Desigualdade e pobreza, os grandes desafios dos próximos governos

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Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Com Circe Cunha  e Mamfil

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Foto: Cristiano Mariz/VEJA

Dois indicadores sociais divulgados agora, um pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outro pelo Ministério da Fazenda, mostram que a questão da desigualdade no Brasil, um tema secular, vem piorando sensivelmente nos últimos anos. Com isso, vai ficando cada vez mais patente que esse é um problema estrutural que pode definir o sucesso ou o fracasso de qualquer governo, seja ele no âmbito federal ou local.

Sem atacar de frente essa questão, qualquer outra ação governamental perde o sentido e a eficácia. Tomando como exemplo a questão da reforma da Previdência, numa população que cresce e envelhece, seguindo, de perto, o padrão mundial, estimativas feitas pelo Ministério da Fazenda indicam que os 20% da camada mais rica do Brasil, chega a abocanhar 40% dos gastos feitos pela Previdência, ou seja, de cada R$ 100 em benefícios, R$ 40 ficam no andar de cima. Essa situação piora ainda mais quando se verifica que os 20% mais pobres ficam com apenas R$ 3 repassados por esse Instituto.

Diante de uma situação como essa, de flagrante desigualdade de tratamento, é que fica mais claro a urgência de uma reforma da Previdência que promova um verdadeiro equilíbrio fiscal de longa duração. Segundo o relatório apresentado pelos técnicos do Ministério da Fazenda, as reformas, ao poupar os mais pobres, poderão gerar melhores indicadores na distribuição de renda. Trata-se aqui de uma questão urgente, quando se sabe que os gastos com o regime geral da Previdência poderão alcançar esse ano a cifra de R$ 591 bilhões.

Ao lado desse problema de proporções gigantescas, tem também a questão do aumento da pobreza, verificado em todo o país. De acordo com estudos do IBGE, houve um sensível aumento da pobreza entre os anos 2016 e 2017. Por esses indicadores, a proporção de pessoas pobres no Brasil (com rendimentos até R$ 406 por mês) que era de 25,7% em 2016, subiu para 26,5% em 2017. Em números absolutos, essa população variou de 52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas nesse período ou mais de um quarto da população. Nesse universo, as crianças e adolescentes são as mais afetadas, o que acaba por comprometer o futuro de toda uma geração, com sérios prejuízos para o país.

A população situada na faixa da extrema pobreza (renda inferior a R$ 1,90 ao dia) também aumentou, passando de 6,6% em 2016, para 7,4% em 2017, ou seja, esse contingente aumentou de 13,5 milhões para 15,2 no mesmo período.

Em algumas regiões do país essa situação é ainda mais dramática. No Nordeste 44,8 da população estava em situação de pobreza ou 25,5 milhões de pessoas. Mesmo no Distrito Federal essa situação é grave e com um adendo: por aqui, segundo o Mapa das Desigualdades, elaborado pelo Movimento Nossa Brasília, pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Oxfam Brasil, existe um verdadeiro abismo social entre as diversas regiões da capital.

A partir desse estudo foi criado o chamado “desigualtômetro” que mostra as gritantes diferenças entre, por exemplo, o Plano Piloto (PP) e a Estrutural. Entre essas regiões, até próximas, o nível de desigualdade entre o PP e a Estrutural chega a ser 15 vezes superior. Enquanto no PP 84,4% da população possui plano de saúde, por exemplo, na Estrutural apenas 5,5% tem esse benefício.

Nesse sentido, o que os estudiosos do problema apontam como urgente é um combate, sem tréguas, contra a desigualdade social até para tornar a cidade mais humana e governável do ponto de vista político.

A frase que foi pronunciada:

“A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais.”

Aristóteles

Charge do Duke

Começo

Ricardo Quadros Laughton se despediu da esposa Ângela Ramos, no hotel, e foi direto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A reunião acabaria no final da tarde. O tempo passou e a esposa não conseguia o contato com o marido. Atenderam o telefone. “O senhor Ricardo esqueceu o telefone, vamos levá-lo onde a senhora estiver. ”

Foto: Reprodução/Sindicato Rural de Montes Claros

Meio

Como isso nunca havia acontecido, Ângela estranhou. Estranhou mais ainda quando viu a equipe que estava chegando com o celular. Mércia, um médico e uma psicóloga. Durante o encontro na CNA, Ricardo, presidente do Sindicato Rural de Montes Claros e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, teve um mal súbito e, apesar de todo o pronto atendimento, não resistiu e faleceu.

Fim

Mércia de Andrade Silva, assessora executiva da Presidência da CNA-DF, Gilson Maia, superintendente da CNA DF e o diretor geral do sistema SENAR, Dr. Daniel Kluppel Carrara, foram incansáveis para resolver todos os problemas burocráticos dessa fatalidade. Mércia, a Dra. Rosane Curi Zaratini, diretora do SENAR, a psicóloga Maria Conceição Gutti e dona Maria Gomes Otsuki, gerente do hotel Aracoara, não mediram esforços para dar suporte à viúva.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As superquadras ainda não foram iluminadas internamente. Fizeram uma experiência no IAPC, que redundou em nada. Ninguém sabe os pareceres dos técnicos. (Publicado em 07.11.1961)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #DesigualdadeSocial #GovernonoBrasil #HistóriadeBrasília #MisériaNoBrasil #RicardoQuadrosLaughton AriCunha Brasília CirceCunha mamfil

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