescendido, em todo o mundo, a preocupação de que essas questões vão necessitar de maior monitoramento por parte dos cientistas e de todos os que se preocupam com as mudanças climáticas. Pesquisadores europeus têm demonstrado preocupação com o governo Bolsonaro, sobretudo quando ele deixa transparecer que irá promover políticas visando desmantelar as ações contra o desmatamento e contra os direitos dos povos indígenas.
Decretos assinados pelo presidente transferindo e reduzindo a ação de órgãos de controle ambiental para o ministério da Agricultura, comandado por uma fiel representante do agronegócio, tem chamado a atenção de cientistas também internacionais que temem um grande retrocesso nessa questão. A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi transferida para o ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Decisões sobre a Funai serão feitas também por um conselho de seis ministros.
Exonerações e aparelhamento políticos têm sido denunciados a todo o instante. Mesmo o Instituto do Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis (Ibama) têm, segundo denúncias, sido esvaziados de suas funções. Com isso, diversas operações contra o desmatamento e invasões de terras protegidas têm acontecido num ritmo alucinante.
Nessa semana Brasília tem sido palco do 15º Acampamento Terra Livre, um evento que vem reunido milhares de lideranças indígenas de todo o país que vieram à capital para apresentar seus protestos contra os seguidos atentados que essas comunidades vêm sofrendo nos últimos meses. O assunto direito dos povos indígenas tem repercutido também em todo o planeta, com manifestações organizadas em vários países contra os abusos sofridos por essas comunidades em todo o território nacional.
As declarações do atual presidente, de que não haveria nem mais um centímetro de terra indígena demarcada, irritaram ambientalistas de todo o planeta que vêm protestando contra essa nova postura do governo. Documento que tem circulado pelo Acampamento Terra Livre diz que, nos primeiros cem dias do atual governo, medidas como a MP 870, transferindo a Funai do Ministério da Justiça para o Ministério da Mulher e Direitos Humanos, acabou com os processos de demarcações e de licenciamento das terras indígenas, esvaziando esse órgão e entregando-o nas mãos dos ruralistas, o que tem aumentado as invasões e ataques contra esses povos. Mesmo o atendimento aos indígenas que era feito localmente foi transferido para os municípios próximos que não dão conta nem da demanda nesses locais.
Para essas lideranças que aqui estão, o atual governo tem demonstrado, de forma clara, a intenção de destruir os povos indígenas, assimilando-os pela força e saqueando suas terras. De fato, tem aumentado muito os problemas de invasão e de ataques com morte contra essas comunidades nesses últimos meses. O problema tem afetado muito a imagem do novo governo e do Brasil perante o mundo civilizado. Ao governo Bolsonaro resta apenas a alternativa de dialogar com essas comunidades se quer ter sua gestão respeitada não só pelos “brasileiros de bem” como pelo restante da população mundial.
Nada será mais desastroso para o atual governo, quer no âmbito interno como no plano internacional, do que afrontar nesse instante os povos indígenas e retroceder nas questões do meio ambiente. Se vier a ceder às forças internas do atraso e daquelas pessoas que pensam apenas em lucros imediatos, seu governo pode ter um fim melancólico, com o próprio Bolsonaro se tornando uma figura mal vista ou uma persona non grata em todo o planeta.
A frase que foi pronunciada:
“Nós não herdamos a Terra de nossos antecessores, nós a pegamos emprestada de nossas crianças.”
Provérbio Indígena Americano
Transporte público
Em Viena há alguns transportes gratuitos para turistas. Luxemburgo está lançando o deslocamento totalmente de graça para turistas e moradores.
Tristeza
Em pensar que Brasília prometeu mudanças no transporte durante a Copa do Mundo e nada fez. Metrô de superfície e tudo mais. Até trem bala para Goiânia foi divulgado. Lembram que quem queria chutar o traseiro era o auditor que foi condenado por corrupção?
“De ver cidade”
Vale a visita ao Espaço Renato Russo, admirar a mistura de instalação e peça de teatro. Um pouco do passado da cidade para a garotada que vai receber o presente e futuro que vamos deixar.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Sempre bem informado, o sr. Hélio Fernandes fala na negociata dos jatos F-83 e diz que a anulação da compra será o primeiro ato do novo presidente. O colunista entra em detalhes, cita amigos do presidente recebendo propinas de 420 milhões, mas não diz os nomes. Em casos assim, os nomes devem vir na frente, para que todo o mundo saiba, e para que outros não se aventurem a repetir a façanha. (Publicado em 18.11.1961)
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