Inpe informa que média de alertas de desmatamento na seca salta de 576 km² para 1.189 km². Dado de setembro, de 964 km², é o segundo maior da história, perde apenas para o mesmo mês de 2019, com 1.543 km² devastados.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou nesta sexta-feira (9/10) o dado de alertas de desmatamento de setembro. É o segundo pior da série histórica do sistema de monitoramento Deter-B, com 964 km², perdendo apenas para setembro do ano passado, que teve 1.543 km² devastados.
Como mostra o gráfico abaixo, em 2016, 2017 e 2018 a média mensal de alertas de desmatamento nos meses mais secos do ano, de maio a setembro, era de 576 km². No governo Bolsonaro, ela saltou para 1.189 km². As queimadas na Amazônia entre maio e setembro foram 21% maiores do que no mesmo período do ano passado.
Desmatamento
Para o Observatório do Clima (OC), os satélites indicam mais uma vez que a Operação Verde Brasil 2, que completa cinco meses na Amazônia neste fim de semana, fracassou em frear o desmatamento e as queimadas. “Afinal, o desmate nos meses mais secos do ano no governo Bolsonaro, que também é o período da operação militar, segue duas vezes maior do que nos três anos anteriores da série.”
O desmatamento é medido sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Mas, ao considerar o ano-calendário, de janeiro a dezembro, o período de um ano e nove meses de gestão Bolsonaro teve 76% mais desmatamento (8.560 km²) por ano do que os três anos cheios anteriores (4.844 km² em média).
“Os números do desmatamento continuam altos e inaceitáveis. Em setembro, a cada minuto uma área do tamanho de dois campos de futebol foi derrubada de forma ilegal. Enquanto o vice-presidente demonstra o mesmo negacionismo sobre a crise ambiental do presidente e do ministro do Meio Ambiente, o crime corre solto na Amazônia, com a certeza da impunidade”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do OC.
“Essa atitude pode até colher aplausos da claque do governo nas redes sociais, mas no mundo real ela produz destruição, evasão de divisas, emissões de carbono e danos comerciais, como vimos nesta semana com a indicação do Parlamento Europeu de que não aprovará o acordo entre a União Europeia e o Mercosul”, completou.