Charge: Bello
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
instagram.com/vistolidoeouvido
Embora as primeiras formas de ensino tenham surgido há mais de 2.400 anos, foi apenas a partir do século 12 que os primeiros modelos de escolas formais foram criados na Europa. De lá para cá e desde sempre, um fenômeno estranho ao ambiente passou a chamar a atenção dos professores, pois ele atingia, negativamente, o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, transformando a tarefa do professor numa missão pra lá de penosa. Trata-se aqui do problema da indisciplina, dentro e fora da sala de aula, que parece hoje ter aumentado de forma exponencial e sem solução adequada à vista.
Se antes, a indisciplina ficava restrita apenas nas relações entre os alunos, com as escolas tendo autoridade para afastar o foco desse problema, hoje, o problema passou a afetar diretamente os professores e toda a escola, já que a punição para os chamados baderneiros se tornou um processo difícil e burocrático. As escolas perderam muito da autoridade que detinham para solucionar in loco e no tempo certo esse problema. É sabido que a disciplina escolar é um dos princípios fundamentais para garantir um ambiente correto ao aprendizado. O respeito mútuo entre os alunos, e entre alunos e professores, é importante para a concentração nas atividades e para o desenvolvimento das chamadas habilidades socioeducativas. O bom funcionamento de uma escola se baseia em regras que visem não só manter a ordem no local, como organizar as atividades pedagógicas.
Para muitos educadores, a disciplina é o principal elemento do processo de aprendizagem. Bom seria se a disciplina objetivasse apenas o lado positivo e construtivo do diálogo e do incentivo à participação, sem se ater muito aos aspectos negativos da punição e da imposição de normas muito restritivas. Os professores sabem que o respeito é produtivo, pois oferece feedbacks práticos e construtivos. Escola não é reformatório para menores infratores. É um ambiente de crescimento humano e intelectual, quando assim também querem os pais.
A falta de disciplina não é um problema a afetar apenas as escolas em nosso país e vem se constituindo num problema educativo de ordem mundial. Mas como o Brasil não é todo o mundo e sempre parece despontar nos rankings do que existe de pior, não chega a surpreender que, no quesito indisciplina nas escolas, somos também um dos primeiros colocados.
Segundo pesquisa sobre o ensino-aprendizagem, realizada em 33 países pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em nosso país, um professor gasta em média mais de 20% do tempo em sala de aula para disciplinar os alunos, contra uma média internacional que não passa de 13%. Esse fato é deveras preocupante quando se sabe que a indisciplina nas nossas salas de aula está associada não apenas ao tempo de instrução que se perde, mas reflete também numa significativa diminuição nas oportunidades de aprendizagem. No nosso caso particular, muitos professores relataram que mais de 10% dos alunos apresentam problemas sérios com a falta de respeito, trazendo também uma falta de clareza nas instruções do professor e uma ineficiente de absorção de conteúdos pelos alunos.
Somados aos problemas da indisciplina, nossas escolas públicas enfrentam ainda os baixos salários dos professores, as jornadas duplas, o excessivo número de alunos nas salas de aula, a falta de investimento e valorização da profissão e mesmo as agressões físicas e morais sofridas pelos educadores, havendo, inclusive, casos de homicídio praticados por alunos. Todo esse ambiente de insegurança contribui muito para o adoecimento e afastamento de muitos professores.
Essa e outras razões, essas de caráter até criminal, como envolvimento com drogas e brigas de gangue nas regiões periféricas de nosso país, têm levado muitas comunidades a solicitar às autoridades a instalação das chamadas escolas cívico-militares, com resultados até aqui excelentes. Pouco tempo atrás, a educação dos indivíduos começava no lar. Hoje, essa tarefa básica é transferida diretamente para as escolas, que, mais do que um lugar onde se aprende a viver em sociedade, transformaram-se num lugar onde todo o tipo de problema tem que ser resolvido, inclusive aqueles que só à família cabe realizar. Talvez, por isso, esse seja um problema que cabe aos brasileiros resolverem, já que o mundo que todos aspiram é moldado dentro das escolas.
A frase que foi pronunciada:
“As crianças devem ser ensinadas a pensar, não em quê pensar.”
Margaret Mead
História de Brasília
Efetivamente a reunião não teve nada a ver com o que ocorrera na Câmara, mas não repercutiu bem essa efetivação. Ainda mais, quando a Câmara acabava de realizar um concurso para o qual havia inscritos mais de mil candidatos. (Publicada em 29.04.1962)
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