A boa filha rebelde

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Arte: poder360.com

2026 está logo ali. Ano que vem, começa a dança das cadeiras, com os candidatos e partidos armando a cena para as próximas eleições. O cenário político é de polarização extrema, já que a política nesses últimos anos passou a ser o único lugar do país e do mundo onde o vale-tudo vale tudo mesmo.

Diferentemente dos políticos, a população enxerga toda essa movimentação como um ensaio para a reapresentação de uma peça que nunca mudou de enredo. Os candidatos, dentro e fora do poder, aguardam para ver quem será o maior puxador de votos da temporada para alinharem-se a ele. No nosso caso, nem mesmo toda a polarização política é capaz de impedir que os candidatos mudem de ponto cardeal, indo de Norte para Sul ou da esquerda para direita, se isso lhes for favorável.

Lembrando que uma grande bancada parlamentar foi eleita no último pleito sob a sombra da direita, prometendo mundos e fundos aos eleitores. Na hora do vamos ver, a distribuição das emendas, na forma de dinheiro vivo e sem muito controle, falou mais alto, e a maioria votou mesmo contra os interesses da esquerda. Nossos políticos se orientam pelo faro. A questão é saber de que lado estão os recursos. Fossem arrancadas pena por pena de nossos políticos, ainda assim eles iriam ciscar na mão cheia de milho de seu algoz.

O aparecimento de uma nova direita, três décadas depois da redemocratização, acirrou os ânimos eleitorais, não por motivos puramente ideológicos, mas em decorrência de que esse fato gerou, de uma hora para outra, uma extraordinária, aglutinadora e antagônica força política, capaz de fazer frente aos antigos partidos.

A necessidade de novas ideias e de um novo modo de atuação baseado na ética pública continua atraente para quem paga impostos. A partir de 2018, com o surgimento da direita, logo batizada de extrema direita pelos seus oponentes, o restante dos partidos, que antes não tinham de fazer grandes esforços para se alinhar de um lado ou de outro, descobriram que havia no seio da sociedade brasileira uma imensa e vasta região habitada por uma população mais identificada com os ideais direitistas e ferrenhamente antagônica aos princípios da esquerda.

O Brasil conservador, aquele que muitos insistem em manter no silêncio e sob ofensas, finalmente despertou. Somente por esse acontecimento, o candidato que encarnava essa posição, e que se saiu vitorioso naquele pleito, mesmo a despeito de seu governo e da pandemia, que entrou nessa nova equação para atrapalhar, entrou para a História. Fez surgir uma força política há muito adormecida e que era capaz de acabar com o teatro das tesouras. Da mesma forma, independentemente daquele personagem outsider, novo cenário político foi posto à disposição da nação.

No Brasil, essa polarização tem sido evidente desde 2018, depois do segundo governo da presidenta Dilma e dos efeitos da Operação Lava-Jato. As eleições de 2022 foram acirradas, com 50,9% elegendo o candidato da esquerda e 49,1% escolhendo o candidato da direita. Desse modo, o ressurgimento da direita, depois de décadas, foi obra do desastroso governo da ex-presidente Dilma, da Operação Lava-Jato e da visão oportuna de Bolsonaro, que vislumbrou todo aquele cenário.

Junte-se a esses autores, o fato de que a introdução da tecnologia nesses acontecimentos criou uma tremenda onda midiática, em que tudo era mostrado em tempo real e em cores, nas telas de televisão e nos celulares, mantendo o público antenado em tudo o que se passava. De certa forma, a direita em nosso país é filha do caos político. E como uma boa filha rebelde, renega tudo o que é a “gauche”. As eleições municipais de 2026 serão um bom teste para essa nova força, que já surgiu grande.

A frase que foi pronunciada:

“Um comunista nunca deve ser opinativo ou dominador, pensando que ele é bom em tudo enquanto os outros não são bons em nada; ele nunca deve se fechar em seu pequeno quarto, ou se gabar e se gabar e dominar os outros.”

Mao Tse Tung, “Discurso na Assembleia de Representantes da Região da Fronteira ShensiKansu-Ningsia” (21 de novembro de 1941)

Mao Tse Tung. Imagem: gettyimages.com

História de Brasília

É bom que a NOVACAP saiba que os japoneses da W-4 estão atuando no “Gavião”. O tomate que eles venderam ontem a 96 cruzeiros o quilo custa 43 no mercado. Aliás, o “Gavião” está sem sorte. Deu para faltar água, que é uma coisa horrível. Até isto, que nunca havia acontecido em Brasília. (Publicada em 11.4.1962)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha
Tags: #AriCunha #Brasília #CirceCunha #Eleições2026 #HistóriadeBrasília #Mamfil

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