Ranking da vergonha

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

Imagem: brasil.elpais.com

     “Não houve uma reposta à altura para o problema da corrupção, esta palavra não aparece nos discursos oficias do presidente da República ou em qualquer projeto de lei ou agenda do Congresso. É como se o problema não existisse.” Quem afirma é o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, ao analisar o último ranking publicado pela entidade nesta quarta-feira e que mede o índice de percepção da sociedade com o combate à corrupção em 180 países em 2017.

 Nesta nova amostragem, o Brasil despencou da 79ª para a 96ª posição, ficando com 37 pontos, numa escala que vai até 100. Para os analistas, esta foi uma das maiores quedas já registradas na história deste ranking, o que, para a sociedade e para o país, representa não só uma enorme frustração, mas sobretudo assinala que o combate à corrupção, que vinha numa boa trajetória, encontra-se hoje numa encruzilhada de grande risco.

 Essa percepção indica, entre outras variantes, que está em andamento um conjunto de forças que estão atuando sistematicamente em todos os níveis para sabotar esse processo de saneamento tão necessário e urgente. A situação ganha ainda maior gravidade quando se analisa que o Brasil vem perdendo posições, inclusive, com relação aos países com condições similares de desenvolvimento, como é o caso dos BRICS. Até mesmo no continente, o Brasil aparece em posição desfavorável, atrás da Argentina e de outros países.

Charge: pinterest.pt

 Para um ambiente de negócios, a atual posição ocupada pelo nosso país é péssima e indica que o setor público é avaliado como impregnado ainda de corrupção, o que dificulta até mesmo as transações mais simples. Colocado sob lupa rigorosa, necessitamos nos livrar desse rótulo negativo o quanto antes, pois está sendo analisado de perto pelo Banco Mundial, Fórum Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento e outros organismos internacionais.

 Para os estudiosos, os elementos que mais pesaram na recaída do Brasil no ranking de percepção de combate à corrupção foram, além das denúncias que pesaram sobre o presidente Temer e grande parte do seu ministério, o fato do Congresso Nacional ter agido de modo condescendente, impedindo o prosseguimento das investigações, mesmo após a condenação e prisão de alguns desses figurões que ocupavam os altos escalões da república.

Contribuiu também para essa recaída o fato de o Legislativo não ter avançado, no sentido de apreciar e votar as propostas apresentadas pelo Ministério Público, condensadas no pacote com as dez medidas de combate à corrupção e que haviam recebido grande apoio popular.

A frase que foi pronunciada:

“A corrupção deforma o sentido republicano da prática política.”

Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal

Inscrições

Além dos esportes, o Iate Clube de Brasília abriu vagas para o estudo da Arte. Quem aprecia o tema vai poder compartilhar a experiência de Manoel de Andrade, arquiteto, jornalista, escultor e professor.

O professor Manoel de Andrade e algumas das suas esculturas.

Galeria dos Estados

Incalculável o prejuízo para os comerciantes da Galeria dos Estados. Dona Maria Inês Fontenele Mourão, presidente da Associação dos Lojistas, quer fazer como indicam os orientais. Da crise criar uma oportunidade de crescimento. Como a galeria estava abandonada pelo governo, chegou a hora da revitalização que ela merece. Autoridades já foram contatadas. A primeira dama, Marcia Rollemberg, não escondeu o entusiasmo. Agora é aguardar a caneta do Dr. Sérgio Sampaio, da Casa Civil.

Rastro

Inacreditável como os golpes são frios e desumanos. Com a família vulnerável, tendo um ente querido internado no hospital, toca o telefone. É um aviso que o exame de sangue apontou uma bactéria super-resistente e que o tratamento será feito imediatamente mediante transferência bancária. E o valor ultrapassa os R$ 4 mil reais. Vários hospitais da cidade alertam os acompanhantes sobre golpes dados por telefone. O que não dá para entender é que toda conta de banco tem um titular. Qual a dificuldade para encontrar o estelionatário?

Imagem: otempo.com.br

Aula Magna

“Golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. Tema de um curso que será ministrado no Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. O objetivo é analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a sucessão de Michel Temer. Algo como “agenda de retrocesso nos direitos” e “restrição de liberdades”. Difícil mesmo vai ser entender a proposta sob o ponto de vista dos votos. Dilma e Temer tiveram os mesmos eleitores.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Diz o deputado Ferro Costa, em seu discurso: “Provocada, assim, a falência da Sociedade de maioria de capital brasileiro, o insaciável trust americano abriria para si a oportunidade de açambarcar a empresa brasileira através da licitação, em hasta pública, do patrimônio da falida. A partir de então, a” Battes do Brasil “seria senhora única do mercado nacional e estaria livre para ditar os seus preços”. (Publicado em 14.10.1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha
Tags: #Brasília #HistóriadeBrasília #AriCunha #CirceCunha #Mamfil

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