VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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Essa coluna tem alertado há muito tempo para o perigo de um possível rompimento da Barragem do Paranoá. Antigos engenheiros que trabalharam e acompanharam de perto a construção dessa importante barragem lá pelos idos de 1959, haviam advertido para a possibilidade de colapso dessa represa, não só pela idade da obra, mas, sobretudo, pelo pouco caso dispensado pelas autoridades àquela construção.
Por volta do início dos anos noventa, o aumento de tráfego sobre a barragem causava preocupação para os técnicos em engenharia e conservação de estrutura. É sabido que a estrada sobre a Barragem do Paranoá foi construída com o único propósito de manutenção daquela represa e dos geradores de energia elétrica ali instalados, sendo que sua estrutura, em nenhuma hipótese, foi dimensionada para receber um tráfego tão intenso como o existente hoje.
Há poucos anos, foi recomendado que a cobertura daquela pista fosse completamente retirada para a colocação de uma grossa malha de aço ao longo de toda sua extensão, para posteriormente ser coberta por uma generosa camada de concreto, permitindo uma sobrevida dessa estrutura. Não se sabe que fim tomou essa proposta. O fato é que passados mais de meio século, e principalmente depois do intenso adensamento populacional ocorrido naquela região, milhares de carros passaram a cruzar a Barragem, nos dois sentidos, dia e noite. Com isso, houve, além do encurtamento da vida útil daquela estrutura, já desviada de sua função primária, um aumento significativo de rompimento ou de outros defeitos de grande monta, capaz de acarretar um enorme e irreparável dano.
Com aproximadamente 500 milhões de metros cúbicos de água, um rompimento nessa estrutura iria necessariamente provocar um grande número de mortes e um desastre ainda maior para a própria capital, para seu microclima, para a fauna e flora adjacentes, para o turismo e lazer, capaz de provocar um sério colapso, também, nas finanças da capital. A importância dada ao Lago pelos idealizadores da capital é de tal significância, que jamais pensaram inaugurar a cidade antes da conclusão do seu imenso espelho d’água. Sabiam eles da imensa importância desse Lago não apenas para complemento paisagístico do brilhante projeto, mas sua utilidade para a vida cotidiana de seus moradores.
Ainda mesmo durante a Missão Cruls em 1896, era anotado em relatório preparado para a instalação da futura capital: “É fácil compreender que, fechando essa brecha com uma obra de arte (dique ou tapagem provida de chapeletas e cujo comprimento não exceda quinhentos a seiscentos metros, nem a elevação de vinte a 25 metros), forçosamente a água tornará ao seu lugar primitivo e formará um lago navegável em todos os sentidos, num comprimento de vinte a 25 quilômetros sobre uma largura de dezesseis a dezoito”.
O recente desastre ocorrido em Brumadinho tem chamado a atenção de muitas autoridades para a eventualidade de acidentes em muitas barragens espalhadas pelo Brasil. Aqui em Brasília, em boa hora, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou ação civil pública contra o Distrito Federal, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e a CEB Geração, para obrigá-los a construir uma nova ligação entre a DF-001 e a DF-025, deixando aquela via apenas para os trabalhos de manutenção da usina hidroelétrica.
Trata-se de uma situação que requer medida urgente a fim de preservar tão importante estrutura para a vida da capital.
A frase que foi pronunciada:
“Nós nos preocupamos com o que uma criança se tornará amanhã, mas esquecemos que ele é alguém hoje.”
Stacia Tauscher (1777), que imigrou da Romênia para Oregon com seu marido, Wenzel.
Zica Dengue
Depois da misteriosa tragédia em Pernambuco, onde crianças nasceram com microcefalia, o estado continua sem o devido cuidado. Foram 721 casos de dengue e, novamente, as autoridades apenas afirmam que o aumento está localizado onde há um maior número de pessoas susceptíveis ao adoecimento por arboviroses. Em um desses locais, ano passado, até fevereiro, apenas 8 casos de dengue foram registrados. Em 2019 já são 81.
Sem cerimônia
Aos poucos, barracos vão sendo erguidos na pista oposta ao Itapuã, a caminho da Torre Digital. Além das famílias que ali se instalam, caminhões cheios de restos de obras despejam o entulho naquela região, sem cerimônia. O GDF precisa se dar conta que fiscalizar é a melhor forma de prevenir problemas.
Projeto Bom Dia
Visita de outro país ficou encantada com as quadras comerciais do Plano Piloto. Tudo limpo, organizado. Na área dos blocos, árvores e calçadas à vontade. Mas ao conhecer outras regiões administrativas, como o Paranoá, o encanto caiu por terra. Restos de festas jogados nas calçadas, chorume por todo lado, crianças e adultos jogam lixo no chão sem titubear. Se a família não resolveu, uma conversa com os professores resolve. É só entrar na grade escolar.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O serviço de Fiscalização da Medicina proibiu as farmácias da venda de papel higiênico, dentre outros produtos. A relação desses produtos é tão grande, que está apavorando o comércio farmacêutico. (Publicado em 10.11.1961)
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