Desde 1960
com Circe Cunha e MAMFIL
colunadoaricunha@gmail.com
No dicionário da língua portuguesa, assunção significa o ato ou efeito de assumir a responsabilidade, de modo a se situar num horizonte mais acima e adiante, elevando-se a uma dignidade superior. É o que os cristãos afirmam ter acontecido a muitos santos e, sobretudo, à própria mãe de Jesus, elevada ao céu em corpo.
Santidade à parte, o que ocorre no mundo dos mortais é uma busca natural, insana e constante para escapar do vale das sombras do anonimato e da indiferença dos semelhantes. Para aquelas pessoas que, de alguma maneira, alcançaram a fama e o estrelato, metade do esforço para se destacar da massa humana já foi completada. Resta, no entanto, outra etapa, talvez ainda mais difícil, que é a de manter-se no topo, em equilíbrio e sem tropeços. Acreditem: não é tarefa fácil.
Com a fama, nestes dias de intenso tráfego de informações em rede sociais, a visibilidade do indivíduo é tão onipresente e massacrante que sua identidade se dilui como o sal na água, restando não mais o sal e a água isolados, mas outro composto distinto. Essa situação de perda da identidade se agrava ainda mais quando o indivíduo entra em conflito aberto com o mundo a seu redor, que insiste em não respeitar sua privacidade, principalmente nos pequenos momentos em que os astros se permitem ser eles mesmos e nos permitem sermos nós mesmos com manias e imperfeições. Para quem entra na gaiola de vidro da fama e, portanto, no campo de visão do público em geral, a exposição excessiva mata como irradiação intensa.
Dessa forma, pequenos deslizes cabem melhor em pessoas anônimas. Para quem assume o topo, imperfeições humanas não são permitidas, sobretudo vícios, sejam eles quais forem. Esse parece ser o caso do ator de novelas e galã de televisão Fábio Assunção. Flagrado pelas câmeras indiscretas da população de uma pequena cidade do sertão de Pernambuco em que, depois de uma bebedeira que parece ter sido descomunal, o ator, visivelmente descontrolado, deu um show de interpretação, dessa vez na peça da vida real, do vício, sem brilho e sem aplauso da galera.
Diariamente a mesma cena se repete com milhares de atores desconhecidos e maltrapilhos nas cracolândias das grandes cidades para a indiferença geral da população, que olha acostumada para a cena. Eram queridos para a família, admirados pelos companheiros de trabalho, divertidos para os vizinhos. Importantes em si. Para Assunção, no entanto, é diferente. Aquelas cenas, sem edição, irão, para toda a vida, marcar a trajetória de ator, insistindo em retirar-lhe a máscara de galã bem comportado e de herói das meninas.
Na vida sem o faz de contas, aquele é o comportamento que se espera de pessoas normais, mas que adoeceram seriamente. A “assunção” para o fundo do poço. Talvez seja dali, desse ponto que o ator, livre de seus personagens, tentará se reerguer para prosseguir, como todo e qualquer ser humano, anônimo ou não. Carregando a própria personalidade, com orgulho e sabedoria. Não apenas para que os outros o vejam, mas para que ele se reconheça em si mesmo.
A frase que foi pronunciada
“Ajudei a libertar milhares de escravos. E ajudaria muitos outros se eles soubessem que eram escravos”.
Harriet Tubman, ativista americana que, no século 19, lutou contra a segregação racial em seu país.
Novidade
» Henrique Debiasi fala do DRES — diagnóstico rápido da estrutura do solo. O estudo foi desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina e pela Embrapa com diversas instituições na parceria. O resultado obtido vai permitir a rápida identificação do solo, o que facilitará a tomada de decisão para a prática de manejo. A notícia foi publicada no portal da Embrapa.
Passeio
» Expotchê é uma feira já tradicional na cidade. Amanhã começa e vai até 9 de julho. A novidade este ano será uma galeria de arte em que o escolhido para mostrar as obras foi o artista plástico Ralfe Braga.
Leitor
» Mesmo com o mercado de trabalho em crise, a perseguição aos que trabalham é insana. Pequeno empresário, com toda a documentação em ordem, foi autuado com a acusação de não ter registro profissional. O problema maior é que o trabalhador tem o registro. Por isso, vai precisar de tempo, gasolina e paciência para provar que é inocente. É insano.
História de Brasília
Aquele desvio pelo Supremo e a contramão na subida da rampa da Câmara são condenáveis, porque, para evitar isso, bastaria que os soldados se postassem na calçada da praça ou do próprio Palácio do Planalto, deixando o trânsito livre. (Publicada em 29/9/61)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam) Hoje, com Circe…
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