Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
“Vivo muito nas escolas brasileiras, onde aprendo com professores locais, que eu me orgulho de acompanhar e que sabem que é no Brasil que está nascendo a nova educação do mundo. Não é na Europa, não é nos Estados Unidos, é aqui.” A avaliação entusiasmada é feita pelo educador português, radicado em Brasília, José Pacheco, ou simplesmente, professor Zé. Idealizador da Escola da Ponte em Portugal, fundada há quatro décadas, é vista hoje como uma brisa fresca dentro do modelo de escola tradicional, fechada em si mesma e incapaz de atender a novas demandas, num mundo em constante e rápida transformação.
O foco dessa nova escola é centrado na autonomia e protagonismo dos próprios alunos, em que o processo educativo se dá com base no interesse específico de cada um. Vale lembrar que a autoridade do professor permanece e que a hierarquia continua a ser respeitada. Para isso, é necessário o estabelecimento da confiança mútua entre o aluno e o professor, que, nesse caso, funciona como um mediador.
Dentro da rede pública do Distrito Federal, na Escola Classe da 115 Norte, está funcionando um programa-piloto dentro dos moldes estabelecidos pela Escola da Ponte. Trata-se de uma escola sem turmas, sem disciplina e sem provas, que mais parece uma utopia, mas que tem funcionado com grande aceitação por parte da comunidade.
A aprendizagem nessa escola é feita com base na colaboração entre professores e alunos. O primeiro passo é identificar as necessidades de cada estudante e, a partir daí, é feito um planejamento com foco individual. Uma vez montada essa estratégia, o professor passa a ser um orientador que vai acompanhar e fazer com que o aluno percorra todo o currículo, na medida da curiosidade demonstrada pelo próprio pupilo.
O método do educador português, ao trazer essa nova construção social de aprendizagem, tem influenciado outras escolas pelo Brasil e pelo mundo afora, com uma aceitação crescente. O fulcro desse modelo está no fato de que as escolas não são edifícios, são pessoas. Pessoas dotadas de valores que necessitam ser trabalhados.
“Nós agimos em função de valores que assumimos”, ensina o educador, para quem o Brasil dispõe de tudo o que precisa para oferecer uma educação de qualidade. Para tanto, diz, é preciso autonomia para as escolas. “Enquanto não houver autonomia, é uma ilusão pensar que as coisas vão melhorar”, avalia. Para que esse tipo de escola funcione a contento, é preciso, no entanto, que o professor seja ético, a começar pelo reconhecimento de que a própria formação se deu através da prática cotidiana com outros professores. Transformando-se juntamente com os outros professores.
A profissão de professor, diz, não é um ato solitário, tem que ser um ato solidário. “Se as escolas desenvolvessem um trabalho em que cada um fosse acolhido e no qual fosse dada a condição de aprender, não seria preciso falar de programas, projetos e planos. A escola cumpriria seu projeto político-pedagógico”, avalia o professor Pacheco.
A frase que não foi pronunciada
“Educar dá trabalho. Mas é um trabalho que dá bons frutos.”
Içami Tiba
Novidade
» Aplicativo de transporte só para mulheres já é adotado em São Paulo. A insegurança e a falta de punição aos criminosos têm feito com que as empresas criem novos valores para vender melhor.
Ordem
» Viralizou, na internet, o vídeo com o mote “antes de cuidar do país, eu vou cuidar da minha casa”. É que os pais estão preocupados com os novos fenômenos sociais plantados à força para destruir a família e a autoridade dos mais velhos.
Absurdo
» A Oi interrompeu o serviço de internet ontem, das 16h até a meia-noite, na região BSA LS01. O consumidor não recebeu aviso prévio para o corte. Quem depende da Internet para trabalhar teve que pegar o carro e buscar outro sinal. Ao que parece, as empresas que servem em Brasília vão adotar a tática. Interrompem os serviços, cobram a mesma coisa ou mais caro e fica por isso mesmo.
Consome dor
» Inacreditável. Agora é o gás de cozinha que pode ter mais de 10% de aumento no preço.
Artistas da cidade
» Flavita Obino dá a largada para concretizar o I Prêmio Celina Kaufman de Brasília. As patronesses já estão sendo contatadas.
Vote
» Paulo José, jornalista e poeta, está concorrendo no Festival de Música da Nacional FM de Brasília. Se quiser votar, é só procurar o título do festival. Ao todo, no site, as músicas já somam 15.227 votos.
História de Brasília
O IAPB já retirou a primeira daquelas casinhas bonitas de madeira, que ficam de frente para o Eixo. Foi transportada para Taguatinga. A operação começou ontem e, já à noite, estava terminada. (Publicado em 06.10.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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