VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Nada como eventos imprevisíveis e incontroláveis pelos seres humanos para mostrar a viabilidade de outros caminhos, renovando e empurrando velhos conceitos para fora da estrada. Foi assim com a pandemia. De repente, o home office, uma opção de trabalho puramente racional e adequada a um mundo congestionado e superpopuloso, e que parecia longe da realidade brasileira e mundial, ao menos na visão dos antigos modelos burocráticos impostos aos trabalhadores, tornou-se o novo normal, com pessoas cumprindo suas tarefas diárias sem sair de casa, economizando recursos, para si e para o país.
Em certo sentido, essa mudança na direção dos ventos pode ser aplicada também, guardada as devidas proporções, à chamada Federação de Partidos. Instituída pelo Congresso Nacional em 2021, dentro da meia-sola que foi a reforma política, em plena pandemia, permitiu que as legendas pudessem atuar unificadamente em todo o país, no que se pretende ser uma futura fusão de partidos.
Na verdade, a federação foi uma gambiarra feita, de modo improvisado, para impedir que as pequenas legendas naufragassem no quesito representatividade, atraindo-as para as legendas maiores e, com isso, aumentando o tempo de propaganda e de recursos oriundos dos fundos eleitorais e partidários.
Mesmo sendo obrigadas a permanecerem coligadas depois das eleições, não há, evidentemente, afinidades programáticas entre os elementos que formam o conjunto de federações. De fato, ninguém, nem mesmo os eleitores, conhecem os novos estatutos dessas Federações. O que importa aqui é saber que as Federações, mesmo antes do pleito de outubro, demonstram, na prática, a possibilidade concreta de que se estabeleça um novo modelo de representação, em que quatro ou cinco forças políticas, no máximo, tenham assento no Congresso, acabando com a miríade de legendas, a grande maioria, siglas de aluguel e sem importância alguma.
A pandemia, a possibilidade de trabalho remoto dos próprios congressistas, a polarização política, os atentados, como o sofrido pelo então candidato Bolsonaro em Juiz de Fora, e a insegurança geral vão empurrando as campanhas para fora das ruas, longe do contato direto com o público. Nesse novo modelo, as redes sociais ganharam terreno e parecem ditar o jeito atual de fazer campanhas. Todas essas alterações radicais seriam impensáveis até três anos atrás. É a política a reboque da ocasião.
Se, por um lado, a pandemia forçou o aparecimento de novos modelos políticos, no que pode ser chamado de reforma política pandêmica, a reclusão forçada e o medo da doença e mesmo a luta pela vida forçaram os cidadãos a se distanciar do dia a dia da política. Foi justamente, nessa ocasião de recolhimento geral, que ministros do Supremo encontraram, nas filigranas jurídicas, o caminho que desejavam para empurrar, goela abaixo da sociedade, a candidatura de um ex-presidiário, embaralhando e conspurcando as eleições, criando um factoide surreal, que ameaça o próprio futuro democrático do país.
Lula é, de fato, o candidato que os ministros, das altas Cortes, querem de volta à Presidência. Não apenas eles, mas os banqueiros, os empresários, que sempre tiveram no Estado seu cliente mais rentável e outros que enxergam e anseiam pela volta do país ao período pré Operação Lava Jato. Como candidato favorito nas pesquisas pouco detalhadas, Lula afirma que não irá participar de debates. Quando estava na prisão, fez o que pôde e o que não pôde para participar dos debates. Agora diz que não vai se expor. Ao eleitor, que a lei obriga o comparecimento às urnas, não é dada a faculdade de se eximir.
A legislação precisa obrigar os candidatos a participar dos debates. Afinal, essa é a maneira do eleitor conhecer o caráter e as propostas de cada um desses postulantes. Com altíssima intenção de votos, mas sem poder caminhar livremente pelas ruas, e sem participar de debates com outros adversários, Lula tornou-se o candidato de laboratório que, à semelhança da criatura, trazida ao mundo, pelo cientista Victor Frankenstein, no romance de Mary Shelley, de 1818, sonha em reacender os tempos sombrios da era petista.
A frase que foi pronunciada:
“Qual a diferença entre o capitalismo e o comunismo? O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O comunismo é o inverso.”
Piada polonesa
Sonegação
Com menos R$10,1 bilhões de impostos arrecadados sobre o ISS nos últimos seis anos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Fiscal do Sistema Financeiro do Distrito Federal, da Câmara Legislativa, encaminhou o documento final assinado pelo relator deputado Delmasso. Foi encaminhado ao TCDF e ao Ministério Público do DF para as tomada de providências. O deputado distrital Delmasso lembra que esse é praticamente o mesmo valor do orçamento destinado à Saúde.
Reguffe
Por falar nisso, mais uma vez o único representante do DF que encara os planos de Saúde vai ao plenário do Senado criticar a ANS por mais um reajuste. A previsão é que o valor seja incrementado em quase 16%. A decisão já foi publicada no Diário Oficial da União. Para quem não sabe, o senador Reguffe abriu mão do Plano de Saúde do Senado, que, como parlamentar, teria o direito vitalício.
Agência Senado informa
Controle da poluição e defesa da sustentabilidade. Essas são as razões do Senado Federal estar iluminado pela campanha Junho Verde. A proposta foi dos senadores Jaques Wagner Confúncio Moura e Fabiano Contarato.
História de Brasília
Pensei em fazer uma campanha, mas num deles encontrei uma coisa que ninguém encontra noutra parte a não ser em camelôs: barbatanas para camisas. (Publicada em 01.03.1962)
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