VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Quando os antigos afirmavam que não há nada de novo sob o sol, sabiam o que diziam. “…A eterna repetição das coisas é a eterna repetição dos males”, ensinava Eça de Queirós (1845-1900). Nesse ponto, a repetição dos males também conhece a eternidade e, quanto mais esse tipo de passado se repete, mais penam o justo e o injusto.
Tão ou mais perigoso do que o desconhecimento do passado é não aprender com ele, de modo a evitá-lo. É como se buscasse a correta confecção de uma torta, a partir da repetição de uma receita errada. Quanto a isso, ensinava também o físico alemão Albert Einstein (1879-1955) que a insanidade é repetir os mesmos erros e esperar resultados diferentes. É como se sabe: o progresso é sempre trilhado por caminhos novos.
Com essa tese, marchar para o futuro guiando-se pelo retrovisor é como andar de costas. Desde sempre, os mais destacados pensadores e intelectuais vêm advertindo para os perigos que a busca de repetir o passado, sobretudo aquele que não deu certo para ninguém e ainda gerou prejuízos em vidas e em materiais, vem causando aos povos em todo o mundo. A única atualidade do passado está em suas lições, porque o que ficou para trás é o que existiu de concreto, como a lápide de um túmulo. O futuro é apenas fumaça e o presente só fará sentido depois de pronto.
Pode parecer que estamos andando em círculos ou num circunlóquio, mas o ponto central é esse e de nada adianta seguir em frente, sem absorver as lições do passado e sem se libertar desse círculo. Mais antigo ainda do que esses e outros infinitos conselhos nesse sentido é ler e refletir o que deixou escrito, na obra “O Príncipe”, o historiador florentino Nicolau Maquiavel (1469-1527): “Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos não merece a liberdade. Merece a escravidão. Um país cujas leis são lenientes e beneficiam a contravenção não tem vocação para a liberdade. Seu povo é escravo por natureza. Um povo cujas instituições, públicas e privadas, estão em boa parte corrompidas não tem futuro. Só passado. Uma nação, onde a suposta sociedade civil organizada não mexe uma palha se não houver a possibilidade de lucros não é capaz de legar nada a seus filhos, a não ser dias sombrios. Uma pátria onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal não é uma pátria, pois, nesse lugar, não há patriotismo, apenas interesses e aparências.
Um país onde os poucos que se esforçam para fazer prevalecer os valores morais, como honestidade, coerência, ética, honra, são sufocados e massacrados, já caiu no abismo há muito tempo. Uma sociedade onde muitos homens e mulheres estão satisfeitos com as sórdidas distrações, em transe profundo, não merece subsistir.
Só tenho compaixão daqueles bravos, que se revoltam com esse estado de coisas. Àqueles que consideram normal essa calamidade, não tenho nenhum sentimento. Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!”, finaliza ele, vaticinando que “chegará um tempo em que, um povo para combater a corrupção, talvez tenha que retroagir uns vinte ou trinta anos no Judiciário, pois é nele que se perpetua o mal.”
Se nem mesmo a certeza de muitos, de que o escândalo do Petrolão foi o maior caso de corrupção já havido no planeta em todos os tempos foi capaz de demover os cidadãos da ideia de permitir a volta ao poder de seus autores originais, por certo, esses e outros conselhos e alertas não foram aceitos. Resta agora sentir na carne os efeitos dessa teimosia. Tanto para os justos como para os injustos.
A frase que foi pronunciada:
“Apagão de líderes no rearranjo institucional.”
José Maria Trindade
Aliança
Carlos André Moizés e Adriana Souza Araújo se encontraram nas últimas eleições do Varjão. Na votação deste ano, já estavam casados.
Na trave
Por falar em eleições no Varjão, uma fiscal estava com a camiseta do time brasileiro de futebol e seu crachá foi arrancado. Enquanto não trocou a blusa, não voltou às tarefas.
Sucesso
Senado fez sucesso na Bienal Internacional do Livro de Brasília. A visitação foi maciça para conferir as mais de 100 obras apresentadas ao público. Por falar em Senado, uma visita à página do parlamento pode trazer muitos frutos. São oferecidos cursos à distância sem custo para os estudantes, além de ciclos de conversas sobre leis, Cine Debate, Rodas de Leitura, e muito mais.
Chuvas
Chegam as primeiras chuvas e o número de acidentes aumenta. Mais uma vez, motoqueiros que ultrapassam pela direita, entram na contramão, atravessam por ciclovias, pilotam em calçadas são os campeões de chamados por socorro.
História de Brasília
A cotação, ontem, do camarão, era de 800 cruzeiros o quilo, e a lagosta estava sendo vendida a 600. O peixe comum, os mesmos preços: altíssimos. (Publicada em 13.03.1962)
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