VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Pouco antes de falecer, em 1997, o educador, antropólogo, escritor e sociólogo Darcy Ribeiro, fundador da Universidade de Brasília (UnB) e criador dos chamados Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), chamou a atenção para um fato que hoje vamos comprovando com tristeza: “ se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios.” Ele mesmo, na condição de brasileiro que antevia, na educação, a única saída para o término do subdesenvolvimento crônico do País, já havia, percebido e experimentado, na própria pele, as dificuldades impostas pelas elites nacionais, para que a educação ocupasse um lugar de destaque absoluto entre todas as necessidades internas.
Já na terceira idade, chegara à conclusão derradeira de que “a crise da educação no Brasil, não era uma crise; mas um projeto.” Um projeto, diga-se, com começo, meio, fim e finalidades objetivas, quais sejam, a perpetuação do ciclo de dependência e subserviência da população aos donos do poder, tal como existia no Brasil da era colonial.
Não é por outro motivo que a educação pública, mormente o montante de recursos a ela destinado, segue aos tropeços, como bem confirma todo e quaisquer certames de exames e testes, tanto no país como em avaliações internacionais, onde o Brasil fica, invariavelmente, na lanterna de popa, com pontuações medíocres e que parece envergonhar apenas os brasileiros de bem.
Também não é por outra razão que ostentamos a quantia de quase um milhão de presos, fossem computados os encarcerados e cumpridos todos os mandatos de prisão em aberto. Por certo, esse número ultrapassaria essa marca, fossem colocados atrás das grades a miríade de políticos, empresários e outros membros da elite nacional, apanhados pela justiça em atos de corrupção.
As predições de Darcy Ribeiro, sobre o descaso com a educação pública de qualidade, podem muito bem ser sentidas por ocasião das rebeliões de presos, que obrigaram boa parte da população brasileira a ficar trancada em casa, com medo do que poderia acontecer.
Hoje, com a escolas fechadas e com parte dos presídios controlados pelas próprias facções do crime organizado, o retrato do Brasil, diante do mundo civilizado, pode muito bem compor um cartaz publicitário para incentivar o turismo com os seguintes dizeres: “Bem-vindos à selva.” E pensar que já tivemos educadores do quilate de Anísio Teixeira (1900-1971), criador das Escolas Parques, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (CAPES). Ao lado do próprio Darcy Ribeiro, foi também um dos fundadores da Universidade de Brasília (UnB).
Além desses educadores de ponta e que poderiam verdadeiramente construir um país desenvolvido, tivemos ainda Paulo Freire (1921-1997), que conhecia a importância e o valor do conhecimento popular, integrado à pedagogia, e é detentor de 27 títulos de doutor Honoris Causa pelas mais importantes universidades do planeta. Graças a ele é que foi implantado o Estatuto do Magistério .
Ao lado desses educadores, destacam-se ainda Maria Nilde Madscellani (1931-1999); Florestan Fernandes (1920-1995); Miguel Arroyo; Jaqueline Moll e muitos outros que orgulham todos aqueles que entendem o verdadeiro papel da educação para a formação de uma nação soberana.
Essas lembranças vêm a propósito da recente entrevista do atual ministro da Educação ao jornal Estadão, e cujo nome nem vale a pena ser citado, tal a coleção de platitudes e sandices que desfilou em sua fala e que demonstra, de maneira patética, o quão distante ainda estamos, em pleno século XXI, do ideário dos educadores aqui mencionados e que enxergavam um Brasil que tinha tudo para dar certo lá nos idos do século passado.
A frase que foi pronunciada:
“Duas coisas não podem ser violentadas: a história e a geografia. A história, que é a alma de um país, e a geografia que é o seu corpo.”
José Sarney, ex-presidente do Brasil.
Promessa
Não falta material para os senadores Major Olímpio, Weverton e Eduardo Girão. Eles prometeram criar um grupo para debater temas onde a corrupção foi comprovada. Um deles é a análise dos empréstimos à Venezuela feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento, que já recebeu a resposta de que não era empréstimo, já que não será pago.
Novidade
Em breve, carros que prestam serviços de transporte, como os Uber, terão que ter um dispositivo para gravação do ambiente no interior do automóvel. Trata-se de uma alternativa de segurança tanto para o motorista quanto para o passageiro.
Passeio
Brasília em Linhas, exposição do artista gráfico holandês M. C. Escher (1889-1972), no Espaço Niemeyer. Em função dos protocolos de segurança, a visitação está restrita a 20 pessoas por vez no salão, de segunda a sexta, das 10h às 16h
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Muitos funcionários, que esperavam ser transferidos da Asa Norte para a Asa Sul, com a conclusão dos novos apartamentos, estão se desiludindo dessa promessa, visto que os apartamentos a serem entregues já estão distribuídos em cotas para os ministérios que se transferirão. O que é fato, é que os apartamentos da Asa Norte não são bons, nem a Asa Norte oferece conforto. Esta a razão de estar sendo considerada a Asa Norte como área de triagem, o que é muito justo, pensando pelos funcionários. (Publicado em 17/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…