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jornalista_aricunha@outlook.com
MAMFIL com Circe Cunha
Das muitas lições que poderão ser retiradas, a partir das confissões do modus operandi das empreiteiras sobre a estrutura do Estado, nenhuma será mais valiosa para a correção de rumos futuros do que aquela que demonstrou que o capitalismo selvagem capturou e submeteu a nossa inexperiente democracia a seus desígnios materiais.Da mesma forma, restou clarificado que a chamada política dos campeões nacionais, na qual o BNDES enterrou, a partir de 2008, dezenas de bilhões de reais em créditos subsidiados e na compra de ações para criar grandes empresas brasileiras, na prática representava a capitulação do Estado Democrático de Direito a um novo poder, parasitário e enquistado na carne da República.Jamais esse tipo de situação ocorreria num governo transparente sem que, logo nos primeiros lances, fosse detectada a presença de um corpo estranho ao país. A desenvoltura com que esses alienígenas passaram a atuar no seio do Estado foi enormemente facilitada pelo amadorismo primitivo das principais lideranças políticas do país naquela ocasião.
Para entender, em toda a sua extensão, a interação criminosa e caipira que se estabeleceu entre políticos e empresários, faltam vir a público os possíveis diálogos travados internamente nas diretorias das empresas. Como tratavam do assunto, combinavam os apelidos e comentavam sobre o apetite de cada político. Imagina-se que tão logo algum político ou emissário deixasse a sala de reuniões, as conversas ficassem mais quentes. Espantados com a desfaçatez de como esses gulosos personagens iam em busca de propina, os empresários, por certo, caíam na gargalhada.Acostumados às altas rodas de negócios, onde é possível vender a própria mãe sem se dar conta do ocorrido, os empresários manipulavam com facilidade os ambiciosos agentes do Estado. Era como vender pirulitos para crianças. Claro, o que estava em jogo era o dinheiro suado da classe trabalhadora brasileira. Aí é que estava parte da graça. A outra parte é o jeito tosco dos ladrões caipiras que enchem mochilas e ceroulas de papel-moeda e saem pela rua vibrando com a empreitada. Com esse tipo de gente, pensavam consigo mesmo, seria possível negociar, a preço de banana, até mesmo os edifícios-sedes dos poderes Executivo e Legislativo.
Os apelidos caricatos conferidos pelos empresários aos políticos corruptos denotam o desprezo e a troça que dispensavam aos vendilhões do Estado. Para arrematar, “comme il faut” os negócios subterrâneos, as empreiteiras, obviamente exigiam que o selo de segredo de Estado por 30 anos fosse pespegado aos acordos espúrios. Abduzidos pelo poder avassalador do capitalismo nacional, as principais lideranças, pela paga de tostões, acabaram por comprometer a tal ponto a qualidade da democracia do país que hoje essa situação só pode ser revertida por meio de uma assembleia constituinte que busque a refundação do Estado. De preferência, uma assembleia livre da contaminação desses personagens. Antes, porém, é necessário providenciar, com urgência, a prisão, a devolução do que foi roubado e o confisco de bens de todos esses larápios, sem o que a nação não se sentirá recompensada.
» A frase que não foi pronunciada
“Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder.”
Millôr Fernandes
Ironia
» Entre as maiores contradições de nossa história, e que um dia vai constar nos livros didáticos, está a tentativa do Partido dos Trabalhadores em implantar o comunismo em toda a América Latina usando, para isso, os mais selvagens mecanismos do capitalismo representados por empresas como Odebrecht e congêneres. Obviamente, um tipo de comunismo restrito apenas as massas da base da pirâmide.
Será?
» O abandono do Setor Comercial Sul é assustador. A cada dia, menos salas e lojas funcionam. Anúncios amarelados indicam venda ou aluguel do espaço. Difícil saber, mas, se houver uma reestruturação arquitetônica e de segurança, a única saída será transformar em
Setor Habitacional e Comercial Sul.
Segurança
» Faltam mais semáforos para a travessia dos pedestres entre o Parque da Cidade e a Torre de TV. A distância é muito grande entre a saída do parque até o sinal mais próximo.
Pedestre
» Dizia o inesquecível deputado distrital Cafu que quem faz o caminho são as pessoas. Uma filmagem com drone entre a Torre e a Rodoviária daria para ver como tantas calçadas poderiam riscar o verde dando mais conforto a quem anda a pé pela cidade.
Vácuo
» No vácuo do poder aberto com as delações premiadas, com as autoridades perdendo a condição de lideranças, as facções criminosas e o crime organizado encontraram brechas até para editar e distribuir cartilhas e estatutos conclamando a luta
contra o sistema pressor do Estado.
» História de Brasília
O IAPI anunciou, há meses, que iria construir, ainda este ano, uma Escola Classe na SQ 409-410. Até hoje não foi sequer locado o terreno para essa escola. (Publicada em 26.09.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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