Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Para os brasileiros que conseguiram sair ilesos da violência e da criminalidade que contaminam diariamente as ruas do país, ou que escaparam da brutalidade do trânsito, da falta de saneamento, das brigas, facadas e agressões na escola, a melhor recomendação para permanecer vivo, por mais um tempo, é ficar bem longe dos hospitais brasileiros, sejam eles públicos ou privados.
Erros primários, como o uso incorreto de equipamento, contaminação de material cirúrgico por descuido, negação dos funcionários em lavar as mãos e usar luvas, erros na dosagem ou de medicamentos inadequados, infecção hospitalar e outras barbeiragens levaram diretamente para os cemitérios, mais de 300 mil brasileiros no ano passado, numa média de 829 mortes a cada dia.
Segundo dados do Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, elaborado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, o pouco preparo técnico e humano, presente na maioria dos hospitais pelo país afora, acaba por provocar mais mortes do que no trânsito caótico de nossas cidades, mata mais do que doenças como câncer e outras mais comuns. Trata-se de um mal diagnosticado há muito tempo que, embora tenha solução e cura eficazes, nenhuma providência de monta foi adotada até hoje. Com isso, nossos hospitais públicos e privados permanecem sendo uma espécie de antessala dos necrotérios, onde se entra caminhando e se de maca, coberto por um lençol.
Quem passou pela experiência aterradora de ficar internado em enfermarias ou em unidade de tratamento intensivo (UTI) e, por milagre, saiu com vida desses lugares, relata sempre como é tênue e delicada a fronteira que separa a vida e a morte, dentro dessas instituições. A falta de civilidade entre profissionais de saúde que, acostumados com ambiente, falam alto, contam piadas, enquanto a luta pela vida fica a poucos metros. O tratamento desumano em muitas UTIs com profissionais que improvisam o tempo todo e trabalham no limite da paciência. Há também os talentosos, que trabalham com alegria sem perder o respeito pelo lugar. Conversam, chamam o paciente pelo nome, são atenciosos na medida certa. São raros, mas existem.
Em alguns hospitais públicos, viver, ou não, fica a critério da escolha de médicos que são obrigados a sortear quem vai receber tratamento nas entulhadas unidades de saúde. Contudo, quem passa por essa triagem limite tem ainda pela frente que driblar outras contingências para não ficar com sequelas físicas e psíquicas, que poderão comprometer atividades de rotina.
Óbvio que toda essa desestrutura de nossos centros de saúde tem um custo elevado. Pelo Anuário, os gastos com esses erros superam R$ 10 bilhões anualmente aos contribuintes. Para piorar o quadro, a falta de transparência e de informações precisas torna ainda mais precário o enfrentamento racional do problema, dificultando, inclusive, a decisão de muitos pacientes na hora de escolher um hospital confiável e de qualidade.
A frase que foi pronunciada
“Nos cursos de técnicos, enfermagem e medicina, é preciso deixar claro que o paciente continua humano quando precisa de cuidados. Ninguém quer me ouvir.”
Dona Maria Amélia, 87 anos, cansada da atenção que apenas controla a pressão, o açúcar no sangue, as medicações, a alimentação, o banho de sol.
Gratuito
» Os ministros do TST Aloysio Correa da Veiga, Douglas Alencar Rodrigues, Walmir Oliveira da Costa, Guilherme Augusto Caputo Bastos, Breno Medeiros e Claudio Mascarenhas Brandão conduzirão, em 30 de novembro e 1° de dezembro, um seminário para tirar as dúvidas sobre a reforma trabalhista. Com a participação, na abertura, do ministro Ives Gandra Martins Filho e coordenação científica do ministro Alexandre Agra Belmonte, o evento será no plenário Arnaldo Sussekind, no próprio tribunal. Inscrições pelo site do TST.
Exceção
» O Hospital da Criança, em Brasília, é muito mais que um corpo de funcionários capacitados, familiares presentes ou ambiente bem cuidado. É uma oportunidade de ver um corpinho lutando contra o câncer e ainda encontrando motivos para sorrir. É uma lição para qualquer um. Foram 2,5 milhões de atendimentos desde a inauguração.
História de Brasília
Consta que o sr. João Carlos Vital, ao rejeitar o convite para a Prefeitura de Brasília, teria aconselhado o sr. João Goulart a nomear o sr. Ernesto Silva. (Publicado em 8/10/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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