Frente Parlamentar contra a jogatina

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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      Ainda é cedo para sabermos, ao certo, se a notícia dando conta de que o Senado irá se opor fortemente à aprovação dos jogos de azar e à volta dos cassinos, como deseja uma ala muito suspeita dentro da Câmara dos Deputados e, mais do que isso, vetar, matar e enterrar, definitivamente, essa proposta que parece feita, sob medida, apenas para o estabelecimento de um banco oficial para crime organizado lavar o dinheiro sujo proveniente de todas as práticas ilegais.

A aprovação de uma Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar nessa semana, dentro do Senado, promete reunir número suficiente para barrar essa aberração. Para isso, um Projeto de Resolução do Senado (PRS nº11/2022), de autoria do Senador Eduardo Girão (PODEMOS/CE), já possui, segundo seu autor, número suficiente para a instituição desse novo colegiado e marchará unido contra a liberalização geral da jogatina, conforme prevê o famigerado projeto da Câmara (PL 442/1991) ressuscitado, de modo sorrateiro, pela atual presidência daquela Casa Legislativa.

A ideia até aqui é promover debates e outras iniciativas dentro do Senado e fora dele para, por meio de propostas legislativas, propor campanhas e outas medidas que desincentivem os jogos de azar. Infelizmente, a gente não tem observado, ainda, qualquer mobilização da sociedade contra esse tipo de proposta. Num país como o nosso, campeão mundial da violência urbana e onde o crime organizado vai, a cada dia, infiltrando-se nas instituições do Estado, essa seria uma providência a ser adotada, com urgência, na propaganda oficial, nas escolas, nas igrejas e em toda a parte, informando o público dos perigos que essa atividade pode acarretar para a segurança de todos e mesmo para o futuro das novas gerações.

O crime organizado, que parece agir por detrás de propostas liberalizantes dessa natureza, já controla e domina áreas inteiras das grandes metrópoles, ascendendo em poderio nos milhares de quilômetros de fronteiras secas do país, controlando serviços públicos, atuando em garimpos e nos portos, corrompendo a polícia entre outras atividades criminosas.

Dar mais essa facilidade para a supremacia desses criminosos, com a liberação geral de cassinos, quando se sabe do poder cada vez menor das polícias e mesmo diante da leniência de nossa justiça, incapaz de julgar poderosos, é uma imensa irresponsabilidade, com consequências até piores do que uma guerra.

É preciso, o quanto antes, a veiculação de campanhas contra esse verdadeiro suicídio da nossa sociedade. Uma vez estabelecidos, esses cassinos irão se proliferar como moscas, corrompendo, lavando dinheiro do tráfico e de armas, facilitando o intercâmbio entre criminosos de outras partes do planeta, tornando nosso país num paraíso, sem igual, para a bandidagem internacional e para grupos que agem desde a venda de órgãos humanos até armas de guerra e outras modalidades de comércio criminoso que movimenta quantias capazes de comprar países inteiros de porteira fechada.

Não há aqui qualquer ficção distópica nessas previsões. São possibilidades que se abrem, ainda mais em nosso país, onde a justiça funciona de forma precária e seletiva. Dizer que os cassinos gerarão empregos e impostos é uma cortina de fumaça a esconder o que está por detrás. Não se trata aqui de combater uma atividade nociva apenas, como reforçam os eufemismos correntes. Trata-se, na verdade, de uma cruzada que deve ser feita por toda nação, para que essas autênticas portas do inferno não sejam abertas em nosso país.

Já temos problemas de sobra, corruptos de sobra, leniência de sobra. O que nos falta são escolas de qualidade, hospitais e cidades seguras, varridas de todo o lixo humano. Dessem o trabalho de investigar a fundo e de perto todos aqueles que defendem a volta dos cassinos, por certo, encontraríamos um bom número de parlamentares ou implicados com as leis, ou em vias de virem a sê-los.

A frase que foi pronunciada:

Sorte é o que acontece quando a capacidade encontra a oportunidade”

Sêneca

Imagem: reprodução da internet

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Mais um concerto brilhante promovido pela Casa do Piano, com o apoio de Rogério Resende. Dessa vez, interpretando a Valsa Op.13, Nº 2, de Alberto Nepomuceno, o engenheiro e pianista Alexandre Romariz. Acompanhe a seguir.

História de Brasília

Esta, é a situação do regime. Os ministros veem a seu gabinete de trabalho uma vez por semana, e passam o resto dos dias no gabinete político, atendendo aos conterrâneos no Rio, mandando verbas para seus municípios, fazendo cartas para amigos. Como sempre, faço exceção ao cel. Virgílio Távora, que é um ministro diferente. Trabalho, para espanto geral. (Publicada em 23.02.1962)

Circe Cunha

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Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CâmaraDosDeputados #CirceCunha #FrenteParlamentar #HistóriadeBrasília #JogosDeAzarNoBrasil #Mamfil #SenadoFederal

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