ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Na visão mesquinha e imediatista de grande parte das nossas lideranças políticas, os investimentos realizados em educação sempre possuíram o mesmo potencial de retorno em votos daqueles investidos em água e esgotos encanados. Por se constituírem em gastos em obras que quase ninguém enxerga de imediato, seus resultados, em termos eleitorais e de visibilidade do político sempre foram consideradas escassas. Por isso, acreditam, mais vale investir em obras vistosas, com enormes placas metálicas destacando o nome do benfeitor em letras garrafais, para que todos vejam e se lembrem desse realizador na hora de depositar o nome nas urnas.
O que esses prestidigitadores políticos parecem não entender é que obras de infraestrutura em saneamento básico e investimentos pesados na preparação de professores e na construção de escolas dignas do nome, por seus efeitos deletérios, possuem o poder de fixar na memória e na gratidão dos cidadãos atendidos o nome desse gestor em letras de fogo, gravadas diretamente na alma, principalmente nos mais novos.
A falta de água e esgoto tratados, possuem sobre os contribuintes, os mesmos efeitos malignos que o analfabetismo produz . Saúde e educação são os maiores bens que um Estado justo pode devolver aos seus cidadãos. Pouca saúde e muita saúva, os males do brasileiro são, já dizia o escritor Monteiro Lobato, há quase cem anos. A barriga cheia de lombrigas e cabeça vazia de ideias e de sonhos, os males históricos de nossas crianças são como uma marca indelével de nosso subdesenvolvimento.
Ao relegarem a um plano menor de saneamento básico e educação o que nossas autoridades conseguem de fato é resolver seus problemas do presente em termos eleitorais e adiar sine die o futuro de muitos e, por tabela, do próprio país. Dados recentes revelam o quão distante ainda estamos da universalização ao acesso a água e esgoto tratados e á uma educação básica de qualidade, requisitos fundamentais a cidadania e sem os quais todo o resto é inútil, inclusive a existência do próprio Estado.
Dez anos após entrar em vigor no país , a Lei de Saneamento básico ainda não conseguiu debelar esse problema de saúde primária. Em 2017, metade da população continua sem acesso a sistemas de esgotamento sanitário. Dados do Sistema Nacional de Informações dão conta que em 2015 mais de 100 milhões de pessoas não possuíam sistema de coleta adequados de dejetos, sendo que parte significativa desses esgotos eram lançados diretamente nos rios. O mesmo aconteceu com relação ao abastecimento de água tratada que avançou pouco desde 2007 quando a Lei 11.445 entrou em vigor. De lá para cá o acesso a água de boa qualidade passou de 80,9% para 83,3% em 2015, uma evolução ainda pequena para uma questão tão grande. O problema está presente tanto nas áreas periféricas das grandes cidades como em alguns municípios, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Na região Norte esta situação é ainda mais grave. Apenas 49% da população tem acesso a abastecimento de água de boa qualidade, sendo que com relação a coleta de esgoto esse número fica em míseros 7,4%. Entre o Amapá, com índices de coleta de dejetos de 3,8% e de abastecimento de água tratada de 34%, e o Distrito Federal há um abismo difícil de ser explicado á um estrangeiro. Na capital esses índices são de 95,6% e 84,5% respectivamente.
A frase que foi pronunciada:
“Temos duas escolhas nesta vida: uma é aceitar as coisas como são; a outra é assumir a responsabilidade de mudá-las.”
Denis Waitley, escritor americano
Desconto
Na Califórnia o transporte solidário é estimulado. Ao passar pelo pedágio, o carro que tiver mais de duas pessoas o motorista não paga.
Por justiça
Para não lotar as cadeias os juízes norte americanos apelam cada vez mais para as penas alternativas. Uma delas atingiu duas crianças e a mãe. Uma das crianças cortou o cabelo da coleguinha. O caso foi parar no tribunal. A pena para a mãe da garota que gostaria de ser cabeleireira foi cortar o rabo de cavalo da menina ali mesmo, no tribunal. A mãe fez o que o juiz mandou e protocolou uma reclamação contra o juiz criativo. Assim funciona um país onde a justiça atende quem não dorme em berço esplêndido.
ONG
Muitos norte americanos contribuem com a ONG https://www.childfundbrasil.org.br . Crianças de todo o país são apresentadas a seus padrinhos que pagam uma quantia simbólica por mês. Cartinha vem cartinha vai muita transformação na vida desses pequenos, que com o contato com os padrinhos conseguem vislumbrar uma vida melhor.
Consume dor
Vivenciando os altos dos preços nos aeroportos do Brasil o deputado federal pelo Ceará Vaidon Oliveira elaborou uma proposta que impede o abuso de cobrança nos alimentos em aeroportos. Uma garrafinha dágua por R$6 ou 3 pães de queijo por R$20 é realmente um roubo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Finalmente, não há nada que eu admire tanto quanto o trabalho das senhoras que se dedicam à caridade, e, em toda oportunidade, o meu desejo tem sido simplesmente o de ajudar. (Publicado em 11.10.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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