Auditoria já!

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DESDE 1960

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

No jogo político, é comum que partidos se utilizem e difundam estratégias que visam apenas confundir e iludir os oponentes. Como numa partida de cartas, a política lança mão do blefe e da simulação para preservar vantagens. Quem não consegue reconhecer, de cara, essas artimanhas acaba fazendo o jogo do concorrente, às vezes sem se dar conta disso.

No caso do movimento de impeachment da presidente Dilma, é justamente isso o que vem ocorrendo. Ao reconhecer a força desse movimento, a cúpula petista faz o jogo duplo para confundir as oposições. De público, rechaça o impeachment, dizendo se tratar de golpe contra uma presidente democraticamente eleita com 50 milhões de votos. Na intimidade, porém, as lideranças consideram que a destituição constitucional da presidente vai pôr fim ao desgaste de um governo que, reconhecem, sempre atingiu o partido de forma negativa.

De fato, a retirada de Dilma do caminho interessa mais ao partido do que às oposições. Em primeiro lugar, acreditam, tira a sigla dos holofotes e do protagonismo negativo, lançando-o de volta à oposição, seu lugar de origem e onde se movimenta como nenhum outro. Neste momento de crise, é tudo o que o partido no poder quer. Catapultado de novo à oposição, vai lavar as mãos para a crise e, ao mesmo tempo, se colocar na posição de vítima injustiçada de um golpe no tapetão.

O derradeiro dia da presidente Dilma à frente do Executivo marcará as primeiras horas no trabalho de renascimento do partido, livre agora do enfado da administração do país. E, já no primeiro instante, do outro lado do balcão, começará a difundir a versão de que a ruína econômica é obra dos golpistas que sabotaram um governo popular.

Lançar Dilma ao mar é tudo o que resta agora para preservar um partido caído em desgraça e, talvez, sua última chance de sobreviver. Importante nessa jogada é que novos ocupantes do Palácio do Planalto se acautelem das bombas deixadas para trás e providenciem, o quanto antes, uma auditoria internacional e isenta das contas do Estado, apresentando-as prontamente ao público. Depois é só chamar um padre para benzer o lugar.

A frase que não foi pronunciada

“Quando você vai fazer uma coisa  certa, pode fazer de qualquer  jeito. Mas, quando for errada,  tem que fazer direitinho.”

Frase solta pela Praça dos Três Poderes

Pardal

Encampando a reclamação de outro leitor na coluna sobre a sanha arrecadatória, mais contribuição para o assunto trânsito em Brasília. Diz André Felipe: “Sugiro que verifiquem um pardal localizado na BR-020, próximo ao km 14 da via, no sentido Sobradinho-Brasília, altura de bairro denominado Nova Dignéia II”.

E continua

“Colocaram uma lombada eletrônica para redução de velocidade calibrada para 40km/h em uma BR, o que já não seria por si algo muito explicável. O problema, contudo, torna-se mais grave quando tal lombada foi colocada poucos metros depois de um retorno da estrada. Assim, quem sai do retorno preocupado com quem vem na estrada, acelerando para não atrapalhar o trânsito, fatalmente é multado por uma lombada eletrônica de 40 km/h.”

Sugere

“Acredito que o lugar minimamente sensato para essa lombada seja, pelo menos, antes da saída do retorno. Assim, os motoristas que já estão na estrada reduzem a velocidade e quem sai do retorno tem seu ingresso na estrada facilitado. Da forma como está, é praticamente impossível sair do retorno preocupado com o trânsito e passar a menos de 40km/h na lombada.”

Release

“Venham cantar, tocar algum instrumento ou declamar a convite do Clube da Bossa e do Sesc no próximo sábado, dia 2, às 11h30, no Teatro do SESC situado na Quadra 2 do Setor Comercial Sul. Quem não quiser se apresentar poderá vir assistir. A entrada é franca.”

História de Brasília

O repórter de um jornal uruguaio transmitindo noticiário para seu país pela Cadeia da Legalidade informou que ontem à tarde um avião da FAB sobrevoava Porto Alegre, soltando boletins com a portaria do ministro da Guerra, licenciando os cabos e sargentos do III Exército.(Publicado em 3/9/1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha

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