O mapa do tesouro

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Cazo

Na coluna anterior foi dada a ênfase à ideia de implantação de uma tríade de instituições formada por gráficas, bibliotecas e livrarias estatais visando o alicerçamento pedagógico e didático para a construção de escolas públicas de qualidade, seguindo não o modelo de empresas do Estado, criado apenas para atender as demandas fisiológicas de seguidos governos, mas que as escolas sejam voltadas para uma missão de longo prazo em prol da educação.

Não se trata aqui da constituição de mais uma empresa estatal obsoleta e dispendiosa, nos moldes do que já temos, mas de um conjunto de instituições voltadas, exclusivamente, para dar suporte ao ensino público de qualidade, num país, que todos sabemos, continental e com desigualdades enormes. Ocorre que, para atingir esse fim, não se pode, de modo algum, prescindir dos livros e principalmente do acesso a livros e edições de alto nível, englobando o que a literatura nacional e mundial tem produzido de melhor.

Obviamente que, para tão gigantesca tarefa, essa nova instituição deveria reunir, em torno de si, um corpo formado por intelectuais da área da educação de reconhecida expertise, além de educadores, empresários do ramo da editoração, escritores, professores e outros profissionais dedicados a um só objetivo: aplainar os caminhos para que todos os brasileiros entrem em contato e se aproximem mais dos livros.

Por certo, esse seria um projeto de longo prazo, já que reverter os índices que sinalizam que os brasileiros leem pouco em relação a outros cidadãos, mesmo do continente Sul, é uma realidade indiscutível. Ocorre também que, nos diversos certames onde a qualidade de nosso ensino, de forma geral, é posto à prova, o denominador comum que sempre surge indica que por falta de uma maior familiaridade com a leitura, nossos alunos não sabem interpretar um texto simples, indicando  com clareza, que assunto é ali abordado.

Para aqueles que insistem em argumentar que a Internet e os meios digitais da informática vieram para decretar, definitivamente, a morte dos livros, tal como o conhecemos, é preciso argumentar que, o salto mortal, dado por cima dos livros, para atingir a era da informática, jamais se completará de forma satisfatória, sem a base e os degraus fornecidos pelos livros.

Talvez essa seja a mesma sina apontada pelo antropólogo Claude Levi-Strauss em sua obra “Triste Trópicos”, de 1955, onde o pesquisador chegou a notar que estávamos destinados a passar da barbárie à decadência, sem ao menos conhecer a civilização. É esse salto no escuro que temos que nos precaver, precisamos criar bases sólidas para adentrarmos o futuro com segurança, ainda mais quando verificamos a imensa disparidade existente hoje entre alunos com acesso efetivo às redes de informática e uma imensa maioria formada por brasileiros off line ou fora das redes.

O fechamento de escolas, teatros, bibliotecas, museus, galerias, livrarias e outros diversos centros de cultura, fenômeno que já vinha sendo observado mesmo antes da pandemia, apontava para uma situação calamitosa que estava por vir.

Com o isolamento social, esse desmanche da culturas se acentuou ainda mais, empobrecendo a vida em cidades e forçando-nos a uma espécie de regresso ao tempo da barbárie. Temos que evitar esse retorno no tempo, dando, às novas gerações, o caminho das pedras e os mapas do tesouro, escondidos dentro dos livros.

A frase que foi pronunciada:

“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”

Mario Quintana, poeta, tradutor e jornalista

Mário de Miranda Quintana. Foto: wikipedia.org

Novidade

Até o dia 31deste mês, o contribuinte pode participar do programa Nota Legal, para abater o valor do IPTU ou IPVA. Uma novidade esse ano: quem estiver com o nome na dívida ativa também poderá usar os créditos para quitar os impostos.

Imagem: notalegal.df

Breu

Estranho o intervalo dos postes no Eixão. Cada vez mais espaçados, aumentando a escuridão.

Pintor

Otoniel Arte Brasil pode ser facilmente encontrado no FB. Com um colorido bem brasileiro o artista tem agradado muita gente.

Juntos

Gabi Luz, Conselheira Tutelar do Lago Norte, ficou impressionada com a participação da comunidade, além da PM e Polícia Civil, na busca de uma criança desaparecida na região. A união de todos atingiu o objetivo. A criança está em segurança, aos cuidados da mãe.

Gabriela Luz. Foto: facebook.com/conselheiratutelargabriela

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E há o mais grave. Altos funcionários recebem “dobradinha”, residem no Rio e mantém apartamentos fechados em Brasília. Aqui estão alguns da cúpula do Ministério da Fazenda: Hamilton Beltrão Pontes, Contador Geral da República: Luiz Sousa Pinto, Diretor da Despesa Pública: Luiz Dourado Magalhães, Administrador do Edifício da Fazenda e Afonso Almiro, Diretor Geral da Fazenda Nacional.

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CirceCunha #EducaçãoNoBrasil #EnsinoPúblico #HistóriadeBrasília #LeituraNoBrasil #Livros #Mamfil #MinistérioDaEducação

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