VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Sem dúvida, o desertar para a necessidade de retirar o cidadão brasileiro da escuridão do analfabetismo foi uma das mais importantes contribuições do movimento modernista e que viria a ser parcialmente atendido somente com a chamada revolução de trinta, com a implantação das primeiras e mais importantes escolas públicas, fundadas nas capitais.
Embora ainda frequentadas em grande parte pela elite do país, foi graças a esses estabelecimentos que o Brasil deu os primeiros passos em direção ao saber. Pertence a esse período também a propagação de um lema que chamava a atenção para a necessidade de combate ao analfabetismo e que por muito tempo serviu como norte a alguns governos. Criado pelo escritor Monteiro Lobato, o lema dizia: “Um país se faz com homens e livros”, querendo dizer, nas suas entrelinhas, que o país realmente próspero se constrói com cidadãos letrados e cônscios de seus destinos, que não se deixam manipular, sabem da sua importância e possuem clareza sobre a condição humana e sobre o mundo em volta.
Passado exatamente um século dessas primeiras manifestações sobre a importância na aquisição do saber e domínio das letras, é possível constatar ainda que o Brasil ostenta algo em torno de 12% de sua população vivendo na escuridão absoluta do analfabetismo e outros tantos por cento ostentando o diploma de analfabetos estruturais, ou seja, sabem ler e escrever, mas não entendem o que escrevem ou leem.
O mais significativo e sintomático desse tempo de escuridão que parece estar de volta, com a televisão e outras atrações sabidamente sub culturais (sem contrapartida aos subsídios que recebem do governo), pode ser verificado nas grandes metrópoles brasileiras, também com o fechamento de praticamente todas as livrarias existentes.
Sem bibliotecas públicas de referência e agora com a despedida melancólica das poucas livrarias que existiam pelo país, parecem restar poucos caminhos para salvar o Brasil do subdesenvolvimento cultural: ou as grandes editoras de livros se unem, criando uma gigante do setor, ou o governo assume esse papel, deixando de lado estatais que produzem derivados de petróleo, e organize uma bem aparelhada estatal do livro, erguendo uma editora nacional e moderna, com a publicação de livros de alta qualidade a preços honestos e acessíveis a todos.
Ou é isso, ou será o retorno do bicho-de-pé e da barriga cheia de lombrigas.
A frase que foi pronunciada:
“Nunca conheci um homem tão ignorante que não pudesse aprender algo com ele.”
Galileo Galilei, físico, matemático, astrônomo e filósofo florentino.
Ainda isso
Depois da divulgação de que o Brasil ocupou as últimas posições no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizado pela Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), até agora, como política pública, o que se tem visto é a sugestão das Secretarias de Educação para que os professores não reprovem alunos. Sejam ruins ou péssimos.
Abuso
Pais de colégios particulares nos enviaram a foto de uma maletinha com alguns livros onde é cobrado nada menos que R$650,00. Material obrigatório para crianças de 4 anos de idade. Um verdadeiro absurdo! Veja as fotos a seguir.
Mosquitoeira
Criada por Antônio C. Gonçalves Pereira e Hermano César M. Jambo, a mosquitoeira é uma armadilha caseira que pode diminuir a proliferação de mosquitos. Veja a seguir como usar a garrafa pet para esse fim.
Mobilidade
Mesmo em locais onde há calçadas, cadeirantes preferem o asfalto para fugir dos postes no meio do caminho ou as sucessivas subidas e descidas de meio fio.
Sem emprego
Prova do desemprego na capital está na fila gigantesca formada em volta do Estádio Mané Garrincha. Gente com diploma em curso superior, experiência em diversas atividades administrativas, engrossaram as filas para o “banco de talentos” em serviços gerais.
Novamente
Dentre os inúmeros infiltrados que têm se concentrado em minar o pessoal nomeado pelo presidente Bolsonaro, agora chega a notícia de que a Polícia Federal já concluiu a análise sobre as mensagens que derrubaram o general Santos Cruz. Eram falsas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os candangos da obra do Hotel Nacional interromperam, ontem, seu trabalho para dar caça a um veado que apareceu em frente às lojinhas. (Publicado em 15/12/1961)
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