Recentemente dei um treinamento para um grupo de professores e ao final escutei de um deles: ‘’ a sensação que eu tenho é que os exemplos que você deu eram exatamente de um aluno que eu tive uma vez’’. Essa sensação, não incomum, de ser ouvida de pais e demais pessoas que leem determinada descrição e pensam que de alguma forma eu conheço aquela pessoa, afinal, eu a descrevi totalmente.
Isso acontece não porque eu conheço à pessoa, mas pelo fato de que a Ciência demonstra como cada tipo recebe e devolve os estímulos que o mundo oferece. Dividida em 4 tipos, a Ciência dos 4 Temperamentos Humanos orienta que cada pessoa é representada por um temperamento predominante. Os 4 tipos são nomeados como: colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico.
Essa ferramenta tem chamado atenção por ajudar pais e professores de como podem se orientar melhor em relação a condução das crianças e adolescentes. No ambiente de sala de aula, onde existem diversos tipos de pessoa o mapeamento da Ciência orienta o professor como deve agir com cada tipo. Sem dúvida conseguir trazer distinção na forma de aplicar um conteúdo, especialmente em um ambiente coletivo é um grande desafio. Mas para e pensa: o desafio não vai minimizar se continuarmos agindo da mesma forma. Ou seja, aplicar novas técnicas no que se refere ao ensino- aprendizado, de forma mais assertiva, minimizará os efeitos do distanciamento dos resultados ou pelo menos trará um alinhamento no que se refere às expectativas.
Para uma criança sanguínea e fleumática, por exemplo, o processo de fixação é mais lento, são crianças que exigem uma maior repetição do conteúdo, tem mais dificuldade de concentração, de fazerem exercícios que exijam maior tempo de atenção e capricho. Muitos diagnósticos têm sido feitos de forma precipitada por não terem clareza das características de cada tipo, é o caso do TDAH, que se confunde com crianças sanguíneas. Essas crianças são muito sociáveis e tem muita facilidade de se conectar com novas pessoas. Estão bem inseridas na escola, mas são mais desafiados com o conteúdo acadêmico.
No caso das crianças coléricas e melancólicas, essas demonstram um melhor rendimento escolar, costumam ganhar as olimpíadas, aprendem rápido, são caprichosas. Os coléricos se destacam por quererem liderar os grupos, o perigo dele é querer acabar liderando até o professor, e nesse ponto esses profissionais precisam ter atenção para não criarem uma relação de embate e sim de parceria. Já para melancólicos o desafio é conseguir torná-los mais participativos com suas partilhas, são crianças mais profundas em suas compreensões, caprichosas, estudiosas e com uma grande facilidade em aprender.
Sem dúvida na prática do dia a dia, compreensões assim diferenciam os resultados dos alunos e elevam a qualidade da aula dos professores, que trabalham com mais clareza e propriedade.
Para se orientarem com cada tipo é necessário estudo e prática. Mas deixo aqui algumas dicas para lidar com casa temperamento.
Coléricos: são líderes natos, precisam ter uma liderança forte (isso não quer dizer impositiva). O melhor é evitar comandos diretos e sim orientações colaborativas, do tipo: ‘’preciso da sua ajuda para que o caderno seja preenchido no tempo certo’’. Por terem uma tendência de comandar, pode acabar influenciando todo o grupo, então fiquem atentos para não acabarem refém de um colérico com influências negativas. Por serem rápidos para aprender, podem acabar desestimulados se os desafios forem poucos, então tenha sempre um ‘’plano B’’ para os coléricos rapidinhos. Reconheça suas qualidades, eles gostam de ser validados por seus feitos, se esses foram bons, valorizem muito para que ele os faça mais e mais.
Sanguíneos: são crianças que demonstram mais dificuldade em se encaixar no sistema escolar. São muito rápidas, mas tem uma capacidade de fixação limitada, o que exige delas um esforço maior para aprenderem determinado conteúdo, considerando que muito do ambiente escolar nos exige fixação. Para essas crianças cobrar demais é ruim, bem como soltar demais é ruim. Precisa encontrar o equilíbrio e focar no desenvolvimento de habilidade de paciência e perfeição. Para essas crianças o grande desafio é não largar antes de terminar o que começou, mas pode ser que ela precisa de fazer isso em etapas.
Fleumáticos: as crianças desse temperamento são fáceis de serem conduzidas. Apesar de também terem dificuldade de fixação, são mais fáceis de encontrar uma forma de melhorar isso. Essa capacidade está condicionada as pessoas que a conduzem, se o professore consegue implementar métodos e formas dela conseguir se organizar eles responderão bem. Um ponto de atenção é ajudá-los a saírem da inercia, de se conformarem com o que vem e não quererem ir em busca de melhorarem.
Melancólicos: esse tipo costuma se dar bem no ambiente escolar, por serem mais profundos em suas análises, são crianças que aprendem rápido, gostam de suas coisas organizadas e feitas com capricho. São perfeccionistas e isso pode gerar um ponto de conflito para eles, afinal nem sempre as coisas saem como planejamos e tudo bem nisso. Eles não são muito expansivos e por isso é importante o professor estar atendo ao que pensa e como lida com seus conflitos internos. Vencer a timidez social é um ponto importante para essas pessoas. Muitas vezes são crianças que se divertem mais com a brincadeira do que com as crianças. São sensíveis e mais tendenciosos a terem poucos e bons amigos.
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