VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido
Imagens que circulam nas redes sociais vêm despertando indignação geral, pois mostram hordas de moradores de rua perambulando nas madrugadas pela Asa Norte, cometendo todo o tipo de vandalismo e crimes. As imagens foram captadas por diversos moradores locais e em ângulos diferentes. Escondidos detrás de cortinas e persianas, apavorados com o que documentavam, os brasilienses residentes em muitas áreas desse bairro assistem a tudo, com um misto de terror e desamparo.
São dezenas desses catadores de papéis e outros mendigos que se juntam e saem pelas ruas revirando lixeiras, quebrando e danificando placas e postes de iluminação, invadindo casas e roubando o que encontram do lado de fora nas varandas. Tudo é pilhado, desde vasos de plantas, containers, carros e tudo o mais que encontram pela frente.
Essas arruaças perigosas são sempre impulsionadas por um grande consumo de drogas e bebidas, tornando esses bandos ainda mais perigosos. O que espanta é que, nesses casos e por repetidas vezes, os moradores acionam a polícia, que raramente é vista para conter esses desocupados. Não é de hoje que se sabe que boa parte do dinheiro arrecadado com a coleta de papéis e outros produtos, assim como o que é amealhado com esmolas, é gasto na compra de drogas e bebidas.
Muitos desses moradores de rua também conseguem alguns trocados com a venda de drogas, principalmente o crack. A situação, como mostram as imagens, saiu de controle. Ao que os cidadãos assistem agora, na forma de um imenso problema social, é a formação embrionária das cracolândias, que migraram de outras partes da cidade para a Asa Norte e parte da Asa Sul.
Quando a madrugada chega, muitos moradores sabem que o pesadelo recomeçará. Ninguém, nesse momento, se atreve a sair de casa. Naquelas quadras situadas acima do Eixão, a situação é fora de controle. O prejuízo para moradores e comerciantes é sempre grande e constante. As ruas de nossa cidade, outrora tranquilas como cidades do interior, de uns anos para cá, se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. As polícias militar e civil parecem que não estão dando conta do recado, tamanha é a quantidade de chamadas pedindo socorro.
Nessas regiões, o que impera é o medo dos cidadãos que pagam impostos para serem usados em educação, saúde e segurança. Mas não é o que veem. Não bastasse as áreas verdes terem se transformado em locais de acampamento, agora toda a cidade vai se rendendo a um fenômeno que mistura problema social severo com criminalidade incontrolável e crescente.
O governo, ao qual a cidade e a segurança de seus habitantes são confiadas, precisa, o mais urgente possível, vir a público e apresentar um plano de segurança efetivo que ponha fim a essas ondas de banditismo. Ou se faz algo agora, ou a situação ganhará escala para um processo de guerrilha urbana, onde o “salve-se quem puder” será voz corrente.
A frase que foi pronunciada:
“Nós, o povo, não compreendemos nossos representantes.”
Entrelinhas do preâmbulo da Constituição brasileira
Aparências
Tocado pela situação do lavador de carros que trabalhava mesmo tendo deficiência, o morador da 213 Norte resolveu atender ao pedido. Comprou uma boa cadeira de rodas para o rapaz. Passados alguns meses, percebeu que o homem não lavava mais carros por ali. Perguntou ao porteiro que respondeu com um sorriso nos lábios: “Ele vendeu a cadeira que o senhor deu e sumiu daqui”. Meses depois, o destino colocou os dois cara a cara. O doador da cadeira, revoltado com o golpe, falou sem titubear: “Mas você usou a única perna que tem para passar em mim!”
Conquista
Um aumento de mais de 50% nas candidaturas de pessoas negras para prefeituras e câmaras municipais. A Justiça Eleitoral afirma que é apenas a segunda vez na história que isso acontece.
Consume dor
O deputado Jorge Viana, da Câmara Legislativa do DF, está no grupo que vai sair pela cidade para defender os absurdos praticados contra os consumidores. Um deles é desembolsar R$ 15,00 por uma garrafinha de água mineral, valor cobrado no aeroporto de Brasília. A solução vai ser instalar bebedouros, tanto no saguão de embarque quanto no desembarque.
História de Brasília
O assunto veio à baila, mesmo quando o deputado Ademar Costa Carvalho resolveu contar tudo ao prefeito Sette Câmara, e inúmeras acusações foram feitas à administração Laranja Filho. (Publicada em 18/4/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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