VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
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Não fosse por um motivo óbvio: contribuir diretamente para o sucesso ou o fracasso da economia interna do país, por certo, o assunto Petrobras e os preços internos dos combustíveis e derivados do petróleo seriam citados apenas nos rodapés dos noticiários brasileiros. Há alguns anos, sabe-se que a estatal Petrobras vive entre dois mundos aparentemente apartados. De um lado, como empresa criada graças aos recursos e poupanças dos contribuintes brasileiros, tem sido, desde muito tempo, acusada de praticar preços abusivos internamente, sempre com a justificativa de que o petróleo como commoditie de grande valor agregado tem seus preços oscilando conforme ditam os pregões internacionais desse bem, que cotam o preço do barril de acordo com políticas dos mercados internacionais, nos quais o Brasil não tem participação ou influência direta.
O que se sabe até aqui é que os acionistas dessa empresa não têm do que se queixar. O retorno do Partido dos Trabalhadores ao poder, depois de ter patrocinado o que seria o maior escândalo de corrupção do planeta, justamente usando essa empresa para desviar recursos para a legenda, volta agora nomeando seus diretores, mesmo contrariando a Lei das Estatais e prometendo interferir na política de preços da empresa, praticando populismo com o chapéu alheio. Que futuro pode ter uma empresa tão importante como a Petrobras nessas condições?
A situação da Petrobras é complexa e envolve questões políticas, econômicas e éticas. Como sociedade de economia mista, a Petrobras tem a responsabilidade de gerir seus recursos de forma eficiente e em benefício da população brasileira. Como estratégia em seu portfólio, assegura que o objetivo é “prover energia que assegure prosperidade de forma ética, segura e competitiva”. Além disso, como valor, indica o “respeito à vida, às pessoas e ao meio ambiente com ética e transparência, superação e confiança, orientação ao mercado e resultados”.
No entanto, as acusações de preços abusivos e o envolvimento em escândalos de corrupção colocam em questão sua capacidade de cumprir esse papel. A interferência política no preço sugerido da Petrobras também é preocupante, pois pode comprometer a autonomia da empresa e a confiança dos investidores. Além disso, essa prática pode gerar distorções de todo o tipo.
O que ninguém tem falado até agora é como deve ficar, doravante, a confiança daqueles acionistas fora do país, principalmente os pequenos investidores americanos que apostavam suas economias nas ações da empresa e tiveram uma desagradável surpresa quando vieram à tona os escândalos do petrolão e todo o conjunto de crimes cometidos dentro da estatal. Será que esses investidores, que foram salvos pela insuspeita justiça americana ainda confiam seus dólares nas ações dessa empresa?
A situação da Petrobras também é multifacetada, pois deve atuar em benefício do povo brasileiro, garantindo o fornecimento de energia e combustíveis a preços razoáveis e contribuindo para o desenvolvimento do país. Porém, a empresa também está sujeita a pressões políticas e econômicas que podem interferir em sua gestão e na definição de preços. A corrupção na Petrobras, revelada pela operação Lava Jato, é um dos maiores escândalos da história do Brasil e causou danos significativos à empresa e à sua reputação.
Contudo, é importante destacar que a Petrobras é uma empresa sólida, com recursos e tecnologias valiosas e um papel importante na economia brasileira. A empresa tem enfrentado desafios nos últimos anos, incluindo a queda do preço do petróleo e a concorrência de empresas estrangeiras, mas tem se adaptado e buscado novas oportunidades de negócios. O futuro da Petrobras dependerá, em grande parte, da sua capacidade de gerar resultados financeiros sólidos, de manter uma gestão transparente e ética e de se adaptar às mudanças no cenário político e econômico do país.
O controle político da empresa pode gerar incertezas e interferências indesejadas, mas cabe aos gestores da empresa e aos órgãos de controle garantir que a Petrobras continue cumprindo sua missão de servir ao povo brasileiro. Se a Lei das Estatais não for observada o futuro dessa estatal estará apenas nas mãos dos maus gestores.
A frase que foi pronunciada:
“Não há possibilidade de suspensão dos contratos assinados. Não há previsão para isso. Isso seria uma quebra de contrato. Se a Petrobras deixar de fazer algo que é obrigada a fazer, pode ser responsabilizada”.
Alexandre Calmon, sócio chefe da área de energia do escritório de advocacia Campos Mello Advogados à Reuters
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Na impossibilidade, sugeriríamos à Novacap ceder o Pavilhão da Spevea, no caminho do Hotel, ou uma sala da LBA, um pouco mais adiante. Se há alunos, rejeitar esse trabalho especializado é que é inconveniente. (Publicada em 17.03.1962)
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