ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Na madrugada de sábado para domingo de carnaval, um morador de Ipanema acordou com gritos vindos da orla. Foi conferir o que havia e, da janela de seu apartamento, viu um bando de jovens que promoviam um grande e cruel arrastão. A tática usada era sempre a mesma: dezenas de marginais cercavam a vítima, que era brutalmente, espancada e depois derrubada ao chão. Na sequência, roubavam tudo o que podiam carregar, deixando o coitado exangue, depenado e aturdido no meio da avenida.
Usaram da mesma estratégia contra dezenas de transeuntes, sem serem importunados por mais ninguém. O morador aflito, que filmou a sequência de violência e roubos, em vão, por diversas vezes acionou a polícia. Diante do descaso, fechou a janela e voltou a dormir. Era a única coisa a fazer.
Cenas como essa se repetem pela maioria das capitais do país, num contínuo absurdo que parece conduzir a todos ao imobilismo e a resignação. Pode parecer coincidência, mas infelizmente não é. O fato de os brasileiros assistirem hoje a uma escalada, sem precedentes, de crimes de toda a natureza, com milhares de mortes violentas, revoltas em presídios, chacinas e outras barbaridades, que fazem de nosso país o mais violento do planeta na atualidade, tem suas raízes bem fincadas no modelo de governo implantado entre nós a partir de 2002.
Não se trata aqui de empurrar para esquerda um problema histórico, mas, tão somente, de constatar que esse recrudescimento do crime, de uma forma geral, veio na esteira do que sempre pregaram seus ideólogos originais, principalmente Gramsci, Marcuse e Marx.
Para esses filósofos da esquerda, um dos mais curtos caminhos, rumo a revolução do proletariado, era justamente aquele que buscava desqualificar as instituições burguesas, a começar pela própria justiça, tomada aqui como primeiro empecilho a ser vendido. Não é por outra razão, que o lulopetismo, na figura de seu demiurgo maior, tem seguidamente desqualificado a ação da justiça que o condenou a 12 anos de reclusão em regime fechado.
Não é por outra razão também que próceres desse partido têm pregado com insistência a desobediência civil e uso da violência para fazer valer seus pontos de vista. Inclusive com a ordem, sugestão ou conclamação saídas da boca de autoridades do poder Executivo e Legislativo.
Indiferentes ao avanço da lei, insistem na candidatura de um Ficha Suja. Infelizmente a imprensa não tem mostrado à população a lista de circunstâncias, testemunhas, que serviram de fundamentação para a sentença dada.
Não é sem propósito que movimentos como a CUT, MST e MTST têm pregado abertamente as arruaças, as divisões, o ódio e o sangue. Para fazer valer seus pontos de vista, pregam o caos internamente e buscam, sem pudor, denegrir o país no exterior, através de propagandas contínuas, falando de golpe e outros absurdos.
A Venezuela, tão querida desse partido, é hoje o retrato acabado desse tipo de tática, que busca a hipertrofia do Executivo, por meio da aniquilação total do judiciário. É bom que nossos ministros do Supremo Tribunal Federal se atentem para não colocar a Justiça como a peça que faltava para finalizar o intento de acabar com o Brasil também.
Pergunte à um venezuelano típico, desses que fogem aos milhões pelas fronteiras, com toda a família, a pé e com fome, o que pensam agora de um tal bolivarianismo do século XXI e que lições e avisos podem nos oferecer sobre essa experiência!
A frase que foi pronunciada:
“Seja qual for o país, capitalista ou socialista, o homem foi em todo o lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro, forçado a um estado de estupidez.”
Simone de Beauvoir
Absurdo
Alunos da Vargem Bonita vão desistindo aos poucos de estudar. Escola sem recursos, transporte difícil, tudo conspira para que deixem a Educação em outro plano. A Secretaria da Educação está longe de alcançar, efetivamente, os objetivos propostos. Principalmente com os alunos da noite. Entram sem saber nada e são aprovados sabendo muito pouco. Isso sem falar em um ano feito em um semestre.
Release
A Associação dos Juízes Federais lembra o que aconteceu depois da Operação Mãos Limpas na Itália. Com manobras legislativas visando a extinção de crimes e redução de prazos prescricionais, além da perseguição aos magistrados que atuaram firmemente na apuração e condenação dos criminosos. E que se lembre que o Poder Judiciário ainda é, hoje, aquele que pode garantir que os direitos individuais e da coletividade sejam protegidos frente às inúmeras ameaças e arbítrios cometidos todos os dias. A nota se refere a um editorial de um jornal de grande circulação e foi assinada pelo presidente da entidade, Dr. Roberto Carvalho Veloso.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O cargo, que devia ser entregue a quem entende, está sendo disputado por políticos, alheios aos problemas administrativos, e ausentes dos encargos. (Publicado em 13.10.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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