Israel é nosso último enclave

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Mahmud Hams / AFP

Golda Meir (1898-1978), ex-primeira-ministra de Israel entre 1969-1974, por sua experiência e forte caráter, demonstrados, entre outras ocasiões, durante a Guerra do Yom Kippur, em 1973, quando uma coalizão de países árabes lançou um ataque surpresa contra seu país, costumava lembrar a todos que a paz viria somente quando os palestinos e árabes baixassem as armas. No caso de Israel, era evidente que, caso viesse algum dia a baixar também as armas, imediatamente o Estado Judeu seria riscado do mapa do Oriente Médio. Tal parece ser a sina de Israel, cercada de todos os lados por inimigos que, sistematicamente, pregam o fim do Estado Judeu.

Consciente de sua situação permanentemente delicada, os judeus não puderam, em tempo algum abrir mão de suas defesas. Sempre viveram sob enorme tensão. Qualquer descuido é aproveitado pelo inimigo para promover um banho de sangue naquela região. Em 7 de outubro de 2023, foi assim. Um ataque terrorista, denominado Operação Tempestade Al Aqsa, coordenado por militantes do Hamas, matou, de surpresa, 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outros 240 reféns. De lá para cá, a situação desandou, com Israel bombardeando, diuturnamente, Gaza e outros redutos do Hamas, que usam como tática obrigar a população civil a se manter como escudo humano para os terroristas. Mais uma vez provocado, Israel não teve outra saída senão a guerra para proteger seu território e seu povo.

Desde 1948, quando lutou por sua independência, Israel não conhecia uma ameaça tão grave à sua existência. Gaza vive, desde 2007, quando o Hamas deu um golpe contra o governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP). A partir daí, passou a impor uma ditadura militar e terrorista sangrenta sobre os palestinos, obrigando-os a se juntar ao grupo numa ensandecida guerra santa ou Jihad Islâmica. Óbvio que, numa situação como essa em que a população é refém desse grupo de fanáticos, as mortes ocorridas durante o bombardeio israelense são representadas, em sua maioria, por civis. Não foram poucas as vezes que os árabes rejeitaram e até descumpriram os acordos de paz com Israel. Foi assim em 1956, 1967, 1973, 1982, 2006, culminando com o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023.

A situação de Israel é bem peculiar. Parte do mundo Ocidental apoia Israel, a única democracia moderna nessa imensa região, comandada por teocracias do tipo medievais. Alguns estrategistas militares, tanto da região quanto de outras partes do globo, concordam que Israel é hoje a única trincheira avançada do Ocidente contra o fanatismo islâmico, em sua intenção de dominar o mundo e aniquilar aqueles que denominam de infiéis. Em muitos desses países, é comum ouvir multidões, controladas por clérigos radicais, entoar gritos do tipo “morte aos infiéis”, “morte ao Ocidente” e “morte aos judeus”. O ódio contra ocidentais e judeus é incutido em toda a população, desde a infância nas escolas. Esses governos radicais insuflam suas populações contra tudo que difere do Islã. Buscar explicação racional para o fanatismo religioso é conjecturar sobre o nada ou sobre o desprezo do Hamas pela vida. O fato é que muitos insistem em ignorar que esses radicais estão transformando o mundo mulçumano e sua juventude em uma nação de mártires de Alá. Israel é, pois, nosso último e único enclave civilizatório, plantado em meio à barbárie, nessa batalha sem propósitos e que se prolonga desde os tempos das cruzadas.

Por diversas vezes, as lideranças desses grupos criminosos têm reafirmado que depois do massacre de 7 de outubro, muitos outros ataques virão na sequência, interminavelmente. Por essas razões, Israel sabe que qualquer medida que vise um cessar fogo, só servirá para que os terroristas se rearmem e voltem a atormentá-lo. É preciso mudar todo o quadro atual que levou ao conflito. O que ocorre nesta guerra e a difere de outras pelo mundo é que não é uma batalha entre duas forças ou dois exércitos, mas uma luta entre uma força regular e um aglomerado de terroristas, cujos objetivos contrariam os princípios de uma guerra tradicional. O que parece ter mudado em relação a mais esse conflito é que parte do Ocidente, antes se alinhado, automaticamente, a Israel, vive um momento de intensa polarização política, com extremistas da esquerda e da direita se digladiando pelo controle do Estado.

Como é sabido, os radicais políticos sempre foram contrários a Israel e ao povo judeu. Ao longo da história, há exemplos mostrando que ambos os espectros políticos extremos sempre nutriram ódio pelos judeus. O Relatório Anual Mundial sobre Antissemitismo, regularmente publicado pela Universidade de Tel Aviv, mostra que, em 2023, houve um aumento significativo no número de atos contra os judeus em todo o mundo. Esses atos recrudesceram ainda mais depois dos atos de 7 de outubro. Para seus formuladores, a data ajudou a espalhar um incêndio que estava fora de controle. Em Nova Iorque, onde vivem muitos judeus, houve o registro de mais de 330 crimes de ódio antissemitas, com mortes, vandalismo e ameaças diversas. França, Reino Unido, Argentina e Alemanha também registraram esses atos. No Brasil, houve um aumento de 432 incidentes para 1.774. Um número assustador, mas que coincide com posições assumidas vistas em redes sociais e entrevistas de autoridades.

A frase que foi pronunciada:
“Muitas vezes, fui acusada de conduzir as questões públicas mais com a emoção do que com a razão. Bem… e se for verdade? Aqueles que não sabem chorar com o coração tampouco sabem rir.”
Golda Meir

Golda Meir (1898 – 1978), ex-primeira-ministra de Israel, em uma conferência do Partido Trabalhista em Londres, Reino Unido, em 30 de novembro de 1974 / Reg Burkett/Express/Hulton Archive/Getty Images

História de Brasília
Essa comissão teve origem numa denúncia de empreiteiros, segundo a qual só recebiam suas faturas depois de “pagar por fora” cinco a dez por cento para a “caixinha”. (Publicada em 18/4/1962)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CirceCunha #GuerraNoMundo #HistóriadeBrasília #Israel #Mamfil #Palestina

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