DESDE 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha e MAMFIL
Nenhuma construção ficcional, por mais inspirada que seja, consegue ao menos se igualar em riqueza de trama à realidade fantástica do mundo político brasileiro. O primeiro presidente da República, eleito logo após o fim do ciclo de governos militares, não chegou a assumir. Com a morte súbita de Tancredo Neves, o país vive um clima fúnebre inesperado e um temor de que possa haver um retrocesso no processo de redemocratização.
Seu vice, José Sarney, assume a presidência e cumpre todo um mandato, numa fase em que a inflação fazia dobrar os preços dos alimentos a cada 30 dias. Por mais que a equipe econômica tentasse frear os preços, não havia técnica que acalmasse o dragão da inflação. Nas eleições seguintes, o até então desconhecido do grande público Fernando Collor vence a disputa e passa a governar sem apoio político significativo no Congresso.
Em menos de dois anos, Collor se viu forçado a renunciar ao cargo. Mais uma vez, o vice, no caso Itamar Franco, é convocado a assumir o posto principal. Ciente de suas responsabilidades diante da grave crise política e econômica, Itamar abre caminho para as reformas necessárias e dá os primeiros passos em direção ao que viria a ser o Plano Real. Com Fernando Henrique, o país viveu, talvez, seu período de maior normalidade institucional, o que, de certa forma, favoreceu a adoção de profundas reformas na estrutura do Estado.
No início do século 21, os eleitores, acham por bem eleger um candidato de esquerda. Lula assume num cenário em que todas as bases de retomada para crescimento haviam sido lançadas com êxito. Governa sob o signo da bonança trazida pelo Plano Real, que ele e seu partido fizeram tudo para sabotar. Evocavam a todo momento a %u201Cherança maldita que usufruíam%u201D. Contudo, logo no terceiro ano do governo Lula, eclode o escândalo da compra de apoio parlamentar por meio de pagamentos mensais aos aderentes. É o início dos episódios marcantes do mensalão.
Os bons ventos da economia internos e uma certa tranquilidade nos mercados internacionais, com os altos valores nos preços das commodities, ajudam a economia brasileira e jogam para um segundo plano os acontecimentos criminosos que corriam soltos nos bastidores do governo. Graças às manipulações do brilhante advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, e, por isso, chamado de %u201Cdeus%u201D, Lula e toda a cúpula de seu governo consegue escapar do indiciamento com a tese fabricada sob medida do caixa dois.
Graças a amplo e maciço processo de propaganda oficial e de generosa distribuição ilegal de dinheiro público aos partidos, Lula chega ao fim do seu governo com aprovação recorde. De posse desse salvo conduto, empurra para a Presidência, como seu sucessor pessoal, a desconhecida e ciclotímica Dilma Rousseff, cuja a eficiência como administradora eficaz foi fabricada pela enorme máquina de propaganda armada no Planalto.
Com a arrogância que passou a ser sua marca registrada, Dilma cuidou em pouco mais de um mandato de enterrar de vez a megalomania de seu antecessor e, de quebra, fez o papel de coveira do Partido dos Trabalhadores. Impedida de continuar no cargo pelo conjunto desastroso de suas obras, Dilma foi afastada pela grande maioria dos parlamentares das duas Casas do Legislativo.
Mais uma vez, o destino fez passar o cavalo selado na porta do vice. Com o impeachment de Dilma, assume um Michel Temer articulador de bastidores e pouco conhecido dos brasileiros. Herdou, talvez a maior e mais profunda crise de toda a história do Brasil.
Com um curto tempo pela frente para consertar os estragos na economia e nas estruturas do Estado, Temer poderá se dar por satisfeito se conseguir chegar incólume ao fim de seu período à frente da Presidência. O fantasma da Operação Lava-Jato, prolongada por mais dois anos, paira sobre o mundo político e empresarial brasileiro. A prosseguir no aprofundamento dessas investigações, ninguém estará seguro no cargo ou livre da prisão. O futuro do atual governo não lhe pertence, muito menos o passado de glória dos governos imediatamente anteriores. Todos estão no foco da primeira instância lá de Curitiba.
A frase que foi pronunciada
“Herdei para administrar a maior crise política da história brasileira, a maior dívida externa do mundo, a maior dívida interna, a maior inflação que já tivemos, a maior dívida social e a maior dívida moral. ”
José Sarney e a história se repete…
Grupo Alegria
Sensível, o FAC da Secretaria de Cultura do DF aprovou um projeto sensacional. A meninada de orfanatos e casas de acolhimentos que não tem a oportunidade de ir ao teatro, receberá, no local onde mora, a peça Muito prazer com João Sem Sorte. O projeto conta com o apoio da Rede Solidária Anjos do Amanhã e da Associação Candanga de Teatro de Bonecos. As histórias são o trilho da vida de Josias Wanzeller.
Sangue
Pessoal da Polícia Civil do DF que concluiu o curso da academia vai celebrar a conquista compartilhando o próprio sangue. Eles, que de tão perto acompanham a realidade sangrenta do dia a dia, resolveram doar sangue no Hemocentro de Brasília. Marcus Pereira, um dos aprovados, disse que resolveu comemorar doando o que é essencial à vida.
História de Brasília
Moradores estão dificultando a administração da SQ 108. No bloco 7, há um apartamento com infiltração, e a Administração ainda não pode tomar nenhuma providência porque o inquilino do apartamento da firma não deixa o bombeiro entrar para verificação. (Publicado em 14/9/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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