Machismo e violência

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Desde 1960 aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

Dentro do que o psicanalista Gustav Jung denominou de Inconsciente Coletivo, podem ser encontradas muitas das características psicológicas que moldaram a mente da espécie humana e que, de certa forma, explicam nosso comportamento, mesmo aqueles mais desprezíveis.

Por razões que remontam à pré-história e aos primeiros hominídeos, alguns comportamentos do tipo oculto e inato foram sendo transmitidos às gerações futuras, por necessidade de sobrevivência, frente a um mundo hostil e inóspito. O machismo é uma dessas heranças ocultas.

Trata-se, segundo especialistas no assunto, de uma força arquetípica (primeiro modelo a ser tomado e seguido como correto). Como tal se fincou no inconsciente de todos. Em outras palavras, nascemos machistas, homens e mulheres, sendo que esse comportamento é mais ou menos reforçado ao longo da vida, de acordo com cada sociedade em que o indivíduo está inserido.

Obviamente esse comportamento primitivo não isenta ninguém de cometer verdadeiras atrocidades contra o sexo oposto.
No Brasil, de formação histórica patriarcalista, fincada na desigualdade patente de classes, esse comportamento encontrou ambiente, dentro e fora de casa, para florescer e se multiplicar. Isso não quer dizer que em outras partes do mundo o problema não ocorra.

Nos Estados Unidos, país modelo de desenvolvimento material, e da vanguarda do século 21, a cada 9 segundos, uma mulher foi vítima de ação violenta em 2008. No Brasil, naquele mesmo ano, pesquisas indicavam que 17% das mulheres temiam ser mortas pelos próprios companheiros. Em 2015 os casos de violência contra as mulheres cresceram 45%. Foram 76.651 casos registrados. Se fossem contabilizados os casos não devidamente denunciados, esse número chegaria perto de 100 mil.

Ocorrências de violência sexual, quando envolvem casos de estupro, assédio e exploração, passaram de 1.517 casos em 2014, para 3.478 relatos em 2015, o que equivale a um aumento de 129%. Atualmente são registrados 9,5 estupros por dia. A violência física predomina nesses casos. São quase 40 mil ocorrências de maus-tratos denunciados.

Há ainda milhares de casos de violência psicológica (23.247 casos) e violência moral (5.556 casos). Mesmo com a Lei Maria da Penha e a criação da figura jurídica do Feminicídio (lei 13.104/2015), os casos de violência contra as mulheres brasileiras prosseguem numa curva ascendente.

O caso recente da modelo Luiza Brunet e do milionário Lírio Parisotto deixa evidente que a violência contra as mulheres permeia todas as classes sociais, sem distinção.

Pesquisas indicam ainda que o álcool, as drogas e o mais antigo e nefasto dos vícios humanos, o ciúme, respondem pela maioria das causas da violência contra as mulheres. Como sempre, o caminho mais curto e recomendado pelos estudiosos para se chegar a uma convivência de paz entre homens e mulheres ainda parece ser a educação.

A frase que foi pronunciada
“As más companhias são como um mercado de peixe; acostuma-se ao mau cheiro.

Provérbio chinês
Novidade

» Reforma geral no terminal de ônibus de Planaltina. Marcos Dantas, da mobilidade, e o governador Rodrigo Rollemberg assinaram o contrato e a reinauguração está prevista para o ano que vem.

Mérito

» Quem merece apoio pelo belo trabalho que faz é dona Maria Vieira da Silva, a “dona Gracinha da Sanfona”.
A Secretaria de Cultura reconhece o valor de seu projeto, mas, aos 74 anos de idade, ela merece muito mais do que isso. Apesar das dificuldades físicas, ela faz questão de dedicar a vida para levar música para toda gente triste.

Início de julho

» Brasília sofre com surto de caxumba. Boletim da Secretaria de Saúde informa que o número de casos chegou a 960 em sete dias.

História de Brasília

Um dos êxitos do sr. Paulo de Tarso, como administrador, foi convidar técnicos, mesmo os que não conhecia pessoalmente, para o seu governo, dando a Brasília a dimensão de sua força, de seu desenvolvimento. (Publicado em 10/09/1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha

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