Corrupção, a maior das violências

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Ilustração: novaescola.org

No Dia Internacional da Não-Violência, comemorado em todo o mundo em 2 de outubro, em homenagem ao pacifista Mahatma Gandhi, a ferocidade da nossa espécie ainda persiste como um dos maiores e mais graves fenômenos a acompanhar a história dos seres humanos sobre o planeta e que, em pleno século XXI, ainda está longe de ser erradicada de forma definitiva ou satisfatória. Matamos desde que existimos.

Os historiadores consideram que boa parte da história humana tem sido escrita com sangue e que esse aspecto bestial de nossa formação está intrinsecamente presente na própria dualidade de nossa personalidade a abrigar, num mesmo espaço, o Eros e o Tânatos, ou seja, os instintos de vida e os instintos de morte.

Mesmo para os mais otimistas sobre a raça humana, não há como compreender e estudar o comportamento dos homens, ao longo da história, simplesmente descartando seu lado violento e os seguidos impulsos de destruição. De fato, vivemos como sobre escombros que são ciclicamente destruídos e reerguidos num processo sem fim. A história de toda e qualquer nação sobre o planeta, mesmo a brasileira, comporta um vasto número de episódios violentos que, à luz da razão, envergonham e mancham o passado de muitos, mesmo dos mais civilizados.

Não é por outra razão que também os mártires pela paz, ou aqueles que lutaram e morreram sonhando com um mundo de concórdia entre os homens, somam-se aos milhares, embora o propósito de suas batalhas ainda ressoe, em todas as partes do planeta e em todos os tempos, como uma possibilidade e uma meta a ser buscada. Ao contrário dos antigos que acreditavam no niilismo ou que para erguer novos mundos era preciso destruir os antigos e recomeçar do zero, hoje essa crença, não totalmente abandonada, perdeu muito de seu vigor original.

Falar em estatísticas e números que comprovam a persistência do fenômeno da violência no mundo, e particularmente no Brasil, servem apenas à guisa de ilustração e de nada adiantam para entender a raiz dessa questão e como debelá-la. Importa muito mais, nesse exíguo espaço, mencionar fatores que seguramente contribuem para minorar o problema da violência e que tem sido testado aqui e em todo o mundo com grande êxito.

O primeiro e talvez mais importante diz respeito ao incentivo de uma educação verdadeiramente voltada pela paz, com respeito aos direitos humanos e às diferenças. Infelizmente não se vê entre nós quaisquer resquícios desse tema nos currículos escolares do básico ao universitário, sendo um assunto pouco abordado e muito menos falado em salas de aula. De concreto, sabe-se que, nos países onde a educação é tratada como prioridade absoluta, os índices de violência são baixos, comparados a outras nações. Dos elementos reconhecidamente necessários a uma educação pela paz, a grande maioria dos pedagogos, das mais diferentes vertentes do ensino, apontam as artes como a ferramenta mais eficaz na diminuição das estatísticas de violência, capaz de aproximar o aluno dos aspectos fundamentais do humanismo.

Também com relação a esse tema, é sabido que na maioria das escolas públicas em nosso país, falar de educação artística é quase uma heresia, dado o pouco valor prático que as autoridades enxergam nessas disciplinas. Se para os pedagogos e didáticos esse é o caminho correto para a diminuição da violência, para os economistas e sociólogos é preciso, antes de tudo, diminuir as desigualdades sociais, dando acesso a toda a população a serviços públicos de qualidade.

Em nosso caso particular, é consenso que ainda não conseguimos resolver nem o problema de uma educação de qualidade, inclusiva e que pregue a não-violência como tema diário, nem tampouco a questão da desigualdade social, o que faz de nosso país um dos campeões mundiais em violência. Ocorre também que o que nos coloca e garante nossa posição no alto desse pódio é o fenômeno da corrupção sistêmica, em si uma das maiores violências, equivalente a crimes como genocídio e que ainda estamos longe de nos ver livres.

A frase que foi pronunciada:

“A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável.”

Mahatma Gandhi, advogado, nacionalista, anticolonialista nascido em Porbandar, na Índia

Foto: Rühe/ullstein bild/Getty Images

Consumidores

Começou hoje o 9º Encontro Regional dos Produtores de Maracujá no Pipiripau e Fruticultores em Planaltina. Felipe Camargo, engenheiro-agrônomo, declarou que os produtores estão percebendo que as frutas têm o manejo e cultivo mais fáceis e a produção está crescendo. A parceria entre a Emater e Ceasa-DF é uma possibilidade de preços mais baixos, com o custo menor de transporte.

O cultivo do maracujá e de outras frutas vem ganhando espaço no DF | Foto: Tony Winston / Agência Brasília

Novidade

Estudos sobre o desenvolvimento de uma linha de caminhões movidos a gás chegam ao Brasil. A Cummnins e Agrale se uniram e já estão prontas para mostrar o resultado na maior feira do transporte rodoviário de carga do país, a Fenatran, que vai acontecer em São Paulo.

Instituto

Ney Ferraz, do Iprev-DF, e assessoria garantiram que identificariam as pessoas que fazem saques usando cartões de servidores públicos que já morreram. Ainda não temos o resultado.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A torre de televisão, nem se fala. A catedral, também. É melhor mudar de assunto, e passar para o Tribunal de Contas. A obra recomeçou, e serão obedecidos, mesmo, os cálculos do Cardoso. (Publicado em 30/11/1961)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #DiaInternacionalDaNão-Violência #HistóriadeBrasília #MahatmaGandhi #PazNoMundo #ViolêncianoBrasil #ViolênciaNoMundo AriCunha Brasília CirceCunha mamfil

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