De cabeça para baixo

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VISTO, LIDO E OUVIDO – De cabeça para baixo

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

Tomando o mundo pelo o que ele é, em sua forma geométrica, podemos dizer que vivemos todos sobre uma imensa e frágil esfera aparentemente solta no espaço. Nosso planeta, visto em imagens recentes captadas pela sonda espacial pousada em Marte, mostra quão pequeno somos e quanto de incerteza nos reserva o universo imenso. Pelo pouco que sabemos do espaço que nos circunda, estamos à mercê de toparmos, a qualquer instante, com alguma rocha imensa, vinda dos confins da galáxia e que pode, num átimo, vaporizar nosso planeta e com ele toda a nossa história, todos os nossos sonhos, ambições e projetos. O amanhã de todos nós é, portanto, no maquinário do cosmos, mais do que uma incerteza, uma verdadeira aposta no escuro.

Então como pode ser possível, diante de tanta fragilidade e dúvidas, ainda buscarmos, com todo o afinco, tornar esse mundo um lugar de aflição diária? Desfrutamos do mesmo destino incerto e ainda assim não somos capazes de elegermos essa condição para, ao menos, nos conduzirmos no dia a dia com paz e um pouco de concordância. Infelizmente, no Brasil, não tem sido diferente.

Nessas últimas duas décadas, em obediência cega à sanha maldosa que repetia “nós contra eles”, adentramos todos por um túnel longo e escuro, único em toda a nossa história. Aprendemos a odiar o conterrâneo com os dois punhos cerrados. Não agrada dizer, mas a verdade dos fatos impõe: a nação foi partida em duas e, por ironia, pela ação de um único sujeito. Não satisfeito com seu trabalho de cizânia, ainda cuidou de dilapidar igualmente as duas bandas, surrupiando-a de seus bens e de sua própria autoestima.

Deixamos de lado nossa fragilidade frente ao universo e mesmo nossa condição de subdesenvolvidos e de brasileiros e nos pusemos em uma luta fratricida, que todos sabemos, nos levará bem distante de qualquer lugar, de qualquer paraíso. Nesse campo de batalha inútil vale tudo, a começar pela destruição da família patriarcal, sua religião, seus costumes.

Mais adiante a ordem é para destruir também todo e qualquer traço ou de pátria, de bandeira e até de suas cores. Importamos para fim bélico, diretamente dos Estados Unidos, a cultura Woke, que prega, entre outras discórdias o racismo estrutural e a morte ou separação entre macho e fêmea. O aborto que hoje pode ser visto pelas máquinas potentes mostrando a reação do feto não toca o coração de quem tem o poder de decisão. Passamos a copiar a linguagem neutra, que de neutra nada tem. Trouxemos de fora, para nossa guerra particular, as teorias de gênero e outras excentricidades que visam obliterar o Brasil como conhecemos, deixando em seu lugar, algo como um deserto inóspito e varrido pelos ventos da destruição.

O combate à verdade e a inversão de valores, que supúnhamos absoluto e imutável tem sido sem tréguas. O certo de ontem é o errado de hoje e vice versa. Bandidos são os agentes da lei. Os bandidos são apenas vítimas do sistema que urge eliminar. Condenações do passado são revistas e decretadas como erro histórico, mesmo diante de infinitas evidências. Bom é ser mal nesses tempos virados de cabeça para baixo.

Pilha de nervos

É preciso uma vigilância maior na Estrutural. Detran e PM para a segurança e orientação nos horários de pico. O trânsito em Brasília vai se transformando aos poucos numa sucessiva explosão de nervos. É urgente que o governo local tome as medidas necessárias para manter a educação no trânsito.

Verba não falta

Não é possível que a capital do país continue com essa precariedade de transporte público. Seguindo o exemplo das capitais mundiais, é preciso que o GDF estude novas estações de metrô e linhas para a parte norte da cidade.

Aviação

Enquanto a Anac realiza debate com o setor aéreo sobre qualidade dos dados de transporte aéreo o Sindicato Nacional dos Aeronautas entregou ao Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias a pauta de reivindicações para a renovação da Convenção Coletiva de da aviação regular para 2023/24.

História de Brasília

No Departamento de Força e Luz há um relógio elétrico, que dispara, automaticamente, às 11h30 horas, avisando o almôço dos funcionários. Com as interrupções de energia, o relógio pára e volta a funcionar, e outro dia os funcionários trabalharam uma hora a mais sem saber. (Publicada em 23/3/1962)

Circe Cunha

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Circe Cunha

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