O maior presente

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Circe Cunha e MAMFIL

Uma grande loja de departamento da cidade fez uma pesquisa informal para saber qual era o presente de Natal, dos milhares de itens que estavam ali expostos, que mais despertavam o desejo de consumo dos clientes. Para a surpresa dos pesquisadores, a maioria das respostas indicava que os produtos mostrados, embora cobiçados por muita gente, não poderiam ser adquiridos na ocasião.Grande parte dos clientes usou como justificava os altos preços, ou, simplesmente, a falta momentânea de dinheiro. Mas a grande surpresa mesmo veio da descoberta de que a maioria dos clientes gostaria mesmo era de ser presenteada com a garantia de um emprego seguro, ou colocação no mercado de trabalho por um tempo prolongado. O emprego se tornou, nestes tempos de crise, o maior objeto de desejo de um em cada quatro brasileiros.No Distrito Federal a realidade não é diferente. De acordo com a Companhia de Planejamento (Codeplan), o contingente de desocupados está em torno de 240 mil pessoas. O desemprego na capital, em dezembro, afetava 15,5% da população. Comparada a 2015, a situação é ainda pior e os indicadores têm apresentado tendência constante de alta. Nos números não estão incluídos aquela massa de trabalhadores que simplesmente pararam de procurar colocação no mercado de trabalho ou aqueles que resolveram a questão por conta própria, fazendo bicos ou montando pequenos negócios.

Em comparação com outras capitais, o DF tem oscilado nos primeiros lugares quanto à maior taxa de desemprego. Trata-se de fenômeno gravíssimo com repercussões negativas em cadeia. Entre os países que compõem o G-20, o Brasil terá até 2018 aproximadamente 14 milhões de pessoas sem trabalho. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o fenômeno do desemprego ainda será, por um bom tempo, um dos grandes problemas nacionais. Para a OIT, o Brasil será responsável sozinho por 35% do número de desempregados do planeta. Trata-se da terceira maior população de desempregados entre as maiores economias do Ocidente.Não é pouca coisa. Para se ter uma ideia, os EUA, com uma população bem superior à brasileira, tem 5 milhões de desempregados a menos. O crescimento da informalidade e de empregos precários parece ser a tendência para este ano e para 2018, prevê. Pelo mundo, a situação é gravíssima. O relatório da OIT aponta o aumento de 11 milhões de desempregados a cada ano em regiões como o sul da Ásia e a África Subsaariana. América Latina e Caribe também inspiram previsões sinistras. O número de jovens na idade de trabalhar não corresponde às oportunidades oferecidas. Este será um ano em ritmo desacelerado. Nos países desenvolvidos, a alteração na taxa de emprego é mínima. A Europa também não mudará o quadro de dificuldades para preencher vagas de trabalho.A contração do PIB brasileiro, segundo a OIT, da ordem de 3,3%, refletiu em toda a América Latina e empurrou o continente para uma crise que parece ser de longa duração. No mundo, calcula a OIT, são mais de 201 milhões de desempregados. Até a construção civil, que era considerada o motor da economia, deu uma resfriada, com mais de 3 mil vagas eliminadas no período. O Brasil vai experimentando 20 meses consecutivos de fechamento de vagas formais. É a maior taxa da história do país.

A frase que foi pronunciada

“Meu querido, eu não tenho culpa de estar no poder. A culpa é sua que votou em mim. Agora aguenta”
Político corrupto, no poder pelo voto do favorzinho

Adeus
» Ontem, foi a despedida de Golda Pietricovsky de Oliveira. Nossa amiga no tempo de poeira e lama na construção da capital do Brasil. Cauby, com o olhar distante, parecia rememorar as décadas de experiências vividas e compartilhadas. Iara compreendia a roda da vida, mas esta lhe pisava as alegrias na memória. Ana Ghita recebeu um último beijo no ar, de despedida da mãe que parecia não estar mais presente, Otaviano guardava um aperto no peito ao perceber que só ouvirá a voz daquela fortaleza de mulher paulista dentro de seu coração. Ida lembrou que Golda era mulher de teatro, e que havia intensidade em tudo o que fazia no palco da vida. E arrancou aplausos efusivos e gritos com o nome de Golda de todos que ali estavam ontem. E a cortina se fechou.

Janeiro
» Quem atravessa a Ponte JK e o piscinão do Lago Norte vê algumas garças esperando o tempo passar. É que em setembro, quando as aves migram, sempre deixam um ovo por quebrar, aqui e ali.

Registro
» Puxadinhos serão oficializados. O GDF deu o prazo até fevereiro para os projetos. Quem não apresentar será penalizado.

História de Brasília

Se nós podemos, daqui, sugerir alguma coisa, que procurem o DFL, e prontamente uma linha de alta será levada até lá, e os falados geradores ficarão para alguma alternativa, se puderem funcionar. (Publicado em 21/9/1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha
Tags: Brasília Cidades Ari Cunha OIT Pietricovsky

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