VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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“Tudo o que é de ruim, o resto do Brasil manda para Brasília.” A afirmação foi feita pelo internauta W.F., ao comentar, no rodapé de uma reportagem que informava a vinda de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para o Presídio Federal de Brasília. Outro internauta, comentando o mesmo fato, chegou a afirmar que sendo essa uma organização autointitulada a primeira da capital, nada mais coerente que vir parar aqui.
Coerente seria a capital do país não possuir nenhum presídio de segurança máxima, dada as características de Brasília, como sede não só da administração pública federal, mas de todas as representações estrangeiras e outros organismos internacionais de grande importância estratégica não só para o país, mas para outras nações também.
A construção de um presídio, no Distrito Federal, para abrigar presos de alta periculosidade, a maioria líderes de poderosas organizações criminosas, além de não acrescentar absolutamente nada na questão de segurança pública, submete a um risco desnecessário toda a estrutura administrativa do país, incluindo aí as representações diplomáticas e de organismos internacionais. Isso sem falar das sedes dos tribunais superiores, do Poder Legislativo e mesmo da sede da Presidência da República. Trata-se de uma notícia extremamente negativa para o Distrito Federal, ainda mais quando se sabe das muitas brechas e falhas existentes em nossos presídios, sejam eles federais ou não.
Essas organizações criminosas, formadas à sombra do Estado, e graças à leniência de nossa justiça, já por diversas vezes, deram mostras do que são capazes, fazendo milhões de cidadãos reféns em cidades com Fortaleza, Vitória, Natal e mesmo metrópoles de grande importância para o país como São Paulo, onde chegaram a impor um toque de recolher para a população. A cochilada dos órgãos de segurança e de inteligência, principalmente nesses últimos anos, favoreceu, sobremaneira, o crescimento exponencial desses grupos criminosos, a ponto se assistir hoje a expansão desses bandos para outros estados brasileiros, interior do Brasil e para outros países da América do Sul.
A internacionalização desses grupos e sua possível transformação em grupos de narcoguerrilhas parece ser uma realidade já em adiantado processo de consolidação. As facilidades de comunicação e a imensa rede de pombos correios, entrando e saindo desses presídios, juntamente com a extraordinária capacidade de aliciamento e de suborno dessas organizações, demonstra que mesmo estando alguns de seus líderes encarcerados, ainda assim essas quadrilhas vêm registrando um crescimento e poderio assombrosos.
Trazer para a Brasília parte das lideranças dessas verdadeiras multinacionais do crime é um desserviço não só à capital e à sua população, mas à segurança do próprio país. Se as promessas de isolamento, de monitoramento 24 horas por dia e outras providências de segurança máxima fossem para valer, conforme asseguram as autoridades, o crescimento do poderio desses grupos não seria verificado e muitas cidades por esse país afora não seriam feitas reféns desses grupos.
Para essas organizações, não existem presídios de segurança máxima, não existem portas que não possam ser abertas, não existe preço que não possa ser pago, não existe autoridade que não possa ser subornada ou morta.
A vinda desses líderes para o Distrito Federal é assim um autêntico presente de grego.
A frase que foi pronunciada:
“Entendam, eu não estou preso aqui com vocês, vocês estão presos aqui comigo.”
Alan Moore, escritor britânico
Música
A notícia chega pelas mãos de Alexandre Dias, o mais sério e competente pesquisador da música brasileira. O Instituto Piano Brasileiro – IPB recebeu, de Nelson Freire, as cópias de 75 cartas que Guiomar Novaes enviou ao seu professor Luigi Chiaffarelli, entre 1910 e 1921.
História
Estes preciosos documentos contam o início da carreira de nossa grande pianista, e foram copiados pela pesquisadora Maria Francisca Paez Junqueira, que defendeu seu doutorado em 1982, intitulado “Escola de Música de Luigi Chiaffarelli”. Não se sabe onde estão os originais hoje.
Raridade
Uma folha de papel amarelada onde há uma versão do Hino de Brasília. O acervo foi pinçado da coleção de Joel Bello. Parece que os autores participaram de algum concurso que escolheu o hino. O manuscrito tem a música de Eleazar de Carvalho e a letra de Arnold Bruver. Francisco Mignone era jurado.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os médicos de fora do Hospital reclamarem que os de dentro ganham muito dinheiro é uma indignidade, porque ganham o que devem, para viver com dignidade. (Publicado em 10.11.1961)ci
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