Desde 1960
com Circe Cunha e MAMFIL
colunadoaricunha@gmail.com
Definitivamente não tem havido, até o presente momento, por parte dos dirigentes deste país, qualquer demonstração tácita e prática sobre a importância dos princípios republicanos, sobretudo com relação à transparência nos atos de governo e no respeito pela separação entre os bens públicos e os privados.
O princípio republicano deveria ser entendido, na avaliação de muitos juristas, como a viga mestra do Estado Democrático de Direito, mas, infelizmente, não é o que vem ocorrendo, principalmente a partir da redemocratização. “O modo de fazer liberdade e democracia e de tratar da coisa pública numa República, consideram os teóricos do Estado, caracteriza-se pela seriedade, pela antidemagogia e pela fuga da propaganda, pela discrição e despojamento do Estado e dos governantes, pelo rigor, imparcialidade e pluralismo, pela abolição de todos os privilégios, a começar pelos irracionais, e pela transparência total do Estado.”
É justamente com relação à falta de transparência do Estado nas entabulações políticas diversas que residem os principais problemas que impedem os cidadãos de tomarem conhecimento sobre as ações do governo. A rigor, nenhuma repartição pública deveria ser blindada e inacessível aos interesses do cidadão. Nossas lideranças não entenderam ainda que os tempos são outros e o avanço da tecnologia, aliada à informação, acenderam o desejo legítimo e a necessidade por conhecer, a tempo e à hora, tudo o que se passa atrás das portas fechadas dos gabinetes. Não se admitem mais conchavos à voz miúda, longe dos ouvidos da população.
Quem se empenha a ocupar cargo público deveria saber e considerar que, ante a exposição de 400 milhões de olhos e de 400 milhões de ouvidos dos 200 milhões de brasileiros, qualquer sigilo soa como contrassenso surreal. Dessa forma torna-se descabido, para dizer o mínimo, que o presidente Michel Temer autorize agora a instalação, no Palácio do Planalto e em outros gabinetes de ministros na Esplanada, de aparelhos misturadores de vozes, de forma a embaralhar o conteúdo das conversas ao telefone.
Ações no sentido de apagar imagens de visitantes aos palácios e de destruição de arquivos de computadores e de agendas diárias passaram a se tornar rotina logo após a eclosão dos escândalos do mensalão e outros do gênero. Isso sem citar as novas cortinas nas janelas dos palácios. Ressalte-se que essas medidas foram invariavelmente adotadas em prejuízo aos princípios republicanos e, consequentemente, ao bem público, sobremaneira aos brasileiros que têm direito, garantido pela Constituição, de conhecer o que se passa nos meandros do Estado.
Ações como essas, adotadas no passado e repetidas no presente, só têm contribuído para aumentar a desconfiança da sociedade de que alguma coisa de muito podre ainda insiste em acontecer no reino da capital.
A frase que foi pronunciada
“Todo progresso resulta de pessoas que tiveram a coragem de tomar decisões impopulares.”
Adlai Stevenson, político americano
Faz tudo
» Mais novidades em relação ao Bloco D da Comercial da 213 Norte. Um supermercado resolveu adaptar o prédio às suas necessidades. Como as unidades são alugadas, os proprietários nem tomam conhecimento. Mais caixa d´água pesando sobre a estrutura do prédio, reformas, estacionamento em área verde. É bom a fiscalização ser proativa para evitar mais danos.
Ônibus
» Mais conservados, os ônibus que circulam pela cidade continuam não agradando aos passageiros. Demoram demais. Por isso o transporte ilegal ganha espaço.
Solução
» Uma alternativa de S. Paulo para amenizar o frio por que passam os moradores de rua é liberar o metrô para o repouso noturno. Com os abrigos lotados, há que ter sensibilidade e evitar o absurdo de uma pessoa morrer de frio por falta de apoio do estado.
Cores
» São muitas as fotos tiradas por moradores e turistas em Brasília em frente ao ipê roxo. Dois anos atrás, os ipês roxo e amarelo floriram no mesmo mês, julho. Mariinha e Claudio de Oliveira são autores das fotos que mais parecem poesia já postadas no Facebook.
Muito melhor
» Neuza Ribeiro comentava que a moda agora é levar uma matula caprichada de casa para as viagens de avião. Nada pode ser comparado com um sanduíche caseiro feito com carinho. O cheiro invade a aeronave, e a tripulação torce para que ofereçam as iguarias.
Compulsivos
» Na W3 Sul havia um colecionador compulsivo com a garagem lotada de coisas inúteis entre ratos e baratas. Essa doença, apesar de ser comum, ainda não ganhou uma política pública para livrar os pacientes que passam sem ser percebidos pela comunidade.
Dúvida
» Qual a diferença entre Brasília Moto Capital e Brasília Moto Week? Parece que este ano houve uma cizânia! A observação é de Ricardo Guirlanda.
História de Brasília
Aliás, em matéria de não saber do que se trata, quando a Varig quis se comunicar com o sr. Berta, em Nova York, e a ligação foi pedida, a telefonista não atendeu porque não sabia “que cidade é esta, dite por letra”. (Publicado em 30/9/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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