Depois do desmatamento da Amazônia ter registrado o maior aumento desde 2008, de quase 30% em 12 meses — uma devastação de 9,7 mil quilômetros quadrados de florestas –, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, apresentou, nesta quarta-feira (20/11), o posicionamento do governo brasileiro para a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as Mudanças Climáticas (COP25), que será realizada em Madri, Espanha, no começo de dezembro.
Salles salientou que sua missão na COP25 será obter recursos para a Amazônia, contradizendo ações anteriores de sua gestão que paralisaram o Fundo Amazônia. O ministro também criticou o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), dizendo que ele não saiu do papel porque só reuniu “ideias”. Apesar disso, o ministro apresentou genericamente eixos de ações que já constam no PPCDAM.
À deriva
O que o governo revelou é que o combate ao desmatamento da Amazônia está à deriva. “Seguimos sem um plano concreto para conter o desmatamento na Amazônia. O ministro Ricardo Salles apresentou um conjunto de ideias que não serão suficientes para conter o atual ritmo de destruição da Amazônia”, afirma Mauricio Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil. “Não existe ambientalismo de resultados sem metas, prazos, atribuições e recursos. Sem isso, nenhum plano é efetivo”, completa.
Criado em 2004, o PPCDAm está parado no atual governo, que também extinguiu o departamento de florestas e combate ao desmatamento do MMA, reduziu o número de fiscais do Ibama e paralisou o Fundo Amazônia. Todas as ocasiões anteriores em que o desmatamento da Amazônia atingia picos eram deflagradas ações e planos concretas, respostas que não foram dadas pelo atual governo.
Com informações do WWF-Brasil.