República dos suplentes

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Desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil

Já que a reforma política não veio na medida pretendida pelos eleitores, prosseguimos em círculos, tendo que vivenciar sempre os mesmos e velhos problemas, num círculo fechado e infinito e que vai adiando, sine die, a entrada do Brasil no hall dos países sérios e modernos. A permanecer nesse compasso, entraremos em 2018 com os mesmos mecanismos que nos mantém atados ao passado.

Considerada por muitos a mãe de todas as reformas, os aperfeiçoamentos necessários no nosso modelo de representação, na realidade ficaram intocados naquilo que entendia a sociedade como fundamental. A começar pela fidelidade e o cumprimento total do contrato estabelecido entre o candidato e seus eleitores, principalmente naquilo que foi prometido e explicitado no programa estratégico pelo eleito.

Neste sentido, toda a vez que um político troca de legenda, se afasta de suas funções para ocupar outro cargo ou renuncia o contrato original de campanha é rompido e o eleitor se sente traído e abandonado no meio do caminho. Infelizmente essas situações tem se tornado tão corriqueiras, que já fazem parte de nossa paisagem política.

Enquanto a legislação não obrigar o eleito a cumprir a totalidade do mandato, a dança das cadeiras no legislativo irá prosseguir, com situações inusitadas em que o cidadão vota num candidato e quem assume é um suplente, totalmente desconhecido e sem um voto sequer. Pior. O suplente muitas vezes desconhecido dos eleitores, mesmo sem receber votos, assume a vaga e passa a receber os direitos como se fosse um senador eleito, O peso desses suplentes no parlamento não é desprezível e varia hoje entre 20% e 30% nas duas Casas do Legislativo. São tantos e tão diversos que poderiam formar uma bancada dos suplentes, com propostas próprias.

O sensato para grande parte sociedade , seria em caso de vacância do mandato, o cargo ser ocupado pelo segundo mais votado. Mas o que ocorre , na maioria das vezes, é que o suplente e seu grupo , muitas vezes, contribuem financeiramente com a campanha e por este motivo, acabam assumindo o cargo em algum momento para a conclusão dos acordos de gaveta, estabelecidos bem longe do olhar dos eleitores. O pior nesta situação é quando o suplente que assume, traz consigo uma folha corrida que mostra uma vida pregressa repleta de ilícitos de toda a ordem. Neste caso o eleitor que votou no gato e passa a ser representado pelo pato, percebe a inutilidade de seu voto e passa a descrer na própria democracia, com riscos evidentes.

É justamente esse o caso que esta para acontecer no Distrito Federal, caso o atual senador Cristovam Buarque confirme sua intenção de se licenciar do cargo por quatro meses. Nesse caso assumirá sua vaga , Wilmar Lacerda, do Partido dos Trabalhadores, um suplente sem votos e com uma lista de explicação em aberto a ser prestada à justiça. Caso se confirme essa previsão, quem , de fato, sairá mal na fotografia perante os brasilienses, será o próprio Cristovam que abriu a porteira para a entrada de um alienígena não previsto e tampouco desejado pela maioria dos eleitores da capital.

A frase que foi pronunciada:

“Podemos escolher o que plantar, mas somos obrigados a colher o que semeamos.”

Provérbio Chinês

Gratuito

Na terça-feira, dia 21 das 14h às 18h30 no auditório do Correio Braziliense na programação do Correio Debate o assunto é o Caminho para exportação- Pequenas e Médias Empresas. Autoridades no assunto descortinarão o cenário do Comércio Exterior. O evento será encerrado com a exposição do Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

Caos

José Rabello está certo. Na cidade, os carros estacionam nas calçadas, gramados e nada acontece com os motoristas. São impunes. Isto não é ordem, nem progresso.

Fica a dica

Já é hábito. Antes de dormir, um capítulo “Do primeiro olhar ao divórcio” de Fernando Arruda Moura. Títulos das crônicas criativos, um tempero francês depois a didática. Sempre uma surpresa. Romance e comédia nos tribunais. Publicado pela editora Chiado.

Nosso carinho

Se depender de orações Marcia Rollemberg vai vencer tranquilamente essa doença. Ativa na sociedade, a primeira dama não cruza os braços. Apontamos erros que devem ser apontados, denunciamos quando é preciso, mas a verdade é que Brasília precisa da saúde de Marcia Rollemberg.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 18/11/2017

A imprensa publica fotos do ex-presidente dando peixinhos às focas californianas, e entre sorrisos orientais, estabelecendo contatos no Japão, quando seus contatos deveriam ser no Palácio Planalto, no Senado, na Câmara, no Palácio das Esmeraldas, enfim, onde quer que pudesse realizar algo por Brasília. (Publicado em 08.10.1961)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: Política Brasil Brasília Mamfil Ari cunha circe cunha

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