ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Imagens feitas há alguns dias mostrando o interior de uma farmácia, num bairro de classe média alta, em Caracas, revela toda a nudez de um regime que parece respirar com ajuda de aparelhos. O que se via nas imagens eram sequências de prateleiras completamente vazias, onde não restava sequer um cotonete. No interior do balcão, um atendente de roupa impecavelmente branca, sorria meio desapontado, indicando a inutilidade em que se transformou seus afazeres diários, mas que não é diferente para muitos venezuelanos, nestes dias surrealistas.
Aquelas imagens, mostrando um país que já não tem nada a oferecer, em certa medida, faz lembrar também a escassez na oferta de material humano, no caso, candidatos para as próximas eleições no Brasil. Mercado, na definição de economia, é o lugar geográfico onde oferta e procura se encontram e, dependendo da quantidade em cada uma das prateleiras, o preço é formado.
Em se tratando das próximas eleições, as prateleiras da oferta de candidatos estão tão minguadas como as apresentadas no interior da farmácia venezuelana. Além da oferta pobre de candidatos, o eleitor brasileiro tem mostrado um fastio e mesmo uma certa repugnância pelo o que encontra exposto. O que parece haver é uma dissintonia absoluta entre o que o cidadão busca para o momento atual do país e o que ele tem a oferecer: as mesmas e conhecidas caras expostas há muitos anos na vitrine.
Os atuais postulantes, que se gabam de conhecer o jogo político e que se apresentam como verdadeiros mestres nessa arte, podem não ter percebido, mas o que os eleitores andam em busca ainda não está em oferta. O pior, é que muitos daqueles que já se lançaram em campanha aberta correm o sério risco de encontrar um ambiente externo totalmente diferente daquilo que imaginaram.
Não seria de todo absurdo afirmar que o que espera hoje pelos candidatos, Brasil afora, é um território desconhecido para muitos, hostil e mesmo inóspito ao extremo.
Depois de anos de desemprego, recessão, escândalos de corrupção e outras desilusões, os eleitores, sobretudo a camada mais jovem que mais tem sentido os efeitos desses fenômenos nefastos, não enxergam com bons olhos a classe política, sobretudo aquela, que para muitos, teve responsabilidade direta pela crise.
Há, além de um enfado com o modelo atual, uma descrença dos mais moços com essa geração de políticos. O mais incrível é que esse parece ser um fenômeno que perpassa a maioria dos países ocidentais na atualidade. O perigo com essa descrença generalizada é que ela induz, em muitos casos, o aparecimento de candidatos com propostas extremas. E é justamente o que tem aparecido por aqui e em outras partes.
Depois de provar o pão da direita e mais recentemente da esquerda, o que muitos brasileiros parecem buscar é algo realmente novo. Ocorre que o novo, como no caso do Movimento 5 Estrelas da Itália, não nasce de uma hora para outra. E mesmo esse tipo de movimento carrega consigo frustrações e outras ideários já experimentados e deixados de lado.
De olho nessa desilusão geral, que parece tomar conta do eleitorado nacional, alguns políticos mais espertalhões, buscam na janela aberta para trocas partidárias, um lugar ao sol. Para aqueles que têm suas caras estampadas nas manchetes de escândalos, de nada adianta trocar de fantasia. Os eleitores conhecem o perfil de cada um e o que se pode adiantar é que não gostam, nem um pouco, do que já sabem. Como nas prateleiras vazias da Venezuela, não há nada de novo no front da democracia brasileira.
A frase que foi pronunciada:
“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.”
Winston Churchil
Conservação
Frequentadores do Parque da Cidade sentem o abandono do local. Sujeira por todo lado. De onde surgiu uma embalagem de água sanitária boiando no laguinho do parque, ninguém sabe. Se verba pública está sendo usada para a conservação do local, então que seja cobrado o trabalho.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Mas esta não será a última vez que o mesmo sr. Lúcio Cardoso invista contra Brasília. Lamentavelmente, ele está apoiado na atitude dos ministros, que preferem as conversas políticas do “Serrador” ao trabalho produtivo de Brasília.
(Publicado em 17.10.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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