Desde 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha // circecunha@outlook.com e MAMFIL
Com a decisão unânime e histórica do Supremo Tribunal Federal, afastando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara dos Deputados, o fenômeno da judicialização da política, bafejado nesse caso pelo hálito poderoso do clamor público, ganhou novo e potencial ingrediente, dentro do já tumultuado governo. Identificados como os principais pilares do Estado, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário vêm se estranhando desde a retomada da democracia, ganhando maior turbulência após a instalação do Partido dos Trabalhadores no Palácio do Planalto.
Na ânsia de estabelecer a maior bancada de apoio que o dinheiro pode comprar, Lula, sua turma e sua sucessora montaram amplo e generoso balcão de negócios na Casa Civil, inovando e elevando as artimanhas da cooptação ao nível de arte política. Foi a partir dessa criteriosa sistematização criminosa de arrebanhar adesões no Congresso, pelo Executivo, que os pilares da República começaram a apresentar o que os engenheiros chamam de fadiga estrutural.
Ao abalar as colunas mestras do Estado, restou ao Poder Judiciário entrar de sola na querela, até mesmo para não soçobrar com o colapso de todo o arcabouço institucional do país. O jogo político pela acomodação das diversas frentes ideológicas no comando do país, algo comum na maioria das democracias do Ocidente, foi rebaixado e degredado ao ponto mais abismal, resultando daí a mais absurda descaracterização dos poderes republicanos, transformando-os em nicho de lobistas e traficantes de negociatas.
A rigor, o Executivo, para usar um eufemismo, seduziu, viciou e descaminhou o Legislativo. Por sua vez, vendo o escancarar da porteira do Estado, o parlamento, à exceção de alguns membros da oposição, se entregou de corpo e alma ao festim, virando as costas para a ética e enchendo os bolsos de muitos com dinheiro surrupiado dos cidadãos que os alçaram ao mandato.
A aproximação e a simbiose continuada dos ritos políticos com o mundo do crime resultaram, até agora, na condenação e na prisão de parte das principais lideranças deste governo. A outra parte, incluídos aí muitos apoiadores, só se encontra ainda em liberdade por conta do discriminatório e odioso foro privilegiado.
O STF transformado, por força do ineditismo, de Corte Constitucional em Corte de Arbitragem de Crimes Comuns, mesmo composta em grande parte por indicação dos governos petistas, se viu forçado a desembainhar a espada de Themis sobre a cabeça dos antigos patronos, evitando que a outra espada, a de Dâmocles, sobreviesse sobre a própria cabeça. Se existe hoje um pilar mestre que sustente, de fato, o Estado Republicano, esse está alicerçado firmemente no apoio massivo das ruas. É graças a essa sustentação vinda espontaneamente da população que o Estado ainda não desabou de vez.
A frase que foi pronunciada
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita.”
Mahatma Gandhi
Nota 10
É preciso que alguém faça uma homenagem a João Brito. Fotógrafo do GDF há décadas, ele já viu de tudo nessa cidade. Bem-humorado, sorridente, de fino e fácil trato. Estão feitos o registro e o reconhecimento ao trabalho.
A desejar
Ouvidoria do Lago Norte deixa a desejar. Apesar da atenção no atendimento, não há respostas nem soluções para as demandas.
Voo de táxi
Com a maior frota de helicóptero do país, São Paulo conta com o serviço de Uber aéreo. O empresário da FlyHelo, Hadrien Royal explicou a ousadia: “Lançar esse serviço agora, neste momento de crise, é uma oportunidade quando estamos falando de economia compartilhada”.
Experiência
Mais uma inovação do governador Rodrigo Rollemberg. Uma lista tríplice para escolher o diretor do Zoológico. As inscrições estão abertas e o nome será escolhido até 30 de junho.
História de Brasília
A Agência Nacional está completamente desvirtuada de suas finalidades, obedecendo a orientação que não merece crédito, forjando notícias contra adversários do governo. (Publicado em 5/9/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…