Planeta água

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Alagamentos em Porto Alegre após cheia do lago Guaíba. Foto: Ricardo Reinbrecht

Catástrofes ambientais ocorridas em todo o planeta em decorrência do previsto efeito estufa, vão deixando patente que o mundo, e sobretudo a espécie humana, protagonista desse processo, terão, doravante que começar a exercitar um novo modelo de exploração da terra, caso desejem ainda permanecer existindo. Essa é uma, entre milhares de outras constatações que podem ser incluídas no rol dos fatos incontestes. Ou é isso ou aquilo que vamos assistindo, com cada vez mais frequência.

Nesse planeta água, a terra entra em fusão sob nossos pés. O que os cientistas ligados às questões do meio ambiente têm afirmado, é que entramos num ponto de não retorno. O start ou o ponto de inflexão de todo esse novo momento que estamos assistindo foi dado em data incerta. O que parece certo é que esse século XXI, cuja inauguração se deu com a sinistra derrubada das Torres Gêmeas em Nova Iorque, será marcado por desafios que a humanidade jamais experimentou anteriormente, salvo aqueles mencionados na Bíblia, que relatam os acontecimentos durante o período do dilúvio.

Talvez o que menos importa nesse instante seja a busca por culpados por toda essa reviravolta que vai ocorrendo em nosso planeta. O que importa e de forma urgente é revisar alguns modelos de exploração dos recursos naturais do planeta e de nossa conduta coletiva que nos trouxeram até aqui.

Para um planeta que caminha para abrigar oito bilhões de habitantes, livrar com urgência dos sistemas de produção de alimentos e da exploração de outras riquezas, não será tarefa fácil. Talvez esse seja também um esforço que não caberá apenas aos governos, mas sim, a toda a coletividade humana.

Por todo o mundo, vai ficando cada vez mais claro que a força coletiva ou sociedade civil, tem sido muito mais eficaz na resolução de calamidades climáticas de grandes proporções do que aquelas mostradas pelo Estado. O caso do furacão Michel que assolou a Flórida em 2018, deixou antever ao mundo que a cooperação descentralizada da sociedade civil foi um fator, por excelência, para minorar as consequências advindas daquela tormenta que deixou mais de 80 mortos, com prejuízos de dezenas de bilhões de dólares.

O mesmo fator é agora reafirmado no caso das enchentes que destruíram boa parte do território gaúcho. Tolice o governo querer competir midiaticamente com as ações voluntárias, demonstradas pela sociedade civil local. As imagens e, mesmo o imaginário coletivo, provam a força dessas comunidades. Impressionante no caso do Rio Grande do Sul, é que essas populações que se desdobraram para salvar vidas, jamais, em tempo algum, tiveram quaisquer treinamentos prévios, agindo apenas com base na força da solidariedade e do destino comum.

Na realidade esse parece ser o mote atual que deve nos mover daqui para frente: destino comum. Seguramente, por habitarmos esse planeta ferido de morte por nossas ações temos que ter em mente que temos, ricos e pobres, um destino comum. A resposta do Estado, e sobretudo a resposta de um governo envolto com uma séria crise econômica, centralizada e burocrática não é páreo para o ultimato veloz do clima.

As críticas ajudam no aperfeiçoamento das ações, pois apontam falhas e, muitas vezes, mostram soluções adequadas. Antigamente se dizia que é quando a maré baixa que podemos constatar quem é que estava nu. No nosso caso particular, podemos confirmar que não era população flagelada. É certo também que não iremos minorar a dor dos nossos irmãos do Sul, com palavras ou outras condolências cerimoniais e formais. Mas ainda assim é por meio da palavra denunciada que iremos alertar que somente hoje em nosso país temos uma população de mais de meio milhão considerados fugitivos do clima.

Em todo o mundo, esse contingente alcança mais de um bilhão de pessoas. Para se ter uma ideia dessa situação fora da roda é preciso lembrar que em pouco mais de um ano o nosso país teve mais de 12 eventos climáticos extremos e, até hoje, não nos preparamos para as adversidades climáticas.

A frase que foi pronunciada:

“A crise climática não é uma questão política; é um desafio moral e espiritual para toda a humanidade. É também a nossa maior oportunidade de elevar a consciência global a um nível mais elevado.”
Al Gore

Al Gore. Ex-vice-presidente dos EUA. Al Gore discursando na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) de 2021 em Glasgow, Escócia.
Foto: ©Ian Forsyth/Getty Images

Solidariedade
Várias instituições públicas unidas para prestar socorro ao Rio Grande do Sul. No Senado, Ilana Trombka, diretora da Casa, lançou a campanha de doação de cinco mil cobertores organizada pela Liga do Bem. Voluntários ajudam a separação das doações recebidas.

História de Brasília

O argumento de que Brasília é uma cidade em formação prevaleceu, e não teremos, assim, “forças terríveis” pressionando a administração. (Publicada em 08.04.1962)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #Alagamentos #AriCunha #Brasília #CatástrofesNaturais #ChuvaNoRioGrandeDoSul #CirceCunha #HistóriadeBrasília #Mamfil #MeioAmbiente

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