VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Para um arqueólogo atento, que resolva, num futuro distante, prospectar os indícios e outros vestígios materiais produzidos pelos habitantes da capital, capaz de indicar que tipo de civilização foi erguida aqui, nesses confins do Centro Oeste brasileiro, sem dúvida alguma, com exceção da moderna e engenhosa arquitetura exibida pela cidade, e que forma uma espécie de casca a envolver a metrópole, uma grande interrogação surgirá logo na primeira prospecção, surpreendendo esse pesquisador: Como pôde uma civilização, assentada em meio a tão futurística arquitetura, não apresentar quaisquer traços de cultura material mais relevante?
De fato, ao pesquisar minunciosamente as ruas e avenidas da mais importante cidade do País, em busca dos elementos indicativos que comprovariam a existência de um fervilhante movimento cultural espalhado pelos quatro cantos da metrópole, nosso arqueólogo iria chegar a uma embaraçosa conclusão: pouco ou nada parece existir nesse lugar que possa confirmar ou negar a existência de uma população envolvida e produtora de cultura.
Uma radiografia das principais ruas da cidade mostraria, de forma taxativa, a inexistência de teatros, centros culturais, livrarias, galerias de artes, museus e outros centros dedicados às artes. Nosso turista das ciências iria se deparar, em grande profusão e em cada esquina, com bares, botecos e outros estabelecimentos no fornecimento de álcool, lojas de quinquilharias diversas e um incontável número de farmácias por toda a parte.
Para um pesquisador, isso denotaria, numa primeira impressão, que, ao beber em demasia, essa população viveria constantemente doente e necessitada de remédios e outros unguentos para viver. Além dos bares e farmácia em quantidade sintomática, a pesquisa revelaria também a multiplicação das casas lotéricas, o que indicaria que a população vivia na esperança de ganhar mais dinheiro para alimentar o vício do álcool. Esses bares teriam se transformado em centros de cultura, onde o álcool seria a atração principal.
Por outro lado, o que saltaria aos olhos e daria a certeza de que essa civilização do Centro Oeste desprezava a cultura e seus derivados seria o abandono de museus e teatros, anteriormente mantidos pelo governo, por meio da cobrança de uma das mais altas cargas tributárias de todo o planeta. Todos agora fechados ou sucateados, transformados em depósitos de materiais diversos.
Quando uma cidade permite que seu principal centro de cultura, nomeado com o nome soberbo de Teatro Nacional, transforme-se num almoxarifado de quinquilharias e outros objetos a serem descartados, como um imenso galpão para acondicionar o lixo mobiliário da burocracia, tudo está irremediavelmente perdido. Não há salvação para uma civilização fora da cultura. Sem esse traço arqueológico, presente em toda e qualquer civilização, em qualquer momento da história, toda a sociedade pode ser reduzida ao patamar evolutivo de um formigueiro, devotado apenas a sobreviver.
A frase que foi pronunciada:
“O artista é aquele que desmente as leis anatômicas e fisiológicas, vivendo do princípio vital de uma única entranha: o coração.”
Camilo C. Branco, escritor português, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.
Registro
Senador Izalci, pelo DF, apontou várias distorções em relação ao soldo dos militares. Enquanto todos os civis que buscaram na Justiça o direito aos 28% ganharam, o Comando orientou que as Forças Armadas não entrassem na Justiça, e quem não entrou perdeu. A busca agora é pela recomposição por meio da legislação.
Desrespeito
Acredite se quiser. O salário-família de um militar é de R$ 0,16. A indenização do auxílio de transferência é tão baixa que pagam do próprio bolso.
Absurdo
Outro disparate é em relação aos médicos das Forças Armadas, que recebem 30% do que ganha um médico do DF.
Estranho
No manejo de água de outros países, não há a presença de organizações brasileiras como parceiras. Já no Programa Produtor de Água no Descoberto, coordenado pela SUDECO, há parcerias com Centro Internacional de Água e Transdisplinaridade (Cirat), a The Nature Conservancy (TNC), a Word Wild Fund for Nature (WWF), a Aliança de Fundos de Água da América Latina e a Coalização Cidades pela Água.
Reforço
Mais de R$ 300 milhões de reais são investidos em escolas com vulnerabilidade social. Dados do Censo Escolar, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), indicaram os colégios para receber a verba. Pena que não haja aplicativos na Internet para a população acompanhar a aplicação dessa verba.
Será?
Presidente Bolsonaro sacode o gigante adormecido com a seguinte previsão: manobras para um impeachment à vista. Razão: se ele vetar o valor de R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral aprovado pelo Congresso para as eleições municipais deste ano.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Vamos olhar mais para o “Gavião”. A iluminação começou e não terminou; a urbanização foi apenas planejada e o Posto Policial ficou na promessa. (Publicado em 13/12/1961)
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