ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Por razões que escapam à compreensão e ao senso comum, quis o destino que a proclamação da República no Brasil, em 1889, introduzisse por aqui um novo sistema de governo, sem, no entanto, abolir completamente o anterior (monarquia), criando, a exemplo da jabuticaba, um modelo nosso, muito próprio, em que o presidencialismo seria doravante exercido por uma espécie de monarca sem coroa, mas com poderes claramente absolutos e no qual a antiga nobreza parasitária fosse substituída por uma classe política exploradora, composta, na sua grande maioria, por indivíduos de alto poder econômico e pouca imaginação.
Quanto aos antigos privilégios, que eram o alvo inicial dos republicanos, esses permaneceram não só inalterados, como em muitos casos foram ampliados ainda mais, criando uma espécie de presidencialismo absolutista em que o presidente, seu entorno imediato, bem como todos aqueles que ocupam altas funções de Estado, nos 3 Poderes, passaram a integrar uma elite blindada contra a realidade em volta.
Para manter o status quo, numa situação tão sui generis, foi criada, inclusive, cortes e leis especiais para julgar essa nova nobreza. Em outras palavras, introduziu-se, entre nós, apenas mudanças de nomenclaturas genéricas, sem, contudo, alterar o conteúdo do sistema de governo. Não é por outra razão que, desde aquela época, assistimos a um suceder de crises institucionais, por mais que continuemos, a cada nova crise, a reformar continuamente nossa Carta Magna.
A cada novo ciclo de crises, novas oportunidades se abriram para reformular esta situação e todas elas foram miseravelmente desperdiçadas, abrindo espaço para novas crises, num ciclo sem fim.
Com a chegada dos Partido do Trabalhadores ao poder, finalmente se vislumbrou a oportunidade de encerrar esse longo período de crise por meio de um ajuste histórico que poria fim às desigualdades, abrindo espaço para uma refundação da República, nos moldes em que ela é apresentada na teoria.
Não foi preciso nem uma década para perceber que com esses novos personagens o país não iria reajustar nenhum processo histórico, como ainda iria se embrenhar por meandros percorridos pelo mau-caratismo e que acabou por nos conduzir para a maior crise econômica, social e política de toda a nossa história desse país.
Para piorar uma situação, que em si já é calamitosa, ainda assistimos ao lento desmanche ético e político de um vice-presidente, enredado numa trama tecida por si e pelos seus homens de confiança.
Para salvar a própria pele não tem poupado nada. Começa a perder a dignidade.
A frase que não foi pronunciada:
“Falta abolir a escravidão que a ignorância impõe.”
Rui Barbosa em 2018
Historinha
À espera de Lula, o advogado de Lula trouxe à baila a história de La Fontaine: o lobo e cordeiro cuja moral é: “Onde a lei não existe, ao que parece, a razão do mais forte prevalece.”
A volta do mundo
Petistas insistiram que colocassem no Túnel do Tempo do Senado, onde estão os ex-presidentes, o registro do impeachment do Collor. Passados anos, ninguém insistiu na mesma iniciativa em relação a ex-presidente Dilma. Mas uma imagem editada, criada, está correndo vários aplicativos. Não perdoaram. Veja no blog do Ari Cunha.
Tensão
Eugênio Aragão, Dalmo Dallari e Bandeira de Mello são unânimes em afirmar que ordem de Moro veio antes da hora. Por essa eles não esperavam. Cada conselho dado ao ex-presidente vai repercutir na pena. Muita calma nessa hora.
Leitores confusos
Vai entender. O New York Times posta uma foto em frente ao Sindicato de São Bernardo onde os manifestantes são fotografados mostrando o polegar e indicador em forma de L. Nos Estados Unidos é a mesma coisa que dizer: looser ou perdedor! Os leitores vão ficar confusos já que a matéria é favorável ao Mr. Da Silva.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O “retornista” Adauto Lúcio Cardoso sugeriu 6 meses de Congresso no Rio, e 6 meses em Brasília, mas esqueceu de que o Congresso para funcionar, precisa de funcionários, de arquivos, de inúmeras repartições, enfim. (Publicado em 18.10.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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