Goiás pode virar imenso e árido sertão

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Desde 1960

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com Circe Cunha  e Mamfil

Envoltos nos próprios problemas, que já são muitos, os brasilienses ainda não se deram conta do destino comum que possui com o povo goiano e, principalmente, com o estado de Goiás, que os cerca por todos os lados. Mergulhado na maior crise hídrica dos últimos 30 anos, o imenso vizinho, até há pouco tempo conhecido como o berço central das águas, vai, pouco a pouco, sendo castigado pela mais severa seca de todos os tempos.

A situação chegou a ponto tal que os goianos já não escondem o pavor diante do cenário que vai se formando bem na frente de todos. Os principais rios da região, outrora cheios de peixes e toda espécie de vida, estão secando um a um, virando estradas de areia. Para as muitas cidades goianas, formadas historicamente ao longo desses ribeirinhos, a situação é de calamidade no presente e de muitos maus presságios para o futuro. Mesmo os rios mais caudalosos, verdadeiros mares de água doce, estão mostrando pela primeira vez o fundo do leito rochoso.

O Rio Araguaia, que corta todo o estado e segue rumo ao Tocantins, considerado, desde sempre, o maior patrimônio natural do Centro-Oeste, vem apresentando profundidades de menos de 30 centímetros, impossibilitando a navegação, a pesca, o turismo e o abastecimento de milhares de habitantes da região. O mesmo vem ocorrendo com o Rio Vermelho, até poucos anos atrás, um volumoso curso d’água que abastecia dezenas de cidades encontra-se praticamente seco, apresentando apenas pequenos filetes de água que, em alguns pontos, pararam de correr. Também o Rio das Almas, próximo a Ceres e Rialma, está tão vazio que é possível atravessá-lo a pé em todos os pontos. O que se vê são leitos de pedras secas e roliças ardendo ao sol.

O Rio Tesouras, também, há pouco caudaloso e corrediço, se encontra quase seco e sem vida. O mesmo destino apresenta o Rio Bacalhau, que antes era perene e volumoso e hoje está completamente seco, para desespero dos habitantes da região. Ao lado das causas climáticas globais, principalmente em decorrência do efeito estufa, que hoje é realidade inconteste, esses importantes cursos d’água, de fundamental importância para a própria existência de Goiás, estão sofrendo com a incúria humana, principalmente por causa dos grandes produtores.

O agronegócio, fortíssimo em toda a região, é apontado por especialistas como o maior responsável pelo desaparecimento dos imensos rios. A destruição de matas nativas e principalmente de matas ciliares, que cobriam os rios para dar lugar a extensas lavouras altamente mecanizadas e à criação de imensos rebanhos bovinos, está por trás da tragédia. Na falta de educação ambiental e de fiscalização efetiva, os produtores estão transformando Goiás em imenso e árido deserto. Com a destruição ambiental desse estado, o destino da capital do país vai sendo selado também, bem diante dos olhos de todos.

A frase que foi pronunciada

“A lama não está destruindo somente o Rio Doce e as populações que sobrevivem dele, há anos está impregnada nas instituições brasileiras, matando muita gente e ceifando esperanças.”

Sebastião Wanderley

Chega

» Falar em impacto da violência urbana no ambiente de escola pública ou particular é normal. Mas municipal parece estranho. Por incrível que possa parecer, as secretarias de Educação de Canindé, Quixadá e Senador Pompeu, no sertão central, Baturité e em outras dezenas de municípios no interior do Ceará assinaram um termo de cooperação técnica com o Ministério Público do Ceará para a implantação de núcleos de mediação escolar para arbitrar em casos de bullying.

Tudo de bom

» No ritmo da tecnologia, o Banco do Brasil acertou o passo. A satisfação dos clientes abrange desde a possibilidade de falar com o gerente em tempo real on-line como solicitar a aprovação de empréstimo. Neste último caso, os documentos são enviados também eletronicamente para aprovação. Praticidade, economia de tempo e atenção aos correntistas.

Segredo

» Do Peixe Vivo à geração Coca Cola. Assinado por Fátima Bueno, o livro traz a vida musical de Brasília da década de 60 aos anos 80. Ainda não foi lançado.

Agência Brasília

» O GDF convida a população do Guará para opinar sobre a licitação da concessão do Complexo Esportivo e de Lazer da cidade. “A consulta pública é importante porque a gente tem uma visão de projeto, uma visão de estado do equipamento. O que a população traz são questões muito pontuais, que merecem ser acolhidas no estudo”, explica o subsecretário de Parcerias Público-Privadas da pasta, Rossini Dias. O prazo vai até o dia 24 e as sugestões podem ir por e-mail (ppp@fazenda.df.gov.br) ou pelos Correios — protocolo-geral da Secretaria de Fazenda, Setor Bancário Norte, Quadra 2, Bloco A, Edifício Vale do Rio Doce, 9º andar, sala 902, CEP 70.049-909.

História de Brasília

E por falar em Iate Clube, o comodoro Silvio Pedrosa assinou, anteontem, a doação do terreno onde está o clube, com investimento superior a 100 milhões de cruzeiros. (Publicado em 6.10.1961)

Circe Cunha

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Circe Cunha
Tags: Política Brasil Brasília Mamfil Ari cunha circe cunha

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