O fantástico mundo de plástico

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: thespaces.com

Como dizia o filósofo de Mondubim: o progresso é o avanço da poeira. No caso atual, onde o plástico já é dado como o maior problema mundial do meio ambiente, poderíamos parafrasear essa afirmativa, dizendo: o progresso é o avanço do plástico. Não restam dúvidas de que esse material, criado por volta de 1930 de um subproduto do petróleo, tornou-se um perigo ao colocar em risco todo o ecossistema do planeta, poluindo e destruindo a atmosfera, os rios, os mares, o solo, os animais e o próprio homem. Vivemos literalmente imersos na era do plástico, a tal ponto que encontrar hoje um substituto para esse material nos parece quase impossível.

O fato é que, a cada ano, mais de 13 milhões de toneladas de plásticos acabam indo para os oceanos. A situação é de calamidade e pode ser conferida a olho nu por qualquer pessoa. Existe uma enorme ilha, três vezes maior do que o território da França, que flutua entre a Califórnia e o Havaí, formada com mais de 1,8 trilhão de pedaços de plástico e que pode ser vista do espaço. É o símbolo de um modelo de progresso a apontar para a destruição do planeta. O mais preocupante é que essa ilha, com mais de 1,6 milhões de Km² e 80 mil toneladas de plástico, não para de crescer. Os ambientalistas já advertiram que, em breve, cada cm² de todas as praias do mundo serão invadidas por plásticos.

Charles Moore foi o primeiro que fez soar o alarme. O capitão e oceanógrafo norte-americano ficou horrorizado quando, em 1997, voltando com seu veleiro de uma famosa regata náutica se deparou com um verdadeiro mar de plástico, tão extenso que precisou de sete dias inteiros para atravessá-lo por completo, diz o relato do próprio Moore. Aos poucos, a situação de poluição causada pelo uso do plástico vai escalando para um patamar de extremo alarme.

Hoje, a maioria dos animais marinhos já apresentam, em seus organismos, quantidades preocupantes de plásticos e de micro plásticos, dissolvidos por todo o corpo. Também, nos seres humanos, já é possível encontrar quantidades preocupantes de micro plásticos dissolvidos por todo o corpo. Cientistas têm alertado que essa situação já chegou inclusive na atmosfera. Além da chamada chuva ácida, os pesquisadores já identificam que em gotas de chuva é comum encontrar também a contaminação por micro plástico. Esse material se infiltra no solo, contaminando a terra e atingindo os lençóis freáticos.

Ao contrário da chuva ácida que pode ser mitigada com a redução nas emissões de SO2 e Nox, os micro plásticos são extremamente difíceis de ser eliminados. O perigo é que eles podem ser não apenas ingeridos, como inalados também, acumulando-se em regiões sensíveis do corpo humano como o pulmão e o cérebro, afetando inclusive a placenta de bebês em desenvolvimento. Os impactos na saúde humana e dos animais e plantas são inúmeros e ainda difícil de serem avaliados em sua extensão, provocando desde inflamações recorrentes, estresse celular e interferência no sistema endócrino. O pior é que as correntes marítimas e atmosféricas ajudam a espalhar o micro plástico por todo o planeta, inclusive para os Polos Norte e Sul do planeta.

Até 1970 a produção de plástico se manteve relativamente dentro dos parâmetros. A partir daquela data a produção explodiu e continua a crescer de forma exponencial por vários motivos. Alguns pesquisadores alertam que se a produção mundial de plásticos continuar a crescer no mesmo ritmo, em 2-50 teremos acumulado em todo o planeta na forma de micro plástico mais de 1,1 bilhão de toneladas desse produto. Anualmente estima-se que mais de 430 milhões de toneladas são produzidas em todo o mundo. É uma produção que daria para envolver parte do planeta numa película plástica. E pensar que a maioria dos resíduos plásticos levam mais de 400 anos para se decompor na natureza. Nosso país produz cerca de 11 milhões de toneladas de plásticos por ano, sendo o 4º maior produtor mundial. Isso nos colocaria, pelo menos, em quarto lugar com relação a responsabilidade desse problema, que é de todos. Não se conhece por parte das autoridades do governo e da iniciativa privada, medidas eficazes para resolver esse que é também um dos maiores problemas de nosso tempo a exigir medidas sérias e urgentes.

Frase que foi pronunciada:

“Durante a maior parte da história, o homem teve que lutar contra a natureza para sobreviver; neste século, ele está começando a perceber que, para sobreviver, ele deve protegê-la.”
Jacques Cousteau

Zen

Teste sua paciência entrando no portal que dá acesso aos ingressos para fazer parte da audiência dos concertos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. A mídia não é amigável. Mas depois da vitória, ao chegar no momento de adquirir o ingresso, no lugar da emoção, a surpresa. Esgotado.

Teatro Nacional, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

Fome de cultura

Brasília tem um público enorme ávido pelos concertos regidos por Cláudio Cohen e convidados. A sugestão dos apreciadores da boa música é que a orquestra se apresente mais vezes no teatro.

Visita à Sala Martins Pena para reforma

Baldes no chão

Veja, no link Canal VistoLidoEOuvido, a situação da sala Martins Penna quando chove. Inacreditável que nossos impostos não tenham sido suficientes para um bom trabalho.

História de Brasília

Em Itabira, Minas Gerais, há um barbeiro que cobra cem cruzeiros pelo corte de cabelo para o público comum, mas cobra 150 para os funcionários da Vale do Rio Doce. (Publicada em 27.04.1962)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CirceCunha #HistóriadeBrasília #Mamfil #ManchaDeLixoNoOceano #MeioAmbiente #Plástico #Poluição

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