Gestão política arruína a economia

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Enquanto persistir o modelo de delegar aos políticos a gestão dos recursos públicos, todo e qualquer orçamento, por maior que seja, se mostrará sempre deficitário. Por mais absurda que seja essa tese, os fatos e a realidade financeira da maioria dos estados e municípios brasileiros comprovam e atestam que a gestão, com viés político, do dinheiro do contribuinte é danosa para a economia, para a cidade e para a vida das pessoas. Claro que aqui e acolá existem as exceções. Mas de tão raras, ficam mesmo como casos isolados e exóticos.

Os tribunais de contas dos estados e os legislativos, aos quais cabe a missão de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, agem, na maioria das vezes, divorciados dos interesses da população e em sintonia fina com os grupos majoritários e ocasionais da política local. O resultado desse compadrio generalizado na gestão financeira dos estados tem ocupado o noticiário há muito tempo e, de tão onipresente a passou a ser rotina e aceito como normal.

Esse Estado, formado dentro do próprio Estado, totalmente alheio à sociedade e ao mundo externo e, em muito casos, para evitar bisbilhotices, ergue muros legais que blindam suas ações contra a intromissão de cidadãos xeretas. De outra forma, como explicar, por exemplo, que faltam recursos para a compra de merenda escolar e insumos hospitalares, enquanto se garantem os altos salários e mordomias extras aos membros do alto escalão dos três Poderes?

O caso do Rio de Janeiro é emblemático. Naquela unidade da Federação, a Justiça simplesmente mandou bloquear parte dos recursos de um estado flagrantemente falido a fim de garantir que o pagamento mensal dos altos salários das Cortes locais fossem religiosamente depositados nas contas. Obviamente, essa medida, numa sociedade atenta, soaria como perfeito escárnio e seria intolerável. Mas de tão frequentes, medidas como essas acabam por se enquadrar dentro da nossa normalidade anormal.

Como explicar ainda que o Governo do Distrito Federal torre quase 80 % do orçamento da capital, que é um dos maiores do país, apenas para atender 6,5% da população, formada por servidores públicos. Não surpreende que, a cada mês, o GDF tenha que realizar uma verdadeira ginástica para pôr em dia uma folha de pagamento dessa magnitude. Com uma distorção dessa ordem, em que o número de servidores é quase do tamanho do orçamento, obviamente, resta ao governo se submeter às mais extravagantes medidas, retirando, inclusive, recursos de áreas prioritárias para cobrir gastos com salários.

Dos muitos alvos do GDF para a obtenção de recursos para cobrir salários, o Fundo de Apoio à Cultura (FAC) é o que mais tem provocado protestos. Claro que, persistindo em seguir por esse caminho, o GDF, mais dia, menos dia, chegará a um ponto qualquer. Tomara que esse ponto não seja à beira do abismo.

A frase que foi pronunciada

“Uma palavra bem pronunciada pode economizar não só cem palavras, mas cem pensamentos.”

Henri Poincaré

Leitor

» Chamo a atenção para outro tipo de barulho que está infestando o DF: o dos escapamentos das motos, com decibéis bem acima do tolerável. Será que Brasília, cidade sem buzina, que respeita a faixa de pedestre, também não pode ser a cidade das motos com os escapamentos dentro da lei?, indaga Osvaldo Abib.

Leitora

» Maria Magdalena Vaz conta que, na 109 Norte, o barulho é infernal. Já esteve no restaurante conversando civilizadamente com o gerente. Deu resultado. Mas durou apenas três dias.

Causa e consequência

» Um estudo realizado pelo audiologista Sargunam Sivaraj, da Universidade de Massey, na Nova Zelândia, mostrou um dado importante com músicos de orquestra, banda e DJs. A pesquisa avaliou os músicos em alta exposição sonora por um período superior a 20 anos. Mais de 60% deles, entre 27 e 66 anos, sofrem de perda auditiva.

Voltei

» Mozarildo Cavalcante foi barrado no Senado. Quase irritado com a falta de informação do segurança, foi salvo por outro mais experiente: “Libera! Ele foi senador”.

Vai que cola?

» O deputado Felipe Maia aproveitou a boa vontade do governo federal e jogou para ver se cola. Disse que, independentemente, de ser base ou oposição, deixava ali a sugestão para que o presidente Michel Temer analisasse estender os mesmos benefícios de ontem aos precatórios dos municípios.

História de Brasília

Os primeiros momentos de correria e de pânico foram os mais dramáticos que se podia registrar. No pátio de manobras, autoridades aguardavam o governador Leonel Brizola, e um grupo de alunos do Colégio La Salle estava presente com as bandeiras de Brasília e do Rio Grande do Sul.(Publicado em 28/9/1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha
Tags: Política Brasil Brasília ari cunha MAMFIL circecunha

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