Nossas casas se estendem para as ruas

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: agenciabrasilia.df.gov

Nossos parques e jardins, aceitem ou não algumas pessoas, são a extensão verde e natural de nossas próprias casas, como se fossem nossos próprios quintais. Por tanto, é preciso de atenção e do cuidado que cada um de nós dispensamos às nossas plantas e áreas verdes. Esse é o grande segredo que faz com que os parques e jardins, nos países do chamado primeiro mundo, sejam tão aprazíveis e bem cuidados.

Nesses países, a população tem interesse real pela manutenção desses espaços de lazer e de amortecimento do stress, a poluição sonora e do ar provocado pelas grandes cidades. Os parques e jardins possuem uma importância que vão muito além do paisagismo bucólico. Trata-se de um refúgio necessário ao equilíbrio mental das pessoas que vivem nas metrópoles, colaborando não apenas com o conforto ambiental, mas com a própria estrutura interna das pessoas.

Essa é a razão da existência de parques e jardins em cada cidade do mundo. Na realidade, é quase impossível encontrar, neste planeta, uma cidade, por menor que seja, que não possua sua praça central arborizada e florida, como um cartão de boas-vindas e como ponto de encontro das pessoas. Os parques e jardins existem porque têm uma função muito específica e importante dentro do contexto das cidades.

Não foi por outra razão que o grande urbanista Lúcio Costa idealizou a nova capital do país como uma cidade-jardim coberta de verde e com amplos espaços. No projeto de construção de Brasília, as áreas verdes, misturadas aos parques e jardins, mereceram tão ou mais empenho e entusiasmo do urbanista do que outras áreas adjacentes. O resultado desse sonho do projetista está aí hoje para todos conferirem.

Não existe cidade no mundo onde as áreas verdes sejam tão extensas e variadas como em Brasília. E isso é um importante referencial e uma comprovação cabal de que essa foi uma cidade planejada para os cidadãos brasileiros do futuro. Aqueles que viveriam e habitariam dentro de um jardim. Com tanta importância dada pelos idealizadores da nova capital aos espaços verdes, como eixo fundamental da concepção da cidade, fica difícil entender por que alguns habitantes dessa cidade, normalmente aqueles que a conheceram depois de pronta, não têm dado a devida atenção e cuidado aos nossos jardins.

Fôssemos fazer um apanhado dos descasos que podemos observar, quer caminhando por entre as quadras, quer numa visita a qualquer um de nossos parques e jardins urbanos, por certo, os erros e crimes encheriam centenas de páginas. Não cuidamos como deveríamos cuidar dessa parte externa de nossas casas, que são as ruas, e nem nos preocupamos em cobrar das autoridades por sua conservação. Corremos o risco de passar a morar não cercados de jardins, mas, literalmente, dentro do mato, com sujeira por toda parte, perigos, insetos que matam como os carrapatos, o mosquito da dengue e da leishmaniose que, por sinal, matou tantos cachorros na cidade que resolveram não mais pontuar em mapas as regiões de maior incidência. Voltamos ao tempo das cavernas.

Os jardins demonstram o grau de civilismo e de educação de uma população. Para um visitante que vem de longe e verifica como estão descuidados nossos parques e jardins, sem proteção, sem pessoal especializado na manutenção dessas áreas, a impressão que fica, e isso é correto, é que somos exatamente assim dentro de nossas casas.

A frase que foi pronunciada:

Hoje, apesar da minha aposentadoria, ainda tenho, como minha mulher cunhou, o mesmo adultério explícito, que eu tinha com as áreas verdes de Brasília. Você acredita em um negócio desse? Passo nos cantos e vejo as coisas erradas. Não vou ligar lá e dar opinião, mas vejo esses jardins se acabando.”

Ozanan Coelho

Ozanan Correia Coelho de Alencar. Foto: Divulgação/Novacap

Inovador

Deu certo a ideia do Podemos de adotar o Compliance no diretório nacional para fortalecer o compromisso com transparência e integridade na administração dos recursos públicos.

Arte: podemos.org

FIM DO FORO

Por falar em Podemos, o partido luta pela PEC do Fim do Foro Privilegiado, engavetada na Câmara dos Deputados há mil dias. A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, declarou que a votação da matéria é uma obrigação para com os brasileiros para “libertar o Brasil de quem comete crimes e usa privilégios para ficar impunes. Será o começo de uma nova Justiça em que todos serão iguais perante a lei.”

Charge da Lane

Última hora

Para o representante do povo que pensa em seus eleitores, um impeachment do presidente Jair Bolsonaro está fora de cogitação. Os primeiros parlamentares que se manifestaram contra este assunto foram Álvaro Dias, Igor Timo e Renata Abreu. O objetivo real é pacificar o país e não piorar a vida dos desempregados e vulneráveis.

Manifestação a favor do governo Bolsonaro na Avenida Paulista                                  Foto: Cristyan Costa/Revista Oeste

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A entrevista do Embaixador Antônio Cândido Câmara Conto, chefe do Departamento Administrativo do Itamarati, sôbre a mudança para Brasília, é uma chacota para com a cidade. (Publicada em 08/02/1962).

Circe Cunha

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Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CirceCunha #HistóriadeBrasília #JardinsEmBrasília #LúcioCosta #Mamfil #ParquesUrbanos #Preservação #VerdeEmBrasília

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