Mesa Diretora da CL arma banquete da salvação

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Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIl

Não chega a ser surpresa a decisão da Mesa Diretora da Câmara Legislativa de suspender as investigações internas, por tempo indeterminado, contra os cinco deputados distritais afastados da Casa pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) a pedido do Ministério Público, no rumoroso caso da Operação Drácon.

Para quem conhece o modus operandi sorrateiro e o corporativismo maroto dos deputados distritais, a decisão do atual presidente da Mesa, Juarezão, tomada na calada da noite da última terça-feira, era só questão de tempo, até a poeira baixar e cobrir a memória com o pó fino do esquecimento. A armação da atual Mesa busca jogar para futuro longínquo e incerto as possíveis perdas de mandatos desses ilustres representantes da sociedade brasiliense. Trata-se, obviamente, de visível manobra, gestada depois de forte pressão feita pelos próprios acusados.

A medida, adotada sob o argumento pueril de que “não se pode condenar um inocente ou inocentar um culpado”, configura um arranjo puramente interno, arquitetado para anistiar uma camarilha para a qual, a população, ou mais precisamente os eleitores, já mostrou o cartão vermelho.

Caso existisse na CL um mecanismo de recall, semelhante ao que as montadoras de automóveis utilizam para tirar das ruas os carros com defeito de fabricação, esses deputados seriam automaticamente substituídos, sem trauma ou trambiques de qualquer ordem. A rigor, é preciso ressaltar que houve, por parte dos órgãos de justiça que analisam o caso, elementos mais do que suficientes para que fosse pedido o afastamento de todos os membros da antiga Mesa Diretora. Ademais, a sociedade, por diversos meios, já manifestou claramente seu desejo de que todos sejam afastados da CL, para que o processo de investigação tenha sequência livre, sem interferências indesejadas e prejudiciais.

Mais do que salvar da degola esses políticos sabichões, é preciso salvaguardar, isto sim, a população do Distrito Federal contra a malversação de seu suado dinheiro, pois cada centavo desviado representa um centavo a menos na prestação de serviços públicos. Uma visita às escolas da periferia ou a um hospital, como o do Paranoá, pode dar a dimensão da carência de recursos que esses estabelecimentos experimentam no dia a dia.

Caso a decisão venha a ser efetivamente publicada no Diário Oficial do DF, estará consumado, sob a chancela da Casa, o maior caso de afronta direta contra os cidadãos de bem da história de Brasília. Nesse caso, as repercussões negativas serão imprevisíveis e poderão se refletir igualmente sobre todos os membros da atual legislatura, levando de roldão protegidos e protetores para a vala comum dos políticos ladinos que a população quer ver bem longe.

A frase que não foi pronunciada
“Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.”
Mário Quintana — (O trágico dilema)

Procuradoria Geral I
Ainda sobre o ciclo de palestras da Procuradoria Geral da República, que começa em 6 de outubro, “Cartas na mesa: do sonho à realidade,” apresentação de Suely Sales Guimarães, doutora em Psicologia pela Universidade de Kansas, ex-pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), especialista em psicologia clínica e da saúde.

Procuradoria Geral II
A mediação do debate na PGR será de Roberto Lasserre. Advogado, vice-presidente da Comissão de Políticas Públicas sobre Drogas da OAB-CE e membro da Coordenação Colegiada do Movimento Brasil sem Azar.

Sem oxigênio
Corre na 2ª Vara da Fazenda Pública do DF uma lide entre a Linde Gases Ltda. e Distrito Federal. Trata-se da retirada dos aparelhos de oxigênio dos hospitais públicos. A magistrada Simone Pena pontua que a conduta da administração pública de “lavar as mãos” é reprovável. “Caberá ao Poder Judiciário decidir entre a vida humana e a ruína da empresa contratada”, finaliza.

PAD
MEC e Ministério da Transparência desbarataram crimes contra o erário no Pará. Dez funcionários do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará foram expulsos da administração pública. Depois da Operação Liceu, eles responderão por improbidade administrativa, lesão aos cofres públicos e ao patrimônio e proveito pessoal do cargo.

História de Brasília
Brasília precisa de um homem que tenha força para arrancar as verbas; arrancar é bem o termo. De um homem que entenda a equipe, que comande a equipe, e que queira Brasília. (Publicado em 15/9/1961)

Circe Cunha

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