Seu olhar mata mais do que carabina

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Criada por Ari Cunha desde 1960

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com Circe Cunha e Mamfil

“De tanto leva frechada do teu olhar / Meu peito até parece sabe o quê? /Táubua de tiro ao álvaro /Não tem mais onde furar.”
Adoniran Barbosa em Tiro ao álvaro
Essa música vem a propósito do que ocorre hoje com as nossas outrora gloriosas Forças Armadas. A Comissão que trata dos cada vez mais estranhos acontecimentos do dia 8 de janeiro próximo, tem sido, além de palco para as tradicionais exibições e destilações de ódios, o local ideal no qual as forças políticas da situação desfiram todo o tipo de ataque aos militares que ali depõem.
Impressionante e mesmo duro é assistir ao festival raivoso com que os parlamentares da esquerda se atiram contra os depoentes, numa clara e tardia manifestação de ódio pelo passado, ocasião em que o alvo principal na tentativa dos militares em debelar as fontes de terrorismo urbano, todas elas empenhadas na instalação de uma ditadura do proletariado no país.
Alunos de cartilhas, como a escrita pelo guerrilheiro Marighela , veem a oportunidade de encarar sentado em sua frente um oficial das Forças Armadas. O fato deve ser aproveitado, ao máximo, para humilhá-lo e ofendê-lo, mesmo sabendo que essa nova geração que hoje está nas fileiras militares não teve participação nos acontecimentos pós 1964.
A cada novo militar que se apresenta perante essa Comissão, transformada num verdadeiro circo de proselitismos e grosserias, alguns  políticos, aproveitam como podem para rebaixá-los, com afirmações e outras acusações presumidas e sem lastro comprobatório e fático. A cada nova interrogação, seguem-se ataques pessoais e outros impropérios, todos eles recheados de uma grande carga de ódio.
Mas o que impressiona mesmo é observar como as Forças Armadas, têm permitido que esses ataques sejam levados as últimas consequências da civilidade, ferindo de morte o brio dos militares. O que se sabe, à miúdo, é que tem partido do próprio Palácio do Planalto a ordem para que todos os militares que comparecerem à essa CPI, sejam tratados à priori, como inimigos do governo a aliados do antigo governo e, portanto, recebam o pior tratamento, inclusive estendendo essas acusações e esse festival de enxovalhamentos à toda as Forças Armadas.
A tática do atual governo é levar os militares ao descrédito público, mostrando com isso a necessidade de reorganizar essa instituição armada às conveniências de um governo de esquerda.
Os políticos presentes nessa Comissão e que forma a turma unida do governo, cumprem essa missão à risca. O pior nessa estratégia de terra arrasada é que esse ardil, mais cedo ou mais tarde, pode se virar contra essa gente, revertendo o jogo. O imenso esforço que tem sido feito pela situação política para levar o ex-presidente Bolsonaro para o centro dos acontecimentos do dia 8 de janeiro, até aqui não tem dado o resultado esperado.
Enquanto não conseguem inserir o ex-presidente as forças da situação vão fazendo tudo o que é possível para ofender a honra dos militares, na tentativa de ver se alguns desses depoentes percam a cabeça e a racionalidade fria e comecem a discutir com esses raivosos representantes do governo, dando margem para que o caldo entorne, o que para esses parlamentares é tudo o que mais desejam nessas oitivas.
O triste nessa situação toda é que foram as próprias Forças Armadas que se deixaram levar por todos esses acontecimentos. Escolheram o lado que queriam, agora aguentem as consequências, inclusive com a possibilidade de vir a ser desmanchada como instituição, tornando-se uma força auxiliar ao Palácio, como deseja o atual governo.
A questão agora é ver até quando as Forças Armadas aguentarão ser alvo das “frechadas” do atual governo e seus agentes.
A frase que foi pronunciada:
“Não é a mesma coisa vestir um uniforme militar ou ser um.”
Manuel José Joaquín del Sagrado Corazón de Jesús Belgrano
Homenagem
Luisa Francesconi, nossa Cecilia Bartoli, faz 25 anos de carreira. No coral do Marista nascia um dos maiores orgulhos da cidade. Simpática e simples, características raras em estrelas, Luisa impressiona em suas interpretações. Que fique o registro dessa prata da casa.
História de Brasília
Nós havíamos prometido dissecar o assunto energia elétrica de Brasília. Aqui estamos para isto, com as piores notícias que poderíamos dar para o povo. Brasília não terá energia abundante, pelo menos durante dois anos. (Publicada em 22.03.1962)
Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha

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