“João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ que não amava ninguém.” Transportando o texto de Carlos Drumond de Andrade para vida árida e sem poesia da política nacional, numa exercício de paráfrase teríamos mais ou menos a seguinte sentença: Lula elegeu Bolsonaro que elegeu Lula que elegeu os militares que não mais elegeram ninguém.
Tal é o que parece estar se desenhando no horizonte do país, com as eleições de 2022 para desespero dos brasileiros de bem. Não há poesia possível, capaz de trazer um naco sequer de luz quando o que está em cena é o breu da política nacional e principalmente de seus protagonistas. O resultado da radicalização e do nonsense que tomou conta da política em nosso país desde o final do século passado, , sinaliza que o final dessa história irá conduzirmos de volto ao beco sem saída da irracionalidade.
Um beco escuro que já conhecemos no passado e para o qual fomos empurrados à força por obra e graça do comportamento arrivista da nossa classe política. O consenso como saída para essa e outras crise, não existe, por conta também do egoísmo que faz com que nossas lideranças políticas sejam incapazes de tirar os olhos do próprio umbigo.
A fórmula do quanto pior, melhor para o adversário, é sempre construída com o sacrifício dos cidadãos e do país. A população, que a tudo assiste entre atônita, passiva e temerosa, não tem a quem recorrer. Nem Congresso, nem tribunal algum pode socorrer ou sequer demonstra interesse em acudir o gado marcado à caminho do frigorífico.
A população lúcida, espera pelo pior, como quem espera por seu algoz. De algum lado dessa estrada bifurcada, como o chifre de um bode, ele virá. Na verdade, como no poema de Carlos Drumond de Andrade, a Quadrilha, nenhum dos personagens, que hoje se apresentam para, mais uma vez, pedir a mão da nação em casamento, ruma para esse matrimônio levado pelas asas do cupido ou por quaisquer outros nobres sentimentos. Buscam essa celebração não como quem busca a harmonia e o bem de alguém ou de algo. Estão a caminho do altar da eleição, movidos apenas por propósitos cegos que nem a Deus confessam. As alternativas à essa espera do Godot nefasto são escassas e podendo acontecer, caso tudo isso não passe de um sonho turbulento, numa noite de febre alta. A alternativa então viria com o despertar uníssono dos eleitores, pondo um fim ao pesadelo anunciado.
A frase que foi anunciada:
“Todas as vezes que venho à Brasília vejo que essa cidade, realmente, fica mais perto do céu.”
Nívea Melina Madureira Yamim
Encrenca
Começam as mobilizações por reajuste salarial. Não é para menos. No supermercado o aumento de preço foi desproporcional nos últimos 3 meses. A gasolina nos últimos 6 meses dobrou o valor. O fato de estarmos em ano de eleições não fez os preços baixarem, o que seria muito melhor que aumento salarial.
Reconhecimento
Ao postar uma foto nas mídias sociais de quando governava Fernando de Noronha, Fernando Cesar Mesquita pode ver como é querido. Sua competência, educação e o jeito de administrar falando a verdade cativou muitos, por onde passou.
Alquimia
Quem busca na Internet o debate entre Geraldo Alckmin e Lula não acredita que possam trabalhar juntos. Aquele Geraldinho de Pindamonhangaba não é mais o mesmo. Ou era um alguém vestido de outro.
Palha
Não dá para compreender como um restaurante recebe autorização para funcionar tendo palha no ambiente. Não é o primeiro que incendeia nessas condições. Ninguém foi ferido. O que parece ser mais uma oportunidade para evitar novas tragédias. A inspeção na Casa Maaya falhou.
Obrigada, dona Weslian
Nem todo mundo sabe, mas foi a figura ingênua e simples da dona Weslian Roriz que deu início à entrada de mulheres no Corpo de Bombeiros. Ao participar de uma solenidade quis saber de Joaquim, onde estavam as mulheres. No concurso seguinte já estava admitida a força feminina na corporação.
Martírio
Uma viagem de ônibus entre Juiz de Fora e Brasília dura mais de 15 horas. O ônibus para em vários lugares na estrada, inclusive de madrugada, o que deixa os passageiros apavorados. Quando teremos um governo que empenhará os impostos em trens para percorrer esse país com segurança e baixo preço?
História de Brasília
As escolas do Plano Pilôto serão mesmo cercadas de arame. Cai por terra o plano de cercá-las de jardins, mas o povo é mal educado demais, e, não encontrando cêrca, invade os prédios para danificá-los e roubar.
(Publicada em 16/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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