Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Seis pilhas de um metro quadrado de área por cinco metros de altura cada, contendo notas fictícias de R$ 100 ficaram expostas por um longo período na Boca Maldita, principal rua de Curitiba. O monumento simbolizava o montante de R$ 4 bilhões recuperados pela força tarefa da Lava Jato . É pouquíssimo, se comparado ao volume fantástico de dinheiro desviado por grupos políticos diversos, apenas na última década. É , contudo, muito dinheiro , para os padrões de um país como o Brasil, onde historicamente a impunidade e corrupção sempre foram tratados de forma parcimoniosa pelas autoridades, sempre constrangidas em punir pessoas e grupos do mesmo estamento social, político e econômico.
Segundo estimativas feitas por técnicos no rastreio de dinheiro de origem suspeita, o Brasil perde por ano, em média, R$ 200 bilhões com esquemas de corrupção. Somente com a relação à Petrobras, calcula-se que foram desviados, apenas nos governos petistas, entre R$ 30 e R$ 40 bilhões , embora , de forma oficiosa, a estatal tenha divulgado um “prejuízo” de apenas R$ 6 bilhões com desvios de dinheiro dos cofres da empresa.
Para se defender de processos no exterior a estatal tem apresentado sua defesa em cima da tese de que foi vítima da ação dos corruptos, embora a justiça dos Estados Unidos e de diversos outros países, que possuem recursos investidos na empresa, afirmem que há muitos funcionários de carreira da Petrobras envolvidos diretamente nestes esquemas nebulosos. De toda a forma, o cerco que vai se fechando aqui e no exterior e cedo ou tarde chegará à um resultado bem próximo da verdade.
De todas as variáveis possíveis que envolvem os diversos casos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, a maior certeza e o ponto fundamental que tem possibilitado o prosseguimento das ações é dado pelo apoio maciço da população ao combate de desvio de dinheiro público.
A população, principalmente a de baixa renda, sente na própria pele, os efeitos nocivos e mesmo fatais que a corrupção provoca na vida da maioria dos brasileiros. Pesquisa recente, encomendada pela consultoria Crescimentum e pelo Instituto Britânico Barret Values Centre mostrou que embora a corrupção tenha definido o comportamento do Brasil nos últimos anos, a honestidade é a marca que melhor traduz o brasileiro comum, seus valores pessoais e sua cultura. Em outras palavras o que se tem é um país onde a nação honesta e trabalhadora é governada por uma elite , na maioria, sem escrúpulos e que conduz os negócios do Estado e da República, como se fosse propriedade privada, onde acreditam deter todo o controle, inclusive para roubar. Para o cientista social Eduardo Giannetti o brasileiro é outro ou seja, ele não se reconhece naquilo que está presente ao seu redor, talvez porque não perceba, claramente, que a realidade à sua volta é resultado direto da interação de todos juntos. Esse parece ser o caso comum nas eleições. Pessoas claramente envolvidas em casos de corrupção, alvos até de processos criminais junto à justiça, se lançam a cada ano à cargos eletivos, porque , no fundo sambem que contarão com o apoio de muitos eleitores, principalmente aqueles mimados com pequenas “lembrancinhas”.
Em 2017 a percepção da corrupção já alcançou, segundo a pesquisa a incrível marca de 72% da população. Ou seja , sete em cada 10 brasileiros sabem que ela existe e, de alguma forma, sentem seus efeitos, mas atribuem esse fenômeno apenas à ação de seus compatriotas.
Outro fato que chama a atenção nessa e em outras pesquisas é que se em 2010 o anseio da população era por justiça social, moradia digna e redução da pobreza, hoje esse desejo está mais voltado para a oportunidade de educação, compromisso, honestidade e cidadania.
A frase que foi pronunciada:
“A política brasileira não está acabando só com o país. Conseguiu acabar com muitas amizades também.”
Mulheres
Segue para o Senado o projeto aprovado no Plenário da Câmara dos Deputados da deputada cearense Luizianne Lins que repassa à Polícia Federal a investigação de crimes praticados pela internet que propaguem conteúdo que expressem ódio ou aversão às mulheres.
Ande Brasil
Brasília recebe instrutores do Programa Equoterapia do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás. Os profissionais participam do ‘38º Curso de Equitação para Equoterapia’ ocorre em Brasília e é organizado pela Associação Nacional de Equoterapia . O encontro é destinado a instrutores de equitação e auxiliares, que fazem parte da equipe multidisciplinar que atende nos centros de equoterapia dos municípios. Mais informações http://equoterapia.org.br/curso-equitacao
Quem avisa
A coluna já havia advertido sobre o alambrado destruído na barragem do Paranoá. Na madrugada de ontem a pista estava interditada para retirar um carro que despencou.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há, na Concha Acústica, um barraco de madeira que não condiz em nada com o ambiente, e ninguém encontra explicação para não ter sido demolido até agora. (Publicado em 10.10.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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