Pauta urgente: Reformar os Tribunais de Contas

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Charge do Spon Holz

Passados mais de três décadas da promulgação da Constituição de 1988, já deu tempo suficiente para desconfiar e perceber que o modelo desenhado por aquela Carta para o funcionamento e composição dos tribunais de contas está muito longe do que exige um Estado Moderno, principalmente no que concerne as questões relativas ao controle e fiscalização dos gastos públicos. A quebradeira dos estados e os recorrentes e múltiplos casos envolvendo a malversação do dinheiro público, bem como os escândalos em que membros destacados dessas cortes surgem no noticiário policial, reafirmam a urgência e tornam inadiáveis a realização de profundas reformas dos tribunais de contas. Há inclusive um consenso daqueles que conhecem o assunto de perto, que dizem que as reformas políticas, de segurança pública ou mesmo a reforma de previdência perderiam sentido, caso não sejam acompanhadas de reformas também nessas Cortes.

Mesmo que as propostas apresentadas pelo Ministro da Justiça, Sérgio Moro, venham a ser aprovadas no Legislativo, perderá fôlego e pode vir a se desidratar seriamente, caso a reforma dos tribunais de contas não seja feita de forma correta.

Falar em aprimoramentos e modernização e outros eufemismos com relação às mudanças nesses tribunais que fiscalizam o dinheiro dos contribuintes, de nada adianta dado o adiantado estado de descontrole por que passam essas cortes. A tese central, num problema dessa magnitude, é reconhecer, logo de saída, a enorme importância que os tribunais de contas têm para a sobrevivência de um Estado Democrático de Direito e para o bom funcionamento das instituições republicanas, conforme exige a Constituição.   Para tanto, é importante que esses tribunais estejam afinados às novas exigências de uma administração pública transparente e eficaz. Existem hoje em muitas empresas privadas que passaram a adotar o compliance, a governança e as boas práticas como modelo para sobreviver num mundo cada vez mais vigiado. Entre os especialistas e procuradores, há unanimidade quanto a receita a ser adotada para se iniciar, de forma efetiva, a reforma dos tribunais de contas, a começar pelo cancelamento de todas as indicações políticas para a composição dessas cortes, de modo que os conselheiros e ministros passem a ser alçados a essas funções somente por meio de concurso público rigoroso. Desse modo, os tribunais de contas ganhariam em qualidade técnica e ficariam onde sempre deveriam estar, ou seja, equidistantes e imparciais no julgamento das contas públicas.

Outra medida que parece ser consenso a todos que desejam um Tribunal de Contas eficiente e atuante é quanto ao fim dos chamados cargos vitalícios, que mais se assemelham a uma espécie de reserva de mercado, o que impede também o costume salutar das renovações nessas cortes.

A posse dos governadores, agora em janeiro, serviu bem para exemplificar essa falta de sintonia entre o que, eventualmente, havia apurado os tribunais de contas e o que os novos governadores encontram ao assumir seus postos. O que esses novos governadores encontraram ao abrir os cofres locais foram estados quebrados e falidos financeiramente em decorrência da irresponsabilidade fiscal ou de desvios de recursos, e que não foram devidamente investigados por esses tribunais além de não ter havido punição alguma.

O mais espantoso é que muitas dessas unidades da federação tiveram as contas julgadas regulares. A interferência política nos tribunais de contas é tamanha e tão nefasta que em certos lugares, como em Mato Grosso, a Assembleia Legislativa local resolveu que membros desse tribunal não necessitam ter curso ou formação superior. Note-se ainda que os TCs consomem algo em torno de R$ 10 bilhões ao ano e representam nossa mais importante trincheira ao combate à corrupção nos estados.

Sem essa reforma, em particular, fica um flanco aberto para que o país permaneça acorrentado a um passado de ilegalidades e abusos de toda a ordem.

A frase que foi pronunciada:

“É tanta mentira que o dia 1º de abril perdeu a graça.”

Dona Dita, aprendendo a ter cuidado com as fake news.

Charge do Milton César

Bem lembrado

Agora que motoristas são chamados pelo telefone ou aplicativos, não há mais necessidade de reservar as melhores vagas para Táxis.

Foto: aovivodebrasilia.com.br

Fica a dica

Na estranha engenharia de trânsito na saída do CA2, há eventos nas instituições firmadas por ali, onde filas de carros ocupam a passagem, atrapalhando o trânsito e os moradores.

Sucesso

A partir da compilação de textos do Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e do jornal eletrônico Diário do Poder, Dr.  Almir Pazzianotto construiu alternativas definitivas para o combate ao desemprego. Lançado pela editora Anjos o livro “30 Anos de Crise – 1988-2018”, assinado pelo ex-ministro, torna-se leitura obrigatória por quem tem as ferramentas nas mãos para mudar esse país. Veja no blog do Ari Cunha a foto do ex-ministro com a irmã caçula, Zaire, no lançamento do livro.

O ex-ministro com a irmã caçula, Zaire, no lançamento do livro

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Enquanto isto, candidatos a Inspetor de rendas reclamam que fizeram provas de outras matérias, antes de ter conhecimento da nota de uma prova eliminatória (Português). (Publicado em 15.11.1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha
Tags: #Corrupção #GastosPúblicos #HistóriadeBrasília #TC #TribunalDeContas AriCunha Brasília CirceCunha mamfil

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