As urnas falam do momento

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Gráfico: bbc.com

      Das infinitas lições colhidas após as apurações das urnas em todo o país, cada um dos postulantes saberá selecionar aquelas que melhor dizem respeito a sua performance no pleito inusitado, refletindo bastante sobre os resultados e, principalmente, buscando ouvir, com acuidade, o que dizem os eleitores. De fato, as urnas falam. O que dizem, espelha o momento com exatidão. Fosse usado um estetoscópio para melhor auscultar os resultados das urnas, reconhecendo e diagnosticando cada um de seus ruídos, saberiam aqueles que se submeteram ao escrutínio da população que os eleitores, a cada quatro anos, buscam desenhar o perfil do candidato que melhor se enquadra para resolver a grande questão ou angústia do momento. De saída, é preciso notar a grande defasagem entre aquilo que previam os institutos de pesquisa de opinião e os resultados saídos das urnas. Tal constatação coloca em xeque ou as metodologias usadas ou os próprios institutos, muitos deles comprometidos ou capturados por ideologias e partidos.

      Outro aspecto a se observar com atenção é quanto ao trabalho realizado pelas agências de propaganda dos candidatos e sobretudo ao papel dos chamados marqueteiros para conferir uma roupagem ou fantasia a cada um dos seus clientes e postulantes. A realidade tem fornecido olhos de raio X para a população, fazendo com que muitos enxerguem quem realmente está por detrás de cada figurino. O mesmo vale para os debates na televisão. Mornos e sem conteúdo, essas discussões ficam acondicionadas nas armaduras impostas aos debatentes por cada emissora e acaba esfriando esses encontros e afastando os eleitores, que mudam de canal.

Quem pode escutar com atenção o que disseram as urnas saberá identificar uma certa aproximação entre os resultados finais e o que corriam pelas redes sociais da internet, deixando claro que existe sim uma conexão entre o que trafega nas redes e o que saem das urnas. Caso emblemático desse desejo momentâneo do cidadão expresso no voto é quanto à questão da segurança e seus múltiplos desdobramentos na vida comunitária.

Ao lado dos muitos problemas nacionais como a corrupção, as questões relativas à segurança pública estão na ordem do dia. Fica em evidência aquele candidato que traz consigo, na ponta da língua, programas realistas e exequíveis que possam resolver esse problema.

       O Rio de Janeiro, que continua sendo a vitrine do país, vive atualmente um grave problema de segurança. Já são mais de 104 policiais mortos somente esse ano. Nesse caso, as urnas disseram em alto e bom som que era a hora de escolher, não legisladores e políticos, mas policiais de verdade, trazendo para dentro do governo aqueles que entendem da situação. Nessas eleições, o Estado do Rio de Janeiro elegeu a maior bancada policial de toda a sua história. O mesmo vale para o próprio candidato Bolsonaro, que com sua bandeira de estabelecimento da ordem e endurecimento contra os criminosos, por pouco, não foi eleito já em primeiro turno.

       O que o cidadão daquele estado e de muitos pelo país afora querem, nesse momento, é ver, na prática, e as urnas gritaram isso, o que está inscrito na faixa branca que corta o lábaro estrelado da bandeira nacional: ordem e progresso.

A frase que foi pronunciada:

“A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado.”

Eduardo Galeano

Charge do Paixão (gazetadopovo.com.br)

Lançamento

A Editora UnB convida para o lançamento do livro “Anísio Teixeira e seu legado à educação do Distrito Federal: História e memória”, no próximo dia 18 de outubro, às 17h, no Centro de Excelência em Turismo da UnB, campus universitário Darcy Ribeiro. A obra, organizada por Eva Wairos Pereira, Laura Maria Coutinho e Maria Alexandra Militão Rodrigues.

Foto: loja.editora.unb.br

20 anos

Saulo Vasconcelos conta sua experiência desde o Coro Sinfônico da UnB até a atuação nos mais conhecidos musicais como “O Fantasma da Ópera”, a “Noviça Rebelde” e “Les Misérables”. “Por Trás das Máscaras” será um sucesso de vendas em Brasília, com tantos amigos de diversos coros que torceram pelo sucesso do artista e, agora, também escritor.

Foto: livrariacultura.com.br

Atenção

Consumidores fiquem atentos. Funcionários da Estapar raramente pedem o CPF para o Nota Legal.

Proibido

Ao lado de duas garagens cobertas, a fileira de carros toma conta da pista do Venâncio 2000 tornando perigoso o trânsito em duas vias.

Novidade

Exames toxicológicos nas estradas têm reduzido em quase 40% o número de acidentes. Graças a Lei do Caminhoneiro, o exame passou a ser obrigatório para os motoristas que buscam as carteiras de habilitação C, D e E. Menos horas de trabalho diminuiria também.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Hoje o caminhão estava no Eixo, próximo à 114, mas precisa mais caminhões. Até chegar à Plataforma, um só caminhão trabalhando, muitos carros se quebrarão. (Publicado em 31.10.1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha
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