Efeitos da Lava-Jato

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DESDE 1960 »

ARI CUNHA – jornalista_aricunha@outlook.com

com Circe Cunha e MAMFIL

Como é natural, em algum dia do futuro deverão estar concluídas as diversas investigações levadas a cabo pela Operação Lava-Jato e outras congêneres. Quando isso acontecer, obviamente, ainda restará pela frente um longo período no qual os implicados nesses crimes, que muitos consideram de lesa-pátria, deverão apresentar suas defesas para, posteriormente, serem julgados e, eventualmente, punidos pela Justiça, conforme manda a lei.

Para aqueles privilegiados, acobertados pelo manto injusto do foro por prerrogativa, as decisões finais da Justiça, a cargo do STF, serão lançadas ainda mais para a frente, sine die. Estamos falando de anos ou talvez décadas. A esta altura, muitos crimes estarão prescritos. Para a sociedade que vem acompanhando o desenrolar desses fatos desde 2005, quando veio à tona o escândalo do mensalão, a estrutura político-administrativa do Estado brasileiro vive, desde então, numa espécie de limbo, vagando entre o que reza a Constituição escrita pelos políticos e o entendimento dos fatos trazidos à luz pelas investigações do Ministério Público e da Polícia Federal.

É justamente nessa fronteira nebulosa, onde os ventos da mudança jamais soprarão, que aguardamos, pacientemente, os efeitos práticos dessa lavagem geral da República. Diante da impossibilidade prática de a Justiça vir a punir os eleitores pelas malfeitorias cometidas por seus representantes, o que a sociedade espera é que, no rescaldo final dessas investigações, sejam, definitivamente, afastadas da cena nacional todas as legendas políticas e todas as empresas, direta ou indiretamente, envolvidas nos episódios criminosos. Passada a régua da lei, não faz sentido manter os protagonistas no comando político, econômico e administrativo do país. Leniências e anistias para práticas tão graves, disfarçadas de certa concertación, resolvem apenas os problemas imediatos gestados por essa súcia.

O que a nação espera e anseia é a varrição total desses indivíduos, suas legendas e empresas do horizonte do país. Mesmo para aqueles que, com razão, pregam um Estado leigo, vale, como alerta o que traz a Bíblia: “Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha, porque semelhante remendo rompe a veste e faz-se maior a rotura” (Mt 9:16).

Reposicionar esses personagens e suas engrenagens malignas nos mesmos nichos do Estado, sob o argumento pueril de que doravante tudo será diferente, mais do que um jeitinho à brasileira, é perder a oportunidade singular de o Brasil ajustar as contas com sua história, fazendo novo começo, com gente nova e, se possível, com nova Constituição, imune às mazelas que, por séculos, têm nos atado ao passado.

A frase que foi pronunciada

“É preciso reconhecer, momentos de grandes dificuldades no Brasil. O país está enfermo, às voltas com graves crises de natureza econômica, política e ética.”

Teori Zavascki

Orla

» Talvez haja boa vontade do governo Rollemberg no projeto Orla Livre. Mas a população de Brasília não esquece que houve um concurso para a revitalização da W3, com ganhador e, até hoje, nada foi feito. Como os tempos mudaram, a orla pode ser melhor para a cidade.

Internacional
» Não é possível que a Embaixada de Portugal continue a negar a evolução tecnológica. Está bem claro na mente dos funcionários burocráticos. Quem necessitar de qualquer informação deve estar pessoalmente na embaixada. Resultado: quem precisou dos serviços passou nada menos do que quatro horas na fila. Uma moça muito educada atendeu à multidão, absolutamente sozinha.

Tentativa 29
» Estamos chegando lá. Foi muito boa a renovação da sinalização do Lago Norte nas proximidades do Iguatemi. Muitos acidentes aconteciam por ali, uma área de trânsito confuso. Só a entrada para as primeiras quadras pares, onde a direita é livre, ainda não recebeu os pontaletes.

Absurdo
» Uma navegada pelo portal Reclame Aqui é o suficiente para entender o que vai acontecer com quem passou dois anos de dedicação ao concurso dos Bombeiros. Nada. O Idecan demonstra nas respostas aos concursandos que não tem o mínimo de respeito. Copia e cola o edital, até quando depõe contra si.

Mais essa
» Anos passados, o ILAL aceitava matrículas sem estar autorizado pelo MEC para expedir diplomas. Nada aconteceu e as placas comerciais da instituição estão por algumas partes da cidade.

História de Brasília

Arimathéa Athayde, O Globo: Tendo apenas 43, Jânio poderá fazer muito pelo Brasil. E não voltará se não o quiser. Só poderão retardar o seu retorno, se não ressuscitarem os processos administrativos que ele sepultou.
(Publicado em 22/9/1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha

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