DESDE 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br Colaborou: MAMFIL
Construído para ser um dos palcos dos jogos da Copa do Mundo de 2014, o Estádio Mané Garrincha, com capacidade para 72.788, é, de longe, o monumento aos esportes mais polêmico e desnecessário já construído no país.
Com uma média de US$ 11,4 mil gastos por assento, o estádio consumiu mais de US$ 830 milhões para ser erguido e se coloca em primeiríssimo lugar quando o assunto é o mais caro de todas as arenas construídas para receber os jogos da Copa. Em relação às arenas mundiais, é apontado como o terceiro estádio mais caro do mundo.
A enorme fortuna vinda do contribuinte enterrada numa obra gigantesca, em pleno coração da capital, até hoje não justificou o investimento e, pior, vem dando sucessivos prejuízos para os cofres públicos.
Sua manutenção custa ao contribuinte R$ 700 mil mensais. A monumentalidade da obra, projetada totalmente fora dos parâmetros estéticos da arquitetura da capital, chama a atenção de todos que passam naquela localidade por seu volume pesado, apoiado por dezenas de colunas, que lhe conferem um aspecto de objeto inerte, monstruoso e fechado.
A altura do monumento também não respeitou os prédios em volta, o que acabou conferindo a esse mastodonte de concreto uma importância que absolutamente não possui nem para o governo nem para a cidade nem para sua arquitetura desengonçada.
Não bastassem essas características para torná-lo um autêntico elefante branco, essa arena foi erguida numa cidade que não tem nem nunca teve tradição no futebol. Não possui times de expressão nacional e os poucos que se arriscam nessa modalidade não conseguem atrair público para assistir a seus jogos.
A situação beira o surreal: um estádio dessa magnitude, erguido numa localidade onde o futebol praticamente inexiste, em uma cidade onde a população padece de boa educação, boa saúde, segurança e transporte.
Só é possível uma explicação para um fato tão inusitado quando se suspeita que por trás dessa construção tenha ocorrido grandes volumes de propinas e outras modalidades do esporte da corrupção e desvio de dinheiro em obras públicas. Atletismo com a corrida da corrupção onde a disputa se resumia em saber quem levava mais vantagens às custas de uma população inanimada ou talvez uma luta de boxe em que a ética e a moral sucumbiram no primeiro round. Pode-se pensar também num salto ornamental no qual não há como fugir da lei. Da lei da gravidade e se esborrachar como partido.
Para não ter que arcar com todo esse gasto desnecessário, a equipe do governador Rodrigo Rollemberg, que herdou o paquiderme, tratou logo de mudar de finalidade, dando ao estádio a possibilidade de explorar outras fontes comerciais, como a criação de sala de cinema, teatro, academia, casa de shows. Mesmo essas atividades, pelas características de arena da obra, não parecem ter futuro promissor.
Enquanto a solução comercial não surge ou mesmo as sanções penais dos autores desse monumento não acontecem, o estádio continuará a ser palco da selvageria de torcidas organizadas vindas de fora e que transformam aquela arena no que ela é de fato: um monumento ao desperdício e palco de luxo para a violência no futebol, dominada hoje por facções e hordas criminosas.
A frase que não foi pronunciada
“ Vamos afundar o Brasil ou vamos refundar o Brasil?”
Sem ouvir direito a pergunta, alguém quis saber a resposta e também não entendeu.
Leitor
“Saiam do seu mundinho estreito e obtuso e estudem a questão dos meios de comunicação em outros países antes de escreverem bobagens. Assina Wonder Braga.” Apesar de o remetente do e-mail criado ser Wander Braga. Pode ter sido um erro de digitação. Vamos aguardar a resposta sobre a que países ele se refere. A coluna trazia na abertura o título TV chapa branca. Sr. Wonder ou Wander. Esse é um espaço democrático, onde quem pensa diferente e assina que diz é bem-vindo.
Sem tempo
Érica Vivian Leal Gonçalves, estudante, nos diz que está revoltada com o passe estudantil – DFTrans. Sem tempo para encarar a fila, está pagando R$ 12 por dia. A reclamação se estende à falta de publicidade sobre a entrega da documentação, prazo estendido para o dia 2 de junho para o recadastramento
Release
Informação importante para os pais e professores. Estudo da Organização Mundial da Saúde conclui que 32 milhões de crianças vivem com algum tipo de perda auditiva, que em muitos casos poderia ser prevenido. O baixo rendimento escolar, a troca de sílabas durante a pronúncia das palavras e a aparente timidez nem sempre querem dizer que a criança não quer estudar. O problema pode ser a audição.
Absurdo
Renato Mendes Prestes nos pede divulgação no seguinte. O restaurante Scenárius, que fica no Setor Comercial Sul, atendeu com qualidade e esmero seus clientes durante 21 anos. Precisou encerrar as atividades pela falta de segurança na área, assim como o fator determinante: a cracolândia do SCS.
História de Brasília
Daqui, um aviso aos gaúchos: não ponham seus carros no gramado da Câmara dos Deputados. Ela está seca, porque é natural no cerrado. Nas primeiras chuvas, ficarão novamente verdes, se você não puser carros em cima. (Publicado em 07/09/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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